Sentimentos por ela

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Lena abriu os olhos e os fechou de imediato a claridade que vinha da janela era muito forte e sua sensibilidade à luz logo a impediu de abrir os olhos por completo. Voltou a abri-los com um pouco mais de cautela, definitivamente aquele não era seu quarto, era o quarto de Kara.

O que fazia sentindo já que se estivesse na cobertura, nunca deixaria toda essa luz entrar.

Focou a visão em seu relógio de pulso.

— Merda! — Murmurou para si temendo acordar Kara.

Estava atrasada para o trabalho.

Nunca chegava atrasada, aquilo não era seu estilo, gostava da pontualidade. Virou para ver se Kara ainda estava dormindo, mas não conseguiu. Olhou para baixo e entendeu o motivo; Kara estava grudada contra seu corpo, com a perna esquerda jogada por cima das suas e o braço envolto de sua cintura e a mão... Oh...
Arregalou os olhos e conteve um ruído de surpresa que quase escapou de seus lábios.

— Meu deus! — Exclamou quase sem voz.

A mão de Kara estava, literalmente, de uma forma inesperada, muito inesperada, enfiada dentro do pijama tocando seu seio, tocando, quase riu, era simples demais para dizer; ela estava com ele inteiramente em sua mão.

A sensação turvou sua mente e teve que prender a respiração tentando pensar com clareza. A sensação até então não notada, estava se tornando muito presente e não era um incomodo, não, não era, era... Mordeu o lábio tentando evitar o pensamento, mas ele veio mesmo assim: Era malditamente prazeroso o toque dela. Por deus, Lena? Kara está dormindo, não é consciente do que está fazendo, controle-se. O comando ao seu cérebro foi inútil, pois sentir a mão dela ali a tocando tão intimamente era muito para lidar.

Fechou os olhos com força tentando controlar a respiração e essas sensações que o corpo estava emanando contra sua vontade.

Na noite passada deitar com Kara já tinha sido uma missão difícil, principalmente depois do momento que tiveram no quarto, mas agora? Aquilo era muito para sua sanidade.
Vinha reprimindo a atração que sentia por Kara desde a primeira vez que a viu, e achava que estava fazendo bem, mas desde que ela confessou ser Supergirl parece que algo tinha mudado nela, em si mesma, entre elas. O olhar de Kara estava diferente, sim, tinha algo neles, como se quisesse lhe dizer alguma coisa. Tentou não pensar, mas estava sendo uma missão tão difícil. Que grande ironia? Estava atraída pela prima do maior inimigo de seu irmão, Lillian adoraria ouvir sobre isso.

O pensamento quase a fez rir.

Lembrou-se do que a amiga contou sobre a Terra 30, outras delas vivendo como um casal feliz.

Balançou a cabeça.

Não podia mentir, muitas vezes tinha sonhado em ter Kara daquela forma, mas sempre afastava os pensamentos, as coisas entre as duas nunca seriam só elas, não naquela Terra, sempre haveria mais gente no meio e Kara, sua amiga, era boa demais para pensar nela desta forma, imagine? Alguém como Kara com alguém como ela?

Nunca.

Devia acorda-la, isso que devia fazer, era o certo a se fazer.

Voltou a morder o lábio se concentrando novamente na sensação da palma macia e quente cobrindo seu seio como um manto protetor.

— Kara. — Chamou, mas sua voz saiu quase inaudível, bom para qualquer um, mas não para uma mulher com super-audição certo?

O corpo quente se mexeu atrás dela, mas ao invés de se afastar como esperava, Kara se aproximou mais a puxando contra seu corpo firme e afundando o rosto em seu cabelo.

A respiração tranquila queimando sua nuca não indicava que Kara tinha despertado, ao contrario, ela tinha se ajustado para dormir ainda mais.

A mão também se ajeitou, dando um leve aperto em seu seio.

O outro lado de mim - SupercorpOnde histórias criam vida. Descubra agora