|| Capítulo 15 ||

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Scarlett não gaguejou ao perguntar imediatamente: "O que você disse?"

- O bebê. Todo esse estresse não faz bem pro bebê, talvez tenha que relaxar um pouco.- Repetiu Joe, ainda sem encará-la. Ele sorria para o horizonte e, como a policial não esperava isso, ela engoliu em seco. O cowboy então, continuou.- E pelo seu silêncio, suponho que eu esteja certo.

- Não tinha certeza?- Ela não acreditou que caiu tão facilmente num blefe.

- Só suspeitava.- Ele a encarou, confortando-a com o olhar.

- Como?

- Eu estava na sua casa quando o hospital ligou avisando que você poderia buscar os exames.- Ele pigarreou.- Atendi o telefone e então passei o recado para Jordan. Achei estranho que depois, ele não tenha comentado nada sobre isso. Mais tarde, eu estava assistindo um filme com Arthur e Briella quando ela atendeu uma chamada sua, e então pediu licença. Saiu pulando pela varanda, até ficar bem perto do rio, toda animada.- Joe olhava para Scarlett, que escutava atenciosamente a linha de raciocínio dele.- Eu poderia ter olhado no computador da Bea. Essa informação provavelmente está sendo comentada no grupo de vocês, mas decidi que isso não tem a ver comigo. Esperei meu irmão vir com a boa notícia de que seria pai, mas até agora, nada.

Scarlett se manteve em silêncio, e depois respirou fundo.

- Eu vou contar pra ele.- Disse, derrotada.- Mas ainda estou tentando lidar com a surpresa. As meninas me ajudaram a encarar isso como uma boa notícia, parece mais fácil agora.- Ela evitava que os olhos ficassem marejados.- Sabe, em menos de um ano eu me casei com um homem que pouco conhecia, adotei uma criança, meu irmão voltou, minha melhor amiga foi sequestrada pelo pai verdadeiro e eu estou grávida. É muito pra administrar.

- Eu entendo, Scarlett. Não consigo imaginar o que está passando. Mas tenho certeza que esse bebê vai trazer o alívio e a paz que nossa família está precisando.

Ela sorriu, se rendendo.

- É, é. E também temos o senhor Jordan Coleman. Coisas boas acontecem em meio ao caos, afinal.

- Espero que ele não adote o sobrenome. Vou me sentir abandonado.- Eles riram.- E mais uma coisa, Scarlett. - Ela o encarou, esperando que continuasse.- Você é ótima em cuidar dos problemas dos outros e resolvê-los. Mas se dê um tempo, tudo bem? Sei que não vai descansar até descobrir sobre a morte dos meus pais, mas precisa. Agora não é só sobre você. - Joe apontou com a cabeça para a barriga dela. A mulher sorriu, inclinando-se para abraçar o cunhado.

- Eu sei.

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- Isso é estranho.- Disse Beatrice, pensativa, com a cabeça apoiada num taco de sinuca.

- O que é estranho?- Maeve riu.- Você estar perdendo?- Ela acertou a bola verde dentro da caçapa.

Bea bufou, andando pela sala de jogos e tocando nas coisas.

- É estranho fazer isso sem o Joe.- Ela sorriu de canto.- Ele quem me ensinou a jogar sinuca. Eu sempre perdia para ele, mas costumava dizer que, se eu errava, era porque Joe era um mau professor. - Beatrice sentou na mesa, olhando curiosamente para o lustre baixo em cima da mesma.

Maeve cruzou os braços, deixando o taco de lado.

- Você citou esse Joe algumas vezes semana passada. Quem é ele, afinal?

Beatrice respirou fundo, e então sorriu.

- Para dar um título, ele é o meu namorado.- Os olhos da menina brilharam.- Mas não existe uma forma de descrever o papel que Joe faz na minha vida, de verdade. Ele é meu amigo. Meu confidente. Meu amante. Cúmplice. Professor, de quase todas as coisas.- Ela suspirou dolorosamente. - Sinto falta dele.

[Livro 2] Onde cê tá meu amor? [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora