|Capítulo 52|

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A noite divertida de banho foi substituída por lágrimas e revelações de segredos. Beatrice se sentiu obrigada a dividir com seu marido e melhor amigo o segredo da carta que Lucien deixara. Ela contou tudo. Sem ter o que dizer e sem achar justo esconder aquilo de Roman, ele apenas se contentou em ouvi-la e segui-la, sem dar sua opinião sobre o assunto.

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Joe e Beatrice Hammar estavam de pé antes de todo o hotel. Decidiram por tomar café na rua mesmo. A menina mandou mensagem para seus pais, avisando o cronograma de hoje e que, se não respondessem, não precisavam se preocupar. Ela não informou para onde iriam ou o que iriam fazer. Esse sim era um segredo que a garota compartilhava apenas com Joe, e não poderia contar com mais ninguém.

Tomaram café expresso e comeram torradas inglesas em uma pequena lanchonete na mesma rua do Edifício Royal Liver, que era uma belíssima vista para começar o dia.

Depois, seguiram para o parque que Beatrice jurava ter descoberto nas pistas que Lucien a deixou, pistas as quais, segundo Joe, eram sinistras e incoerentes.

Estavam no Sefton Park.

Apesar de parecer otimista, a grávida não sabia bem como encontrar o que procurava. Ela não sabia exatamente o que procurava. Esperava que sua conexão com Lucien Delance a fizesse entender no momento em que avistasse o que quer que fosse, mas, depois de uma hora e meia, Bea estava quase desistindo.

Talvez Lucien não tivesse deixado nenhum recado subentendido. Talvez o google maps estivesse errado. Talvez ela mesma estivesse enlouquecida, e seu marido tinha razão.

Ela falou para Joe para que levassem o passeio como um simples passeio, e não como se estivesse se frustrando com pistas idiotas. Sabia que até ele estava percebendo seu cansaço mental.

O rapaz segurou a mão esquerda de Beatrice e chamou sua atenção para si. Os olhos verdes dele contrastavam com toda a paisagem verde e azul, fria e bela. O cachecol vermelho em seu pescoço fazia par com o sobretudo azul escuro. A menina chegou a conclusão que Joe era lindo de todas as formas. Com roupas de cowboy ou como um europeu na neve. Sorriu para ele.

- Por que não descansamos um pouco?- sugeriu, beijando a mão dela.- Nosso pequeno não está reclamando de fome?

Beatrice esteve tão ocupada que nem mesmo percebeu que já estava com fome. Joe colocou a cesta que carregava no banco do parque.

- Vim preparado para este momento.- Ele sorriu, abrindo a cesta de piquenique, revelando as frutas frescas, pães e roscas. Ele se prontificou e estendeu o forro típico e xadrez na grama verdinha.

- Você é um ótimo pai.- Declarou ela. Quando se levantou, ele segurou o rosto da menina com as duas mãos e a beijou.

- E marido?

- Também.- Eles riram.

Tiveram um ótimo piquenique.

Joe tirou o telefone do bolso somente uma vez para mandar foto do que comiam para passar vontade em seu irmão, Jordan.

Bea se encostou em uma árvore e o observou. O cowboy inclinou o celular para mais perto dela.

- Essa vai para os pais corujas.- disse. Beatrice mandou beijo para a câmera e a foto foi tirada.

Pediu para ver.

Depois de citar as milhares de imperfeições que encontrou na foto - quais seu marido ignorou- reparou, atrás da árvore que ela estava encostada na foto, outra árvore um pouco mais destacada.

Chamou Joe para olhá-la.

Não era atoa que essa se diferenciava.

A árvore tinha muitas gravações de nomes, recados e letras em seu tronco. Aparentemente tinham centenas de coisas escritas.

[Livro 2] Onde cê tá meu amor? [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora