Amar sem onde || Justin Bieber

Amar é estranho

Capítulo 30 – Amar é estranho.

Maryann Jacob POV

Eu tenho 27 anos. Sinto como se já tivesse vivido 40 anos. Sinto como se já tivesse conhecido o amor de verdade de perto, por mais que uma parte de mim diga que eu ainda tenho muito a quem amar. Com 27 anos eu já passei por todas as fases da vida, eu acho. Meu pai diz que tenho muito a viver e que "eu só tenho 27". Mas ele não para e pensa que eu só tenho 27 mas já sofri com separações, amores, desamores, preocupações e com o fato de criar uma criança praticamente sozinha. Ele não para e pensa que eu só tenho 27 anos mas já fiz a maior loucura do mundo: me entregar de cabeça para o amor. As pessoas acham que existem coisas mais sérias que o amor, e eu concordo. Com 27 anos e uma filha pequena aprendemos que a vida vai além dos namoros. Mas, quem diz que amar não é importante não tem noção do que fala.

Sempre achei que amor era uma coisa banal na vida de qualquer pessoa. Mas aprendi que o amor é muito necessário. Minha vida toda foi baseada em amar e observar as pessoas amando. Não digo que todos deram certo, não deram. O amor os meus pais, que eu tinha como base, acabou com decepções. Mas hoje vejo que meu pai foi capaz de amar novamente. Então, com toda a experiência, minha mãe também acharia o amor, eu acharia novamente.

Como era estranho. Amar em geral era estranho. É uma dependência de uma pessoa. Uma coisa que você não está acostumado. A quem diz que é possível esquecer o amor de verdade, eu não acredito. Nunca esqueci. Até hoje sinto as borboletas no estômago, as mãos suando e as pernas fraquejando.

Sai dos meus pensamentos com um gritinho de Aurora. Foquei-me naquela cena. Meu pai e Lindsey correndo atrás da minha pequena na areia. Quando via esses momentos, tinha certeza que a vida valia a pena.

— Vai você ficar sentada aí? — Lindsey sentou-se ao meu lado, com a respiração ofegante — Olha, eu deveria voltar a fazer mais exercícios. — riu.

Dei risada, prendendo meus cabelos em um coque.

— Estou pensativa. Hoje é o meu jantar com Justin, não sei o que esperar. — suspirei — Você sabe o que aconteceu da última vez.

— Agora vocês vão esclarecer todas as coisas que ficaram no passado. É o momento, minha filha. — ela sorriu — A vida coloca empecilhos assim para deixar tudo mais forte. Vejamos eu e seu pai. — seus olhos brilharam ao ver meu pai pegar Aurora nos braços — Ele e sua mãe precisaram casar, ter dois filhos, para podermos ficar juntos e felizes.

Eles tinham me contado essa história. Lindsey e meu pai se conheceram numa festa. Viveram um amor adolescente, muito parecido com o meu relacionamento com Justin. Até que meu pai foi ao Brasil e conheceu minha mãe. Então, toda a merda rolou para que Lindsey e meu pai ficassem de novo.

— Eu acredito no amor de vocês. Mas tem muitos segredos e acontecimentos no nosso relacionamento. Você e meu pai acabaram, seguiram a vida de vocês. Eu não segui a minha vida.

— Claro que seguiu. Você teve uma filha, Marie. — respondeu, óbvia — Lola é a prova de que você seguiu em frente.

— Só não enfrentei os problemas do passado.

— Vai enfrentar hoje.

— Esse é o problema. Não me garanto quando o assunto é Justin. Ele mexe muito comigo. — bufei — Porra, tenho 27 anos e sinto como se estivesse com 18 novamente.

— Isso é ruim?

— Estranhamente não. Mas não era algo que eu queria voltar a sentir. — fitei Aurora e abri um sorriso — Ela me lembra de momentos. Acho que quero esquecer, mas não consigo.