||Capítulo 25||

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Trigger Warnings| Aviso de gatilho:

Trago um aviso de gatilho neste capítulo para proteger alguns leitores,  pois serão anunciadas cenas potencialmente "cruéis/ pesadas" que podem gerar desconforto no telespectador. Se você se sente mal ao ler/ouvir/imaginar situações que envolvam: Automutilação, transtornos alimentares ou deterioração da própria imagem, com sinais de baixa autoestima, sugiro que não leia esse capítulo. Se preferir, peça nos comentários um resumo que eu não me importo em fazê-lo para que você continue normalmente a leitura da estória.

Aos outros, tenham uma boa leitura.

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A noite de Roman Atwell não fora tão boa. Mas ele não sabia, naquele momento, que poderia piorar.

Ele tentou dormir, diversas e diversas vezes, mas apenas se remexia na cama.

Acendeu o abajur e olhou para o quarto. Alguma coisa não parecia estar certa. Foi ao banheiro, olhou pela janela, onde Snooper e Blabber faziam sua ronda canina de todas as noites no jardim. Talvez, sua inquietação fosse fome ou sede, mesmo que ele não estivesse sentindo. Não custava nada ir até a cozinha para ter certeza, se isso o ajudasse a dormir.

Roman desceu as escadas tentando não fazer barulho algum, porém, antes de chegar ao andar de baixo,  ouviu um som estranho. Um barulho qual, percebia agora, não era a primeira vez que escutava nos últimos dias. Do seu quarto, aquilo parecia algo externo, vindo da floresta, do jardim, do lago, não importava. Mas agora que estava fora de seu quarto, Roman percebia claramente que aquilo vinha da casa, e ele precisava descobrir.

Roman seguiu o som. Por vir do corredor do quarto de sua filha,  seu coração se disparou, assim como suas pernas, em direção ao quarto dela. Seria Beatrice sonâmbula?

Escutou-se alguns gemidos de dor e, mais uma vez, outro barulho indecifrável e oco. O que fez com que Roman corresse até a cômoda no corredor para pegar a chave reserva do quarto dela, foi o choro baixo que escutou. Sua filha não estava bem.

Abriu a porta sem grandes estrondos, e entrou a passos lentos. A primeira coisa que seus olhos encontraram fora o corpo pálido de Beatrice debruçado sobre o vaso.

O som do choro doloroso estava mais alto agora, e ela tentava reprimi-lo falhamente.

Ao escutar os passos dentro de seu quarto, Bea alcançou uma toalha na pia e limpou sua boca. Na porta do banheiro, Roman não sabia o que fazer.

Queria dizer "Eu avisei que não comer direito não te faria bem!" Mas, algo lhe dizia que não era isso. Não foi apenas isso. Talvez, ele tivesse que ter sido mais firme, agarrado-a pelo ombro e a forçasse a se alimentar, mas aquilo não adiantaria. Ele viu, no olhar vazio de Beatrice, iluminado pela lua através da janela do banheiro, que não era só isso. E precisava perguntar, mesmo temendo a resposta.

- O que você está fazendo?- ele perguntou, agachando-se ao lado dela. A garota tentou fugir dos braços de seu pai, o empurrando com os pés e se encostando no box do banheiro. Não durou muito, ela estava fraca.

Roman conseguiu arrastá-la para fora do banheiro, chutando uma garrafa de vinho para longe deles. Agora, Beatrice chorava desesperadamente, enquanto, da mesma maneira, ele tentava secar suas lágrimas.

Ela olhou para o espelho em frente aos dois. Via o reflexo do Atwell atrás dela, tentando falhamente prender seu cabelo suado.

- Isso está acontecendo. Eu odeio você. - Foi como uma flechada no coração de Roman. Ele sabia que uma hora ou outra ouviria isso de uma filha adolescente, mas nunca pensou que seria daquela forma. - Eu odeio, odeio você. - Bea repetia.

[Livro 2] Onde cê tá meu amor? [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora