Marcada Pelo Vampiro

Guerra

Pov/Kayla

        Guerra, palavra pequena com um significado absurdo para aqueles que já vivenciaram esse temor, não a outro significado para esse conflito além de raiva e medo misturados, as pessoas não entram em uma guerra só porque querem, muitas precisam lutar para que outras vivam em seu lugar! Isso é a maneira terrível que seres racionais conseguiram para tomar o poder de maneira mais fácil e rápido se assim podemos dizer, essa foi ação mais toxica já inventada em todas a vivência; Uma ação que estava prestes a embarcar por um bem maior.

       Dormir foi a última coisa que ocorreu naquela noite, mesmo com a exaustão batendo a porta não conseguiamos ter uma boa noite de sono, estávamos fazendo uso daquele ditado "Um olho no peixe e outro no gato" por conta de mantermos praticamente um olho aberto para ver sr nada de ruim aconteceria e outro fechado quase se entregando ao mundo obscuro dos sonhos.

          Resumindo a noite não foi a melhor. As dores causadas por batalhas anteriores foram curadas restando apenas vestígios de dor, eram poucas as vezes que sentia alguma dor agonizante fazendo os  olhos fecharem e um suspiro nervoso sair dos labios.

            Zayn tinha tomado o coquetel como os demais e o que restava era aguardar que aquilo fizesse um efeito negativo sobre o pequeno, os tremores noturnos melhoraram segundo Sun que passou a noite velando o vampirinho de perto, o nervosismo só aumentava com o passar dos minutos e o nascer da aurora a lua somente se mancharia de vermelho quando o dia começasse a escurecer dando tempo o suficiente para nós preparar para o confronto.

           Meliarte tinha do seu lado uma matilha inteira de lobos e um bando inteiro de vampiros ao seu dispor, enquanto apenas tínhamos 8 pessoas de diversas raças e alguns sem nenhum preparo para a luta como no caso de Zayn, aquilo não seria uma brincadeira infantil, nossa vida dependia do resultado dessa guerra.

         Meus olhos vagaram pelas copas cheias e escuras das arvores e o pensamento obscuro surgiu de imediato como se já estivesse pronto para ser fundamentado, o solo do lugar logo estaria banhado de sangue e o cheiro suave trazido pelo vento seria impregnado pelo odor metálico, a norte estaria passeando pelos corpos caídos apreciando o espetáculo mortífero. Sabia que depois dessa guerra minha vida e meus pensamentos não seriam os mesmos, temia mudar tanto ao ponto de nem ao menos me reconhecer mais quando olhasse no espelho.

          A guerra muda as pessoas drasticamente, pois não são todos que tem coragem de ver um corpo cair inerte no chão sem vida e permanecer com a consciência estável e sem perturbações, eu mesma viveria com os tormentos frequentes nos sonhos por vivenciar tanto em menos de meses. As vezes gostaria de não ter entrado na floresta para salvar Zayn, de não ter pego aquele livro maldito e lido com a curiosidade se acumulando nos poros, as vezes queria não ter feito tudo o que fiz, mas hoje e tarde para lamentar e querer voltar atrás o importante e o que vira e não o que já foi.

          Suspirei olhando para o arco novo dado de presente por Reya, a bruxa estava mesmo disposta a sair ganhando com tudo aquilo, a aljava pesava de cheia sobre as costas pronta para ser esvaziada. Na cintura estava descansando uma pequena faca de caça no caso de algum imprevisto, como Sun mesmo disse "Pronta para morrer".

            A distração foi tanta que não percebi quando alguém se aproximou colocando suavemente a mão sobre o ombro esquerdo.

         Raven: Deveria ficar calma, esse nervosismo todo só vai fazer você sofrer um ataque antes da hora, vai dar tudo certo, confie no que digo!

           Era bom ver o sorriso surgir nessa hora preocupante, uma raridade na guerra era sorrisos e alegria, Raven sabia do peso sobre os ombros e continuava sorrindo como se aquilo não fosse nada senão um passarinho folgado. Com ela do meu lado sentia que todo o que sufocava poderia diminuir de uma maneira que pudesse respirar facilmente, amigos eram para isso! Fazer o peso ser dividido e ajudar a andar quando os pés doerem demais para isso.