Lucien pensou que seu melhor amigo estava enlouquecendo. Colocou uma das mãos no pescoço do outro, tentando acalmar sua agitação enquanto olhava fixamente em seus olhos. Quando a respiração de Roman se regulou, o outro perguntou, calmamente.- Por favor...do que está falando?
- Nós dois fomos tão ingênuos em pensar que, depois de terem conhecido Natalie, nada de pior viria.- Ele olhou para além da janela, incrédulo.- Esquecemos que se tratava dela, Lucien. Dela. - O Atwell apoiou a cabeça entre as duas mãos. - Natalie disse aos Coleman que eu a estuprei. Esse foi o motivo pelo qual ela não ficou com a criança. Eu a estuprei. Eu.
Lucien encarou seu amigo por longos segundos. Não iria perguntar "O quê?". Por mais que fosse absurdo, ele tinha entendido perfeitamente e sabia que, vindo de Natalie, isso era possível.
- Deveríamos tê-la matado quando descobrimos que vendeu a criança - Comentou Lucien entre dentes.
- É, deveríamos. Mas você se esqueceu que éramos dois jovens idiotas que admiravam exatamente tudo que ela fazia.- Roman suspirou , antes de atirar o abajur que ainda estava intacto, no chão.
- Eu pensei que todo esse ódio de Beatrice, toda essa, toda essa maneira...- Lucien estreitou os olhos.- Tudo isso era apenas porque não a trouxemos da melhor maneira. Não pensei que isso tivesse a ver com aquela maldita...- Lucien respirou fundo.- Me explique melhor. O que Charlie te disse?
- Ele disse que uma das amigas da Bea é investigadora. Quando ela conduziu o filho de Peter até a delegacia para pedir que a localizassem, o garoto explicou que esteve em Paris. E Natalie disse a eles que não poderia ajudá-los porque "Lembrar de Beatrice era como lembrar um dos piores eventos de sua vida." Você consegue acreditar?
- Sinceramente? Sim.- Lucien bufou levando as mãos até a cintura. Pensou um pouco, e depois concluiu.- Certo. Vou até Paris esta madrugada e vou forçar Natalie Carpentier a cuspir todas essas mentiras sujas para os Coleman antes que sej...
- Não.- Roman massageou as têmporas.- Não, não, eu já disse, Natalie não é mais um problema nosso. Ela vai cair sozinha. Ela já tem tudo de pior. É uma perturbada, mentirosa, ambiciosa e cheia de si. Já é infeliz o suficiente. Além do mais...- Ele pausou sua fala, olhou para cima e pensou um pouco.- É isso. Ela vai cair sozinha. Pense bem, meu caro Lucien: Ela não tem nenhuma prova contra mim, e a única prova que existe é que ela vendeu nossa filha assim que nasceu. Posso reunir provas por toda a Inglaterra e França de que eu procuro Beatrice há quinze anos! E o que ela tem? Suas mentiras. Vai ser chamada para depor e terá que inventar outras para não vir aos Estados Unidos. No final de tudo, as únicas provas que terão são as acusações infundadas. Isso vai me ajudar a ter a guarda total de Beatrice. Se formos atrás de Natalie, podem me considerar culpado.
- Certo.- Lucien assentiu.- Minha vingança pessoal contra Natalie terá que ficar para depois. Mas...e agora? Os Coleman pensam que Beatrice vive na casa de um monstro! O que faremos?
Roman não respondeu de imediato.
- Eu não me importo com o que os Coleman pensam. Se depender de nós, eles não a terão de novo. É passado para Beatrice. Além do mais, tenho pessoas que estão protegendo o nosso endereço, porque pedi o afastamento deles até a audiência. Disse que não me sentia seguro com a família que tirou ela de mim estando perto.
- Foi esperto. Como pensou nisso sem mim?- Lucien brincou.- Enfim, pelo que estou vendo, nosso único problema agora é Beatrice. Ela tem uma impressão errada sobre você. Vai falar com ela?
- É, esse é o problema mesmo.- Roman passou as duas mãos no rosto com calma, antes de olhar para o outro.- Porque eu não vou contar.
Lucien não conseguiu dizer nada, mas sua expressão era claramente uma indagação.
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[Livro 2] Onde cê tá meu amor? [Concluída]
AléatoireLivro 2 | Onde cê tá meu amor? Beatrice Coleman finalmente se rendeu ao amor de Joe Hammar e, com o propósito de ser uma pessoa melhor, está disposta a lutar por isso. Ela só não imaginava que o destino colocaria todas suas convicções à prova de tal...