A atenção de todos foi voltada para a escada. Beatrice estava parada, encarando os homens na sala, as lágrimas caindo sem controle.
Desceu as escadas em velocidade.
- Não corra na escada!- Peter e Roman disseram ao mesmo tempo, preocupados com a filha.
Não tiveram tempo de trocar olhares frustrantes, pois a tensão entre os dois foi cortada quando Bea entrou no meio e abraçou Peter.
Com o choque dos corpos, o Atwell sentiu algo dentro dele ruir, mas não seria tolo a ponto de tentar separá-los. Precisava se conformar que um dia isso aconteceria, mesmo que ele não quisesse. Agora, sua filha estava ali, nos braços de outro que ela considerava seu pai. Ele observou que Beatrice nunca o abraçou com tanto desespero, nunca se entregou tanto às emoções como fazia agora com Peter.
Não podia permitir que sua mente os comparasse. Eles não se viam há muito, e o único e verdadeiro culpado de tudo era ele, como bem entendia.
Ninguém contou exatamente, mas o abraço de Peter e Beatrice durou um minuto inteiro, um longo minuto. Agora, o homem a avaliava, certificando-se que estava inteira.
- Como você está crescida...- dizia entre lágrimas.- Olha só esse cabelo...- ele passava as mãos pelas longas mechas castanhas.- Esse sorriso, como senti falta desse sorriso...- Peter começou a limpar o rosto molhado da filha.
- Nunca mais prometa que irá me buscar no dia seguinte.- Ela puxou o pai novamente para um abraço. Não acreditava que ele estava ali. Sentia que acordaria de manhã e nada daquilo seria real, apenas o vazio.
- Me desculpe querida, me desculpe por...
- Não, não se desculpe.- ela encarou os olhos verdes do pai.- Você não tem nada, nada para se desculpar, apenas eu, e vamos deixar isso para depois.- Ela não se aguentou e puxou o pai para um abraço pela terceira vez. Só então avistou os cabelos loiros de Arthur atrás dele.
Beatrice apertou os olhos molhados para ter certeza que enxergava bem e caminhou até ele. Se aconchegou dentro do abraço do irmão e deixou que as lágrimas descessem livres.
- Não acredito que estão aqui...eu senti tanta falta.- disse, beijando o rosto do irmão.- Eu amo você. Amo muito você.
Em outras ocasiões, essas trocas de afeto não aconteciam entre Arthur e Beatrice, mas nessa era permitida.
Após alguns minutos, ela se dirigiu até Jordan.
- Meu novo irmão. Ou mais velho, no caso.- eles riram, e Bea o abraçou brevemente.- Também senti sua falta. Como estão as coisas por lá?
Eles conversaram um pouco, trocando informações sobre os amigos e, principalmente, Scarlett.
Beatrice caminhou até Joe e o recebeu com um beijo.
- Por que não me avisou nada?
- Não seria seguro e não seria surpresa.- ele acariciou a barriga dela. Peter coçou a cabeça.
- De fato, eu não consigo me acostumar com isso ainda.- ele observou um pouco mais a barriga.- Dois netos de uma vez só...Scarlett já está quase lá. -Comentou.
- Nem me fala.- respondeu a menina, correndo para se aconchegar nos braços do pai, garantindo que, nem ele nem seu perfume fosse embora. Perfume que a fazia lembrar da fazenda, das festas, de casa e da sua infância. Se segurou para não chorar novamente.
Só então Bea lembrou-se onde estava, e recordou que Roman permanecia no mesmo lugar, sem mover um músculo.
Ela se virou.
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[Livro 2] Onde cê tá meu amor? [Concluída]
DiversosLivro 2 | Onde cê tá meu amor? Beatrice Coleman finalmente se rendeu ao amor de Joe Hammar e, com o propósito de ser uma pessoa melhor, está disposta a lutar por isso. Ela só não imaginava que o destino colocaria todas suas convicções à prova de tal...