||Capítulo 40||

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Observação da autora: Para quem não sabe, esse que está cantando na mídia é o James Maslow, o homem que originou o personagem Joe da nossa estória. E a música é a mesma que ele cantou no capítulo.

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Era o terceiro final de semana que Joe passava em Dooferhill desde a descoberta da gravidez.

O jovem casal estava agora na biblioteca, e o silêncio predominava entre eles.

Beatrice, deitada no peito de Joe, lia o livro "Moby Dick", enquanto o cowboy tinha uma das mãos em sua barriga que, certamente, crescia com velocidade.

Bea escutou seu companheiro resmungar e se remexer. Olhou para ele enquanto, com a outra mão, esfregava os olhos após acordar.

- Boa tarde.- Falou ela, o olhar de interesse voltado para o livro.

-Ah, eu dormi de novo.- ele reclamou.- Me desculpe. Não foi quando você estava falando comigo, foi?

Ela sorriu abertamente.

- Não.- Respondeu.- Eu estava lendo e você me observando. Não sei em que momento dormiu.

- Você é quem está grávida e eu que estou dormindo demais.- Brincou Joe.

- Você anda muito cansado.- Começou Bea, fechando o livro e se sentando para encará-lo melhor.

- É...- Ele não tinha muito o que dizer.

- J, eu sei que está se matando no trabalho, e você sabe que não precisa disso.

- O quê? - O rapaz arregalou os olhos.-Não, não estou. Estou fazendo tudo como fazia antes.

Bea torceu o nariz e estreitou os olhos.

- Você se esqueceu que eu tenho contato de pessoas da fazenda também?- Ele jogou a cabeça para trás, revirando os olhos.- Meu pai já te disse que não precisa se sacrificar tanto!

- E se eu não cuidar dos meus animais, quem vai?

- Eu sei o quanto os ama, Joe, mas não é só sobre isso! Além da pecuária, você insiste em vistoriar a produção, empacotamento e até a venda das maçãs, além de garantir o funcionamento das máquinas, e...e...- Beatrice não passaria o dia falando todas as atribuições dele. Demoraria muito. - Ei, Joe, aquela fazenda é enorme e você é só um!

- Esse é o meu trabalho.

- Não, não é.- Ela quase grunhiu.- Todos os meses Peter contrata pessoas novas para distribuir melhor o trabalho e tirar o peso de suas costas. É você quem não aceita.

- Bea...

- Não.- o interrompeu.

- Mas...

- Joe.- Ela o cortou novamente.- Todos os dias vemos histórias de pessoas que se sentem vazias por não ter os pais em casa, ou, se não, os pais trabalham tanto para dar uma vida de rei para os filhos que se esquecem do mais importante: Do amor, da presença. Sei o que quer fazer. Sei das suas melhores intenções. Mas nós não seremos esses pais. - Afirmou ela, se lembrando com muito pesar de sentir falta de Judith em tantos momentos da vida.- Sei que quer se dobrar por seu trabalho, quer ser um pai que possa dar tudo pro nosso filho. E está certo mas... não assim.- Joe baixou a cabeça e se deitou no colo da namorada. Os olhos estavam marejados. Ela beijou o topo de sua cabeça.- Por favor, não fique esgotado para nós, tá bom?

Joe não respondeu. Desde que digeriu a ideia de ser pai, uma única coisa não saia de sua mente: Beatrice teve uma infância de princesa. Ela tem não só um, mas dois pais cheios da grana! E Joe não poderia permitir, por não ter dado "sangue azul" para seu filho, que ele não tivesse um padrão de vida como os outros da família. Simplesmente não permitiria. Ele gostaria de dar tudo que pudesse para essa criança, sem depender de Peter ou Roman, mas apenas ele. E isso era indiscutível.

[Livro 2] Onde cê tá meu amor? [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora