Bea não conseguia colocar em palavras o que estava sentindo. Lucien era estranho, indecifrável, incoerente.
A impediu de pedir para ver a família, mas a levou a Ohio e, depois, pediu que Joe viesse até eles.
Nunca sabia quais eram suas intenções, mas, na realidade, estava muito feliz pelo momento em que vivia para questioná-lo.
Lucien e Joe escolheram rapidamente seus trajes, e o que talvez mais tenha demorado fora a escolha das máscaras.
O Delance os apressou. Disse que precisavam sair logo ou, caso contrário, perderiam o horário da festa.
Beatrice sempre quis ir a verdadeiros bailes de máscaras. O que aconteceu há alguns anos na escola fora considerado pela garota um desastre, mas algo a dizia que, agora, seria diferente. Não só porque seria em Chicago ou porque ela teria um lindo namorado ao seu lado. E apesar da empolgação, uma pulga atrás da orelha lembrava a Beatrice o que Lucien a informou: Seria arriscado chegar sem nenhum aviso em festas de amigos e sócios de Roman. Ainda sim, a antiga Bea que gosta de causar em festas e a nova, que precisa pedir desculpas por seus atos, não hesitavam com a decisão.
Na despedida, ela abraçou Rachel novamente.
- Tudo ficará bem.- Afirmou. - Como pode ver, estou sob os cuidados de Joe.- Ela piscou para o cowboy.- Obrigada pelo tempo e compreensão, Rach.
E assim seguiram para Chicago.
Era incrível como Lucien nunca se cansava de duas coisas: Dirigir e escutar Madonna. Em quatro dias, ele rondou quilômetros -tanto nos Estados Unidos quanto na França- sem reclamar ou, simplesmente, pedir um motorista. Bea até brincou sobre ele se tornar caminhoneiro mas, não reagindo bem à brincadeira, Lucien comprou um boné de uma frota de caminhões e obrigou a garota a usar pelo resto da viagem.
Após ter avisado para o pessoal da Pejari que estava bem e retornava logo, Joe parecia menos agitado. Não estava tão assustado ou tão retraído como da última vez. Aceitou ir para a festa sem hesitar, contestar. Bea se perguntava se isso era por sua causa ou porque ele precisava de um descanso. Preferia acreditar na primeira opção.
Durante a viagem, Bea optou por acompanhar seu namorado no banco de trás, deixando o banco do passageiro vazio. Enquanto deitada no colo de Joe, eles conversaram um pouco, não tão intimamente como gostariam. Mas não durou muito: Logo, Lucien parou no encostamento e pediu para que Beatrice se sentasse corretamente, colocando o cinto de segurança. Segundo ele, se eles batessem e a garota morresse, ele ficaria muito, muito bravo com ela.
Após a bronca, Beatrice deitou a cabeça no ombro de Joe, seguindo as regras de trânsito tão seguidas pelo "Tio Lucien".
Ela via as nuvens e árvores passarem, além do vidro, e, enquanto acariciava as costas das mãos de seu amor, percebia que cantava baixinho algumas músicas do álbum Rebel Heart que o Delance escutava.
Ela adormeceu.
Quando acordou, se manteve quieta, observando que, mesmo sendo tão opostos, Joe e Lucien tinham bastante assunto. Não falavam sobre ela, sobre Roman ou Peter. Os dois falavam sobre carros, cavalos e até mesmo basquete. Enquanto fingia dormir, Bea tentou controlar um sorriso.
Poderia ser apenas uma conversa para passar o tempo, mas aquilo significava muito para a garota. Significava que talvez, um dia, ela não precisasse escolher um lado. Talvez eles finalmente possam aceitar um ao outro como peças importantes na vida dela.
Abriu os olhos e os observou. Eles não mudaram o assunto, mas diminuíram a intensidade da conversa até suas vozes se reduzirem a nada. Beatrice não entendia mas, ainda sim, conseguiu encontrar um assunto que envolvesse os dois.
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[Livro 2] Onde cê tá meu amor? [Concluída]
De TodoLivro 2 | Onde cê tá meu amor? Beatrice Coleman finalmente se rendeu ao amor de Joe Hammar e, com o propósito de ser uma pessoa melhor, está disposta a lutar por isso. Ela só não imaginava que o destino colocaria todas suas convicções à prova de tal...