|Capítulo 23|

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Beatrice entrou na cozinha mas, ao ver Alfred sozinho ali, deu meia volta e saiu. Infelizmente, ele a avistou.

- Bea, Bea, espere.- Não era justo que ele fosse mais rápido. Tinha um pano sobre os ombros, que, hoje, estavam mais caídos. - Não consegui parar de pensar na noite passada.

Ela revirou os olhos.

- Não é a primeira vez que escuto isso.- Bea não gostava mais de ser essa garota metida e cruel, mas não via outras opções se não bloquear Alfred Wilson de vez.

- Eu...preciso me desculpar.

- Já fez isso.- Ela tentou passar, mas, mais uma vez, o garoto colocou seu corpo frente ao dela.

- Preciso de uma segunda chance com você.

Bea riu, incrédula.

- Não entende mesmo, Alfred? Eu pensei que estivesse sido clara: Eu estou namorando. E estar longe de Joe não significa nada. Nós ainda estamos juntos.

- Isso eu entendi. Estou pedindo uma segunda chance para ser seu amigo. Eu estraguei tudo, mas a coisa mais valiosa que existe em Dooferhill é você, e não posso perder isso por uma besteira.- A garota também já tinha escutado isso antes.

- Não, não, a coisa mais valiosa que existe em Dooferhill é aquele quadro do Edvard Munch, pode apostar.- Ela apontou para um grande quadro sobre a lareira, onde uma figura humanóide gritava.

Alfred suspirou, cansado.

- Não vou suportar todo esse tempo olhando pra você sabendo que pisei na bola. Eu prometo, Beatrice, por tudo, que nunca mais vou ser uma pedra no sapato para você e Joe.- Ela bufou. Depois da briga que teve com Diane, não gostava da ideia de estar brava com ninguém.- Por favor.

- Como posso te punir caso você não cumpra com a promessa?

Ele riu, aliviado.

- Pode me forçar a beijar aquele sapo.

- Isso seria adorável!- Ela riu.

- Venha, estou fazendo pipoca.- Beatrice seguiu Alfred até a cozinha e se sentou na bancada.

- Já fazem duas horas. Não temos nenhuma notícia deles. O que acha que está acontecendo?

- Hã, não tenho ideia.- Ele se esforçava para olhá-la da maneira mais normal possível. - Mas Roman parecia irritado.

- É disso que tenho medo.- Beatrice mordeu o lábio inferior, frustrada. - E a senhora Wayne, não disse nada?

O outro ergueu uma sobrancelha.

- Você sabe como ela é. Disse: "Deus sabe o que faz" e está até agora trabalhando na horta.- Os dois riram.

- Isso parece bom.- Beatrice pulou da bancada para ir até a panela, mas não percebeu o pendente preto sobre sua cabeça. Bateu nele com força.

Alfred correu para ajudar, mas não conseguiu disfarçar a risada.

- Desculpa.

- Eu sou uma idiota e você se diverte.- Ela tinha a mão sobre a testa, e ele tentava tocar a região para verificar. - Quem foi que colocou isso aí, ein? Não é um lugar estratégico.

- É um lugar estratégico para quem quer iluminar a cozinha e deixar ela bem decorada. Mas, que pena, não pensaram que uma pobre garotinha pularia da bancada.

Ela segurou um riso e o empurrou com o cotovelo.

- Vai rindo enquanto sua pipoca queima.

Alfred se apressou ao desligar o fogo enquanto murmurava "Wayne vai me matar".

[Livro 2] Onde cê tá meu amor? [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora