Otávio
- Eu juro que vou pagar próximo mês.-Eu praticamente implorava.
- Se não pagar até o final desse mês será despejado. Não posso mais esperar sua boa vontade garoto, também tenho coisas a pagar.
Aluguel atrasado há cinco meses. Estou desesperado atrás de emprego. Eu realmente não sei o que fazer mais, em todo lugar que eu vou todas as pessoas com quem falo nenhuma me ajuda.
Meu nome é Otávio, tenho vinte e três anos e como já viram, estou desempregado (há quase seis meses). Estou indo agora em uma empresa entregar meu currículo para ver se Deus me dá uma luz.
(...)
- Desculpe senhor não estamos procurando ninguém no momento.-A recepcionista com cara de enjoada falou.
Revirei os olhos e saí daquele lugar, andei distraidamente pelas ruas até que dou um esbarrão em alguém, quase fui ao chão. Na verdade, eu e a pessoa que esbarrei quase fomos ao chão.
- Me desculpe.-Pedi envergonhado.
- Tudo bem meu filho, você está bem?-Olhei para o senhor na mina frente.
- Eu...
Havia outro homem, ele me olhava como se eu fosse de outro planeta, então fiz a comparação entre esses homens e eu: eu estava usando roupas amassadas e sapatos velhos, meu cabelo estava bagunçado, sujo. Eles estavam e eram totalmente o oposto, por isso me olham como se nunca tivessem me visto.
Encolhi os ombros e saí andando apressado pelas ruas, caminhando para casa. Entrei. Caminhei até a cozinha e liguei a torneira, sem água. Deitei no sofá e meus olhos começaram a marejar, como eu parei aqui? Apesar de estar em um situação crítica não posso pensar em desistir, pois, seria como dar a volta para trás, seria como se tudo que tivesse feito até agora fosse uma perda de tempo, não posso pensar, não vou aceitar que já acabou.
*******
Seis da manhã, estou saindo de casa agora mesmo sem tomar café da manhã.
Minha mãe me liga toda a noite para saber como estão as coisas e em todas as ligações eu mentia, dizendo que estava bem e que estava trabalhado, odeio mentir para ela, mas não quero que ela se desespere afinal ela também não está em belas condições. Meu pai nos abandonou quando eu ainda era uma criança. Sou filho único e fui criado pela minha mãe em um lugar honesto e nunca tive aquela sensação de ter o que quiser, mas em compensação ganhei muito amor e carinho.
Entrei em uma lanchonete perto de casa, um atendente vário até mim e perguntou meu pedido, apenas pergunto se precisavam contratar.
- Desculpa, mas não estamos procurando por ninguém no momento.- Ele disse um pouco envergonhado. Aposto que ele também já estava com medo de perder o emprego.
- Tudo bem, obrigado.
Saí. Estou quase desistindo e voltando para a casa da minha mãe naquele vilarejo, me mudei para cá para vir estudar e consegui mas agora preciso de um emprego para me sustentar aqui.
Caminhei até o bairro nobre da cidade, entrei em várias lojas de roupa, etc.
Nada, todos a mesma resposta nenhum procurando pessoas, na verdade, estão até colocando os funcionários para fora. Suspirei e sentei em um banco, algumas lágrimas teimosas caiam e eu não me importava quem está olhando.
Alguém sentou ao meu lado e colocou a mão na minha perna, nada pervertido estava mais para um carinho de conforto.
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Presente de Casamento (Romance Gay)- MPreg
RomanceOtávio é um homem simples que está até o pescoço com dívidas, se mudou para a cidade para estudar, mas agora o dinheiro está curto e ele está louco procurando emprego. Tom Henry Lamarte Júnior, despreocupação e arrogância caminham lado a lado em sua...