O outro lado de mim - Supercorp

Cabana

— Lena. — A chamou depois de colocar a mala no chão, estavam de frente para sua cabana e Lena ainda seguia agarrada a seu pescoço a abraçando firmemente como se fosse cair a qualquer momento. — Ei. Já estamos aqui. — Sussurrou acariciando as costas dela na tentativa de acalma-la. Nenhuma resposta. — Lee?

Lena afastou lentamente o rosto de seu pescoço e a olhou com o queixo tremendo, logo os olhos verdes desviram dos seus e foram vagando exploradores pelo lugar, mas tudo envolta era neve.

Lena voltou a olha-la com a testa franzida.

— Você me trouxe para o Alasca? — A pergunta à fez rir imediatamente.

— Não. Estamos na Finlândia.

Kara abriu a porta e ascendeu à luz iluminado o lugar.

Os olhos de Lena brilharam encantados, tudo era tão Kara. A cabana tinha uma pequena sala com um sofá que parecia muito confortável com uma manta vermelha por cima o decorando, parecia bem quentinho e confortável, um lugar ótimo para passar o dia lendo ou assistindo tv, duas coisas que raramente fazia por laser. O centro da parede da sala possui uma lareira que parecia perfeita para o frio, o chão era coberto por um tapete felpudo que sentiu vontade de deitar. Olhou na direção da cozinha e a mesa estava posta.

Voltou seu olhar para Kara com a sobrancelha erguida.

— Esteve aqui hoje? — Perguntou e seu olhar voltou a vagar pelo lugar.

— Sim. Fazia algum tempo que não vinha aqui e quis organizar tudo para nós. Sabe como é; arrumar tudo para receber uma empresaria muito importante acostumada com bom e do melhor. — Lena revirou os olhos rindo enquanto a ouvia. — Trouxe seu vinho favorito, suas comidas rui... — Kara mordeu a língua quando Lena diminuiu o olhar em sua direção em repreensão. Forçou um sorriso. — Suas comidas muito gostosas e nutritivas.

Lena olhou para a parte de cima, pelo que parecia, o quarto e o banheiro ficavam lá.
Tudo era muito delicado, suave. A cabana tinha um ar de lar agradável que trazia uma quentura ao seu coração.

— Isso aqui é tão você. — Murmurou encantada com o pequeno lugar aconchegante.

— Isso é bom?

Virou para Kara.

— Sim, perfeita, como a dona.

E lá estava à sensação em sua barriga outra vez, nunca tinha acreditado na expressão "borboletas no estomago" achava que era coisa de humanos, mas agora com Lena a olhando tão intensamente, sentia isso o tempo todo.

— Você diz essas coisas porque sabe que vou ficar sem jeito, não é?

Inclinando a cabeça para o lado e deixando um pequeno sorriso escapar no canto da boca, Lena deu de ombros com ar inocente.

— Só estou dizendo a verdade.

Com a sensação de formigamento no estomago, Kara a guiou.

— Sente-se e fique a vontade, a casa é sua. — Indicou o sofá. — Vou guardar suas coisas no meu armário, sim?

Assentindo Lena voltou a explorar o lugar com detalhada atenção ao invés de sentar.

Kara subiu as escadas e seus olhos fixaram na cama assim que a viu, elas tinham compartilhado a de Lena e até a sua, nas ultimas noites, mas agora, agora não ia existir impedimento algum, eram as duas sem ninguém para interromper ou sem sua força para atrapalhar.

Tocou o colar e o ativou, não precisaria de sua força ali, não naqueles dias.

Sentiu imediatamente o efeito sobre seu corpo, não era doloroso, apenas estranho, era como sentir algo se retirando.