|Capítulo 41|

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Alguns minutos antes...

Roman não se lembrava de como detestava aqueles traços italianos de Trevor Estionne até revê-los. Certificou-se de que seus contratados trancassem os portões para que nenhuma distração permitisse que Trevor ou seus aliados invadissem Dooferhill e colocassem a segurança de Beatrice e Maeve em risco.

O homem respirou fundo quando o não convidado sorriu com os dentes expostos. Mesmo de longe, era nítido pelo olhar e postura de Trevor de que ele estava bêbado.

- Quanto tempo, Atwell!- Ele abriu os braços de forma alegre.- É muito bom estar em sua casa! Muito bonita...muito...grande.- Ele dizia, o sotaque mais acentuado do que o normal.

- O que faz aqui, Trevor?- Foi Lucien quem perguntou, a boca contraída. Sua raiva era transparente para qualquer um que estivesse sóbrio. Não para o Estionne.

- Eu só estava com saudades. Meus amigos, quanto tempo não conversamos!

- Nunca fomos amigos.- Roman falou, em tom baixo e agradável, embora ele não se sentisse assim.- Éramos sócios, o que você conseguiu estragar também.

- Certo, você gosta de ir ao ponto...hmm...- Ele se virou para o homem alto que estava atrás, encostado no capô de um dos carros, fumando tranquilamente um cigarro. Os outros não pareciam menos calmos. Este entregou uma mala para Trevor, e o mesmo a jogou no chão, aos pés da dupla.- Minha mulher me deixou. Vocês acreditam?

- Não é muito difícil.- Lucien declarou em um tom irônico, agachando-se para conferir a mala. Os funcionários de Dooferhill, atrás dele, pediam pelo cuidado.

- Pois é, depois de tudo que fiz, ela foi embora. Mas é claro que eu não sou um idiota!- Trevor riu consigo, e os que o acompanhavam fizeram o mesmo, certamente por obrigação.- Eu tirei tudo que dei a ela. Está tudo aí! Jóias, casas, roupas caras!- Enquanto ele dizia, Lucien lia brevemente os documentos em meio ao ouro e diamante.- Não deixei nada para aquela ingrata!

Roman se aproximou da mala para verificar seu conteúdo.

- Você nos roubou esses diamantes, Trevor.

- E eu vim devolver! Com os juros! Não sou mesmo alguém adorável?

Lucien riu, colocando os documentos de volta na mala e fechando.

- Todas as suas propriedades já foram confiscadas, Estionne, elas não valem para nada.- Falou.

- E quanto ao resto...não importa mais. Nós quitamos a dívida. Leve essa mala e pode ir embora. - Roman declarou, sereno, sinalizando com a mão para frente.

Trevor, indignado com a distante gratulação que esperava, tomou o cigarro de um de seus homens e tragou, fitando os olhares dos outros dois.

- Nós não queríamos exatamente o seu dinheiro.- Começou Lucien, e Roman sorriu.- O que queríamos com você era uma questão muito pessoal que não é mais relevante.

- Nós não gostamos de você.- Disse o Atwell.

- Não suportamos olhar a sua cara.- Acrescentou Lucien.

- Essa dívida que criou conosco era uma tentativa desesperada de conseguir te tirar da associação.- Continuou Roman, um sorriso provocante se formando em seus lábios.- Você é auto-destrutivo, Trevor, e nós já tínhamos consciência disso. Só não sabíamos que você cairia sozinho tão rápido.

Depois dessa fala, os homens de Trevor Estionne enrijeceram o corpo, como se todos, de uma só vez, sentissem um tom nada agradável naquela conversa.

- Voltem para o bueiro de onde vieram, e vão em paz!- Lucien abriu os braços e um sorriso.

[Livro 2] Onde cê tá meu amor? [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora