Capítulo 17

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Otávio

Henry me chamou para passear um pouco anda por aí, então cá estamos nós, andando perto da minha antiga casa lado a lado.

- Essa era sua casa não?-Ele pergunta

- Era sim.-Observei a casa.

- Horrível-Ele murmura.

- Não fale assim foi a única que consegui pagar com o dinheiro que ainda tinha antes de ser mandado embora.

Ele deu de ombros. Fiquei mais alguns segundos olhando a casa até ver a porta ser aberta dela passa um homem de poucos cabelos grisalho... ele para perto do portão enferrujado pelo tempo e começa a nos olhar, seu olhar sobre mim me incomoda e eu nem posso negar que não é para mim afinal só tem eu e Henry na rua.

- Ele está olhando muito para você.- Henry murmura incomodado.

- Eca que nojo Henry! Ele tem idade para ser meu pai-Falo sorrindo.- Vem.-Peguei na mão dele ignorando o olhar daquele homem em cima de mim.

É a primeira vez que pego na mão dele por livre e espontânea vontade antes eu não me importava com isso, mas algo muda quando a gente... gosta de alguém.

- Sabe o que eu quero comer?-Perguntei e ele negou- Sorvete.-Falei pensando e minha boca salivou.

- Não consegue comer algo mais saudável?

- Não.- Disse simples- Eu tenho vontade de comer essas coisas aleatórias todo dia.-Dei de ombros.

Sem nenhum de nós falar mais nada pegamos o caminho de volta para casa afinal ainda teríamos que viajar, meu desejo por essas coisas boas ainda queimava dentro de mim, fazendo eu ficar salivando, isso é resultado de não ter comido tão bem. Sentei-me em um banco da rua.

- Como assim já está cansado? Eu ainda consigo ver sua casa daqui.-Henry cruza os braços.

- Vai a merda Idiota Júnior.-Respirei fundo.

- Ande logo não irei esperar por você por mais muito tempo.-Ele volta a andar.

Voltei à andar a contragosto.

(...)

Meu celular apita o pego e olho a mensagem pela Barra de notificações.

- Achou que eu ia desistir de você? Muito enganado Otávio eu ainda quero meu dinheiro e quero logo seu prazo está acabando e se não me der sabe o que acontecerá. - Zipo.

Merda! Merda!

Desliguei o celular. Eu tenho meu salário, mas para chegar o tanto de dinheiro que ele quer é quase impossível conseguir em dois dias! Estou tão absurdamente ferrado!

- Otávio?-Henry entra no quarto.

- Sim?

- Está tudo bem? Você esta pálido e parece nervoso.

- Não está tudo bem.-Tentei sorrir convencido.

- Certo ah! - Ele sentou ao meu lado- Está tudo bem mesmo para a gente viajar?

- Sim eu quero muito conhecer a Itália-Sorri.

- Sua mãe não falou com você mais?-Ele pergunta.

- Não.- Falei triste.

- Ela irá.-Ele segura na minha mão em sinal de conforto.

Olhei dentro dos seus olhos azuis, ele está sendo verdadeiro e isso faz meu coração ascender mais um sentimento por ele... o puxei para um beijo, raramente dou a iniciativa, mas dessa vez eu gostei.

- Temos que ir.-Ele fala durante o beijo.

- Certo.-Finalizei o beijo com uma mordida em seu lábio inferior.

- Você adora provocar não é?-Ele sussurra.

Sorri convencido afinal eu consegui o efeito que queria.

*********

Estamos no aeroporto, estou bem nervoso é minha primeira vez andando de avião, Henry não parece muito nervoso, na verdade, está até que muito tranquilo. Lauren e Tom apena nos deixaram e voltaram para casa ainda tinham que trabalhar. Estou rezando em silêncio para que nenhum enjoo ou tontura aconteça dentro do avião tentarei dormir ao  máximo.

(...)

- Otávio? Já chegamos.-Henry me acorda.

Dito e feito, eu dormi a viagem inteira e não medo. A  fome veio me acertando um soco no rosto passamos oito horas dentro desse avião e eu não como nada desde o almoço que eu vomitei.
Quando pegamos nossas malas fomos para a saída do aeroporto onde um carro azul já esperava por nós.

- Seus pais pensaram em tudo?- Perguntei.

- Tecnicamente.-Ele fala.

Entramos no carro ele e o motorista começam a falar em italiano então apenas fecho os olhos e me acomodo no banco macio do carro esperando chegar em seja qual for nosso destino.

Presente de Casamento (Romance Gay)- MPregOnde histórias criam vida. Descubra agora