Marcada Pelo Vampiro

Grito de medo

Pov/Kayla

       Minha consciência tentou achar uma resposta lógica para todo a confusão que se formou em instantes, foi espécie contra espécie, olhos mais intensos que o normal e o cheiro do sangue se alastrando pelo campo mais rápido do que pude perceber. Aquilo tinha virado uma loucura surreal, não me lembro muito dos fatos que cercam a lua de sangue, mas um dos que lembro era da loucura se sobrepondo a racionalidade fazendo os instintos primitivos virem a tona.

       Não importava a raça, não importava o controle que possuia, tudo isso virava poeira ao vento quando o assunto era o evento macabro e temido pelos da minha raça. Ainda lembro de quando era pequena e ouvia os rosnados brutais se juntando as investidas contra as portas vizinhas, a noite que isso acontecia era como se fosse o inferno na terra, éramos obrigados a ouvir gritos de desavisado e não irmos ajudar.

       Senti o coração acelerar e a respiração ficar ofegante na medida que evitava as lutas para alcançar últimos lugar alto para ne proteger e atacar como podia, ser uma arqueira em uma guerra corpo a corpo era complicado, mas podia me esforçar para ajudar no máximo.

        O cheiro forte de enxofre e sangue dava náuseas, a cabeça doia na região temporal enquanto o corpo sofria os efeitos da recuperação precoce causada pelo sangue negro de Sun, era nesses momentos de dor que meus pensamentos voltavam para Zac lutando entre os outros correndo riscos enormes de morte, eu podia muito bem não ter mais a visão dos seus olhos vermelhos e dos sorrisos um tanto sarcásticos, a guerra levava o que fosse preciso para mostrar como era mortífera e Issac podia muito bem ser um desses a ser levado, não queria pensar naquilo, mas parecia inevitável.

          Kayla: Se concentre!! Os outros estão bem.

        Suspirei, eu deveria manter o foco principalmente com a morte andando atenta pelos corpos mortos e pelos prestes a morrer, ninguém pensaria duas vezes antes de me matar por um pouco de sangue para sua senhora. Os pés deslizaram pela terra quando o corpo se inclinou para trás vendo por um tris um bastão não acertar meu rosto, agachei mantendo as mãos próximas ao rosto e os pés um pouco afastados em uma posição de defesa, ouvi um grunhido insatisfeito seguido do objeto de madeira cortando o ar pela velocidade aplicada, quando a pessoa atacou novamente o bastão acertou meu tronco soltando no vento um gemido dolorido.

          Os olhos arregalados tinham um tom de sadismo e desejo de morte mesclados a cor bonita, não estava hipnotizada, mas descontrolada seguindo os instintos primitivos e possessos de prazer pela dor alheira, era horrivel como apenas uma cor avermelhada podia causar tantos estragos a seres com tantos limites e domínio próprio. Minha perna arrasou pela terra dando uma rateira rápida na menina, o bastão saiu de suas mãos indo para um pouco longe sen demorar muito subi no corpo ainda caido segurando firmemente as mãos acima da cabeça, o que não pensei no momento foi em seus pés soltos.

        Meu corpo foi jogado para atrás com o impulso provocando pelas pernas fortes da loba, a terra invadiu minha boca em partes e a queda causou um ralado no joelho direto e nos cotovelos, o arco saiu das minhas costas de alguma maneira indo parar junto ao bastão, segurei a terra seca em minhas mãos quando a loba ameaçou atacar, em um golpe baixo atirei nos olhos atentos da menina provocando uma leve cegueira.

        Não existe lado bom ou ruim em uma guerra, apenas o que você resolveu seguir, em ambos os lados pessoas morrem ou matam com tudo o que tem fazendo assim serem tão ruins quanto aqueles que os atacam. Com a distração corri para dar segurar os braços imobilizando desta vez as pernas também, ela caiu de mal jeito soltando um grito dolorosa que foi cessado com uma pressão na região do pescoço com o meu braço.

        Me recusava a matar alguém que não fosse um demônio, mesmo que meu passado fosse cheio de mortes causadas por mim sem motivo além do ódio contra as espécies não o faria tinha aprendido a conviver com seres diferentes de mim e não seria uma guerra a tirar isso. Respirei ofegante me levantado com rapidez recebendo em troca uma tontura, essa guerra já estava indo longe demais e deveria parar com urgência, olhei para cima vendo a cor vermelha preencher uma parte minima da lua, logo esse lugar seria presenteado com  a imensidão do vermelho escuro do satélite natural.