Hoje não é dia de sorte - Parte 2

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POV Johanna

Tirei as sementes das frutas e coloquei elas numa tigela deixei no balcão, comecei a preparar o almoço.

Marco apareceu com Martin um tempo depois.

-Era mesmo a fralda... Mas acho que ele está com sono... Parece enjoado... Olha essa carnha dele...-Marco falou vindo até mim.

Olhei Martin.

-Tá enjoadinho meu amor?-Eu perguntei e beijei a cabeça dele.

Martin parecia emburrado.

-Eu vou dar mamadeira e colocar pra dormir...-Marco disse.

-E Lilian, está bem?-Eu revidei.

-Está na sala curtindo as músicas, parece que está dançando... Não para de mexer os bracinhos e as pernas...-Ele falou e riu.

-Ela deitou outra vez?-Eu disse.

-Sim... Vou dar mamadeira ao Martin na sala, e aproveitar pra colocar umas músicas mais calmas... Pra ela se acalmar também...-Marco revidou e pegou a mamadeira na bolsa térmica deles.

-Suas frutinhas estão aqui...-Eu falei.

-Depois eu como...-Ele disse e saiu.

Percebi que a música estava mais tranquila pouco tempo depois, decidi fazer feijão, fazia um tempo que não comia e tinha ainda um pacote que comprei outro dia num mercadinho turco pelo centro de Dortmund, era mais fácil achar nesses mercados de outras culturas.

Coloquei de molho enquanto eu cortava os temperos, Marco apareceu outra vez.

-Dormiram?-Eu falei.

-Dormiram... Já coloquei eles lá no quarto...-Marco revidou pegando a tigela com as frutas.

-Quando a gente for almoçar... Acordamos a Lilian... Coloquei uns legumes pra cozinhar pra fazer uma papinha pra ela... Quer comer carne ou frango?-Eu disse.

-O que for menos trabalhoso, amor...-Ele falou.

Eu ri.

-Menos trabalhoso, só arroz, feijão e ovo que é alegria do povo...- Eu revidei em português.

Marco me olhou confuso.

-Coisa do Brasil?-Ele perguntou em português também.

-Sim... Você nunca comeu os três juntos... Então é hoje... Só não inventa repolho...-Eu respondi e ri.

-Mas repolho é tão bom...-Marco revidou de boca cheia.

-Bom seria uma farofa... Mas não tem...-Eu disse.

-Então faz arroz, feijão e ovo mesmo...-Ele falou.

-Tem carne moída... Vou fazer uns hamburgueres caseiros bem fritinho pra gente... Mas vai ter ovo...-Eu revidei me divertindo.

Marco não entendeu a simplicidade do prato, eu comia muito no Brasil, mas não pela falta de carne em casa, e sim por que achava gostoso, fazer aquilo pra comer com ele seria levá-lo a minha infância.

-Sabe o que sinto falta do Brasil?-Marco disse.

-Não... O que?-Eu falei curiosa.

-As pizzas que sua mãe fez em Angra...-Ele revidou.

-Você devia fazer uma vídeo chamada com ela e falar isso... Vai que ela decide agradar o genro dela e vir pra cá só pra te mimar...-Eu disse.

-Humm... Ciúme?-Marco falou sorrindo.

Cocaine - Marco ReusOnde histórias criam vida. Descubra agora