|Capítulo 21|

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Segurar um  Joe nervoso era algo difícil para um homem em um não mais perfeito estado como Peter Coleman. A sorte era que Crystal estava com eles, se colocando entre os dois cavalheiros, o que impediu que Joe avançasse em um Edgar sorridente.

O anfitrião da Pejari conseguiu correr até eles antes que uma briga desnecessária começasse. Ele precisou de um tempo para recuperar o fôlego, enquanto Marian se oferecia para ser um apoio.

- Edgar? O que faz aqui?- perguntou o Coleman ao rapaz.

Ele ainda era o mesmo. Pele preta, cabelo baixo, olhos pretos que mais pareciam de um gato, agora um pouco mais magro e menos malhado que antes, as olheiras um pouco mais profundas. O sorriso branco continuava ali.

- Senhor Coleman, é bom ver que está melhor.- Ele não ousava se afastar de seu carro. Sequer o desligou. -Estive acompanhando os jornais e torcendo por sua recuperação.

Peter ofereceu um sorriso educado. Se lembrou de como já teve um grande apreço por esse rapaz. Ele sempre fora bem humorado e educado, e a única coisa que o impedia de ser um genro perfeito era que, bem, Beatrice não o amava. Assim, Peter Coleman não conseguia apoiar um relacionamento onde só uma das partes se comprometia totalmente. Era triste ver a forma como Edgar Williams se dedicava a agradar Beatrice. Por esse motivo fora tão difícil compreender que esse mesmo rapaz havia se envolvido em tantas coisas erradas e, principalmente, ter ameaçado sua filha.

Peter fechou os olhos e soltou um suspiro cansado, cruzando os braços. Era inevitável a decepção de estar de frente para alguém que não era quem dizia ser: O tráfico de drogas, a fuga, as mentiras...

- Obrigado. - Respondeu o Coleman de forma seca.- Eu estou melhor.

- Você não vê, Peter?- Joe se intrometeu.- Ele está tentando nos enganar. Deixe que eu me livre desse pedaço de...- O homem mais velho colocou a mão no peito do Hammar para que ele parasse.

- Edgar, você não deveria estar...preso? - Perguntou, tentando se manter calmo.

- Saí há duas semanas.- Explicou ele.- Pode perguntar para a sua policial.

- Não será necessário, eu ainda acredito em você. - Peter tentou transmitir confiança, enquanto Joe bufava. - O que te traz aqui?

É claro que Joe não queria que Peter o tratasse com educação. Outros também odiariam que seu sogro fosse tão receptivo com o ex namorado da atual namorada. Mas, por respeitar seu sogro e patrão, ele se afastou um pouco, relutante.

- Bem.- Edgar vacilou o olhar entre o dono da Pejari e Joe, como se temesse que o cowboy partisse para cima dele.- eu soube o que aconteceu com a Bea. O pai dela é o dono da WellWine, certo?

- Sim.- Peter confirmou.- Você sabe alguma coisa sobre ele?- Estavam há tanto tempo reunindo qualquer migalha de provas contra aquele Atwell maldito que o Coleman se sentiu feliz por aquela visita.

- Sobre ele, exatamente, não. Mas me preocupei ao saber que ela estava nesse meio. Não sei se é seguro.

- O que é que você sabe que nós não?- Joe perguntou, agora em tom calmo.

- Eu nunca vi o nome do cara envolvido com o que eu sei...mas a WellWine...- O outro coçou a cabeça.- Quando eu fugi da polícia...

- Pensilvânia?- Peter sugeriu, se lembrando das notícias. O outro fez que sim.

- Eu fugi para a Pensilvânia porque o meu chefe prometeu abrigo por lá. Segundo ele, era amigo de um cara que poderia me conceder esse favor. - Edgar suspirou. Não parecia uma história da qual ele se orgulhava.- Eu fiquei trabalhando nos depósitos da WellWine enquanto a polícia me procurava. Lá, conheci um homem que me arrumou uma identidade falsa, roupas novas, um celular.

[Livro 2] Onde cê tá meu amor? [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora