- Lena, está tudo bem?- Harry perguntou depois de bater levemente na porta dos hóspedes. Como o esperado, ela não respondeu. Tia Petúnia e Harry se entreolharam e fitaram novamente a porta.- Você não pode ficar aí para sempre.- ele voltou a dizer e do lado de dentro, Helena não se moveu um mísero milímetro.
- Helena, querida, você não sai desse quarto a dias. Você precisa comer e tomar seus remédios também.- Tia Petúnia falou delicadamente, talvez assim convencesse a sobrinha a sair do quarto.
Nenhum dos dois ouviram nada, mas sabiam que Helena estava acordada. A rotina dela era a mesma a dias e nela consistia dormir depois das 23h00, tudo para aproveitar o máximo a casa dos tios.
- Memphis, Helena está bem?- Harry, por fim, decidiu usar seus dons sombrios para ganhar informações. Odiava ser Oflidiogota, mas admitiu que era bem conveniente ter esse dom nesse momento. Ao seu lado, Tia Petúnia estremeceu e se afastou ao menos dois passos de Harry. O garoto nem se importou.
- Ela está bem, está encostada na porta ouvindo vocês.- a cobra respondeu do lado de dentro e Harry suspirou aliviado.
- Pode ir. Vou falar com ela.- ele disse a tia, que assentiu antes de descer as escadas para ir preparar o jantar. Ele se sentou e encostou as costas na porta.- Lena, eu não sei como você se sente, e talvez nunca vá saber, mas eu preciso que você me ajude a entender o que sente.- ele falou calmamente e esperou um pouco. Não ouviu nada.-E preciso também que me ajude a entender o porque de você ter dito aquelas coisas ao pa...- antes mesmo dele terminar a frase, ele caia para dentro do quarto de Helena.
A ruiva, sempre delicada, passou por cima de Harry e desceu as escadas. Harry já se encontrava atrás dela, atordoado. A observou abrir a porta da frente e fazer menção de sair, mas voltou rapidamente e subiu as escadas correndo. Harry quase foi atrás, achando que ela iria se trancar novamente.
- Não saia do quarto e se Duda entrar, morda ele!- ele a ouviu dizer em língua de cobra para Memphis. Ela fechou a porta e voltou a descer as escadas. Harry reparou que ela estava bem agasalhada, com um sobretudo e uma toca.
Estranhando, ele analisou rapidamente seu rosto e viu que ela andara chorando e tinha grandes bolsas arroxeadas abaixo dos olhos. Se preocupou que a irmã tivesse se machucado, porque hoje era o dia mais quente do verão. O que ela estaria fazendo com toda essa roupa?
- Onde você vai vestida assim? Está uns 35 graus lá fora.- Harry a impediu de passar, se colocando a sua frente.
- Harry, por favor. Se quer me entender, só sai da minha frente e me segue, ok?- impaciente, Lena o olhou irritada. Harry suspirou. Daria o benefício da dúvida. Devia isso a ela. Abriu a porta e saiu na frente. Esperou ao lado da porta e se sentiu mais aliviado quando a irmã saiu de dentro da casa. Fechou a porta e colocou as mãos no bolso antes de iniciarem uma caminhada.
Andaram em silêncio, apenas ouvindo o som de suas respirações e o pouco movimento na rua. Helena chutou uma pedra longe, quase acertando um carro.
- O nome dele era Kevin.- ela disse derepente, no momento que entraram na rua da Magnólias. Harry a olhou.- Kevin Heart. Ele era um executivo em uma empresa de shampoo. Ele tinha uma esposa e...- Helena travou e Harry a percebeu segurar as lágrimas. Ficou chocado ao entender que ela se referia a pessoa que a sua parte lupina matou. Então, para dar forças, segurou sua mão. Ela a apertou fortemente.- Ela estava grávida. E eles já tinham dois filhos. Um garoto de 15 e uma garota de 7.- Helena já não segurava as lágrimas.- Eu o matei, Harry. Eu matei um homem bom. Honesto. E a culpa foi minha, toda minha.- A ruiva tropeçou ao passar pela porta fechada do parque e foi ao chão. Harry se sentiu mal ao ver que a mesma não quis se levantar e agora chorava.
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Aꜱ Aᴠᴇɴᴛᴜʀᴀꜱ ᴅᴇ ᴜᴍᴀ ʀᴜɪᴠᴀ ~~> 2° ͏t͏e͏m͏p͏o͏r͏a͏d͏a
Phiêu lưuL| 𝑨𝑺 𝑨𝑽𝑬𝑵𝑻𝑼𝑹𝑨𝑺 𝑫𝑬 𝑼𝑴𝑨 𝑹𝑼𝑰𝑽𝑨 - 𝐋𝐢𝐯𝐫𝐨 𝟎𝟐| ❝ - Você matou tantas pessoas, destruiu tantas famílias, e seus irmãos e filha não estão atrás. Não fale de mim com propriedade, Klaus, minhas mãos estão tão sujas de sangue quant...
