Capítulo 37

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-Seus sentimentos são tocantes. Todavia, acreditei que você fosse mais esperta. –O rei zomba.

Continuo estática em meu lugar sem qualquer reação. Seus olhos negros exalam tanta maldade que não consigo acordar do meu torpor.

-Observei você todos esses dias. Cada passo e atitude. Meu tolo filho achou que eu não saberia sobre suas ações e decidiu desviar do nosso plano. –Ele diz.

Frio percorre meu corpo quando ele pronuncia a palavra "plano". Meu coração começa a pulsar erraticamente e sinto uma leve tontura.

-O que você imaginou que aconteceria? Vocês dois sairiam sorrateiramente do castelo, cavalgariam por todo o reino e encontrariam um lugar para formar uma patética família? –O rei questiona com sarcasmo.

Meu cérebro lento não consegue acompanhá-lo por ter se fixado na insana ideia de que John poderia ter me enganado e me usado durante todo esse tempo. O rei se levanta da minha cama e começa a se aproximar lentamente, como um leão cercando sua presa.

Isso não é real! Não pode ser real!

-Meu filho jamais se casaria com você. Tudo aquilo não passou de uma farsa, uma atitude descabida de um garoto imaturo. Entretanto, não posso culpá-lo por desejá-la. Creio que todos os homens nesse reino querem você tanto quanto eu. –Ele fala.

As palavras do rei são como facas cravadas bem fundo em meu peito. A luxúria entranhada em sua face faz com que eu recue até que minhas costas toquem uma parede e não haja mais saída para mim.

-Infelizmente para todos os outros, você é inalcançável. –Arthur decreta.

Seus braços rodeiam as laterais do meu rosto e ele aproxima sua face da minha. Meu corpo está gelado e imóvel. É como se eu estivesse presa sob minha própria pele.

-Desde o momento em que meus olhos pousaram em você, soube que possuía algo de extraordinário. De alguma forma, o destino trouxe você para mim e dessa vez não vou deixar que escape. –O rei sussurra em meu ouvido e traça a linha da minha mandíbula com seu dedo.

Minha garganta fica seca e o ar falta em meus pulmões. Suas palavras atrapalham meu raciocínio e permaneço entorpecida pela maldade que seus olhos emanam.

Sem que eu esteja esperando, o rei coloca as mãos em minha cintura e, em um movimento, rasga uma parte da costura entre o corpete e o restante do meu vestido. Sua boca ataca meu pescoço e seu corpo pressiona o meu contra a parede sem delicadeza.

Uma dor forte se espalha pela minha coluna e isso descongela minha mente. Meu corpo esquenta com a repulsa do toque de Arthur e uma força desconhecida toma conta de mim. Dos pés à cabeça, sinto meu poder pulsar.

-NÃOOOO! –Escuto uma voz vinda da entrada do quarto.

Contudo,é tarde demais. Libero toda a energia contida em meu ser contra o homem que tenta violar meu corpo. Um clarão vindo do meu peito ilumina a tudo e me impede de saber quem adentrou no cômodo. Logo depois disso, resta apenas escuridão.     

     

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Olá, pessoinhas :D

Primeiramente, quero desejar um maravilhoso Dia das Crianças para todos! O que seríamos sem as nossas crianças interiores para instigar nossa imaginação, não é mesmo? 

Como esse capítulo ficou curtinho e também como uma forma de presenteá-los nesse dia especial, vou postar mais um capítulo além desse! Espero que gostem! 

Um beijão!

Coroa De Fogo - Livro 1 - Trilogia MestiçosOnde histórias criam vida. Descubra agora