Capítulo 6

9.9K 1.1K 51
                                    

Otávio

Deixei ele dormindo e saí para o corredor, quis perguntar porque o quarto estava parecendo que um furacão passou por ali, mas o homem já estava dormindo profundamente. Gabi já foi embora há muito tempo (atendeu uma ligação e disse que era urgente) o que quer dizer que eu terei que limpar essa bagunça sozinho, cervejas derramadas pelo chão, cigarros no sofá, garrafas de vodca na mesa... com um suspiro dolorido eu começo a arrumar tudo.

(...)

Terminei, finalmente.

Olho para o relógio pendurado na parede e são exatamente cinco da manhã, eu acabei madrugando. Coloco o material da faxina na parte de trás da casa e subo para o meu quarto. A cama ficou tão macia que parece até algodão, fecho meus olhos e quando penso que finalmente irei dormir meu celular toca.

- Alô?- Minha voz está rouca.

- Ora! Lembra de mim Otávio? Sou aquele cara que você deve muito dinheiro.

Puta merda!

- Ahn, o... oi Zipo, eu... porque está me ligando o prazo ainda não acabou.

- Tem razão não acabou, mas vai e faltam apenas uma semana e eu quero meu dinheiro ou eu acho você e mato com minhas próprias mãos. Entendido?

Engoli em seco.

- E... entendido. Tenho que desligar.

Desliguei.

Deitei na cama. Zipo, um agiota golpista com quem eu peguei dinheiro emprestado, peguei com ele acho que mais de dois mil reais e meses se passaram e mais desculpas eu dava afinal estava sem emprego, mas agora estou e vou conseguir pagar essa dívida pessoalmente e no prazo certo. Vou me livrar daquele encosto!
Fechei os olhos.
O despertador toca. Levantei. Talvez tenham se passado minutos, apenas, para mim se pareceu isso, um sono de cinco minutos.

Henry certamente dormirá o dia inteiro. Fui para a cozinha onde Gabi já está.

- Quando chegou aqui? - Perguntei.

- Que susto Otávio, cheguei ainda agora. - Ela se virou para me olhar - Meu pai do céu o que aconteceu com você? Ficou na festa do patrãozinho foi?

- Na verdade, eu limpei a bagunça do patrãozinho. Fiquei acordado a noite inteira limpando a sala, a cozinha, o corredor... Vomitaram no jardim!

- Que droga. Eu acho melhor você ir dormir, vai trabalhar melhor quando acordar, eu cuidarei de tudo não se preocupe. - Ela sorriu doce.

Concordei e subi novamente as escadas indo para a cama, de onde nunca quis ter levantado.

➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖

Henry

Minha cabeça dói para caramba! Estou no meu quarto que está também muito destruído. Caralho! Eu fiz isso?

Olhei para a cômoda ao lado da minha cama, há um comprimido e água a empregada deve ter colocado aqui a poucos minutos. Depois de tomar o comprimido levantei e fui para o banheiro tomar um banho gelado.

(...)

- Aqui está senhor- Ela colocou o prato na mesa.

- Certo agora saia. - Mandei e a empregada se retirou.

Comi meu café da manhã pacientemente tentando me lembrar se fiz algo demais ontem como: transar com alguém. Acho que não, afinal eu nunca esqueço uma boa transa. Agora que percebi, aquele pobretão não está aqui, deve ter curtido a minha festa e aproveitou para ficar bêbado e quem sabe até... dormir com alguém. Esse pensamento faz meu estômago revirar-se por completo.

Deixei o resto da comida de lado e subi as escadas, indo em direção ao quarto dele, do pobretão. Lá está ele, dormindo como um anjo... Espera, o quê? Eu preciso transar logo com alguém estou tendo pensamentos até com homens! Que horror!

Me aproximei mais. Não sei, minhas pernas tomaram vontade própria e foi como se u passo estivesse me separando da cama dele, a luz o deixava brilhando, a boca dele está meio entreaberta, seus lábios são avermelhados, seus cabelos castanhos claros combinam perfeitamente com sua pele negra, não tive a oportunidade de notar em seus olhos, mas algo me faz crer que são castanhos escuros. Nem reparei, não sei porque quero.

Ele se remexeu na cama, está acordando.

- O que faz aqui? - Pergunta com a voz rouca.

- Vim te chamar para... arrumar o meu quarto. Agora.

- A Gabi não pode fazer isso?

- Não. Eu mando aqui e eu quero que você arrume. Agora.-Saí do quarto quando ele levantou. Ele está com tanto sono que nem mesmo pensou em iniciar uma discussão.

Peguei meu celular.

- Alô?- A voz do outro lado é da Mandy.

- Preciso me satisfazer, está disponível?- Perguntei.

- Está falando como se eu fosse uma puta.

- Todos sabendo que você é. Então?

- Vamos para o motel da última vez. Vá com o seu carro. Pelo menos darei um tempo com meus pais.

- Chegarei logo.

Na mesinha de madeira do quarto do pobretão está minha chave, ele está no meu quarto há alguns minutos isso me dá uma chance proveitosa pegando rapidamente a chave e colocando-a no bolso das calças. Abri minimamente a porta e olhei para os lados do corredor não há ninguém. Saí.

Saí de casa indo diretamente na garagem ligando meu carro e fui para o local que combinei com Mandy.

➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖➖

Otávio

Os pais do idiota Júnior chegariam hoje, eu e Gabi garantimos que não há nenhum rastro de festas aqui. O problema é: O filhinho de papai não está em casa. Ele pegou a chave do carro e saiu para não sem onde com não sei quem.
A porta se abre, o segurança do senhor Tom aparece e carrega as malas deles para dentro logo em seguida os patrões entram felizes e sorridentes.

- Olá Otávio e Gabriela, como estão queridos? - Lauren perguntou para nós dois.

Tive que arrumar a bagunça do seu filho idiota, dormi menos que o necessário e estou sendo ameaçado de morte. Fora isso estou ótimo.

- Tudo bem. - Falei.

- Onde está o Henry? - Tom me perguntou.

- Então...- Suspirei e olhei para a mulher ao meu lado, ela sabia que eu iria contar a verdade- Ele pegou a chave do carro e saiu. Desculpa eu sei que devia ter escondido para não ter deixado ele sair, mas ele me mandou limpar o quarto dele e... - Nesse momento eu já atropelava as palavras e estou completamente vermelho. Sinto minhas bochechas queimar.

- Otávio está tudo bem nós conhecemos o Henry. Está tudo bem, aliás você já pode ir. - Lauren disse.

- Tudo bem.- Relaxei e saí. Gabi me acompanhou.



Caminhei pelas ruas lentamente, mas apressei meus passos quando vestígios da chuva se fez presente. O senhor na qual eu pago o aluguel está em frente a casa tirando algumas caixas e... são minhas coisas?

- O que está fazendo? - Perguntei apressado.

- Que bom que chegou, já vai chover então pegue suas coisas. Estou tirando a casa de você.

- Não pode fazer isso! Eu já ia te pagar, para onde eu vou agora?

- Não me importo onde irá morar e um homem ofereceu mais dinheiro para alugar a casa. - Ele deu de ombros.- Agora pegue suas coisas já irá chover e os moradores vão chegar.

Idiota. Que raiva!

Presente de Casamento (Romance Gay)- MPregOnde histórias criam vida. Descubra agora