Otávio
Corri para o jardim da frente, meus olhos estão marejando, mas me recuso a chorar, não por ele. Aquela garota ridícula e de corpo perfeito está agora mesmo agarrada com o Henry e eu que devia... Não. Não. Não.
- Ei, espera! - O amigo de Henry corre atrás de mim.
Parei e sentei na grama, olhei para cima deixando algumas lágrimas caírem sem a menor vergonha de quem possa ver: Tony, meus patrões e até mesmo Henry. Não ligo, realmente não ligo.
- Não fica assim Otávio, a Mandy fala besteira assim mesmo, ela não sabe o que diz. Ela ama o Henry.
- Porque ela não casa com ele então? - Murmurei.
- Olha, eu não entendo essa relação de vocês dois e também nem quero saber só estou dizendo para ter paciência com o seu futuro marido. - Ele senta ao meu lado e coloca seu cabelo atrás da orelha.
- Não conseguirei ter muita paciência Tony... eu quero esganá-lo. - Sorri, isso era uma meia-verdade.
- Tente então, amenizar essa vontade pelo menos por enquanto. Por favor, o Henry se descobriu bissexual a pouco e aposto que ainda está confuso...
Presto mais atenção na última parte, foi a última parte que fez meu peito doer, minha pele estremeceu e senti uma pontada de... Esperança?
- Porque ele queria saber se é Bi? - Perguntei.
- Acho que ele pode estar gostando de um certo homem com quem vai se casar. - Tony me dá um empurrão de leve.
- Eca! Não. - Sorri forçado. - Não.
- Bem, eu tenho que ir para casa.-Ele levanta e tira a grama de sua calça. - Caso você queira esganá-lo, corra, para bem longe dele.
- Tudo bem eu tenho que trabalhar agora antes que meus patrões cheguem. - Me despedi dele com um abraço.
Fui até a casinha de madeira perto da piscina, peguei as ferramentas para aparar os galhos das árvores que estavam um pouco velhos e murchos. A porta foi trancada por dentro.
Henry.
- Me deixe sair eu preciso trabalhar porque não tenho dinheiro arrobando meu...
- Ei!
Respirei fundo para acalmar a vontade de esganar aquele pescoço. Não há como correr Tony, não há.
- O que você quer Henry? - Perguntei.
- Não ligue para o que aquela garota fala, eu não ia dizer que me casaria com um homem pobre ou sei lá como você interpretou, mas não é isso.
- Então o que é? - Perguntei.
- Eu não disse que iria me casar, poxa, eu só tenho dezenove anos e terei que me casar com um homem, era isso que eu ia dizer, homem - Ele passa a mão nos cabelos loiros - Me descobri bissexual recentemente Otávio estou com medo ainda. Por favor seja paciente comigo, é apenas isso que eu te peço. - Ele se aproximou de mim a passos incertos como se eu fosse fugir dele a qualquer momento.
- Estou tentando ser paciente com você.- Falei baixo.- Mas não vai durar muito se aquela mulher ficar dando em cima de você toda hora.
*******
- Irá se casar pelo dinheiro... espertinho. - O segurança fala.
- Me deixa. - Falei.
- Ah por quê? Eu admito que não sou viado, mas eu me casaria sim com um riquinho pelo dinheiro, esses daí tem muita grana, mais do que precisa. - Ele dá de ombros.
- Preciso do dinheiro para ajudar minha mãe, apenas.
- Claro, todos precisamos de dinheiro para ajudar alguém ou a si mesmos. Não acha?
Dei de ombros.
- Devia aproveitar a bunfunfa que vai ganhar.
- Está me atrapalhando pode por favor sair?
- Claro não fique irritadinho. - Ele sai.
Idiota
(...)
Há minutos terminei o meu serviço, Gabi me serviu um lanche quando reclamei de fome em seu ouvido por minutos, o estranho foi que, Henry não desceu para comer não devia, mas estou me preocupado cada vez mais com ele e isso de certa forma me assusta. Um sentimento não retribuído é a maior dor que alguém pode levar consigo. Eu não quero essa dor.
Henry é igual a problemas, muitos problemas, mas é daqueles que não se pode evitar, quando vê já está tudo feito.Terminei o sanduíche e subi as escadas me dirigindo a porta do quarto do idiota Júnior, está aberta e parece ter algum som que vem de dentro. Abri mais a porta e a cena a minha frente me deixa estático tanto que não consigo mexer um músculo para fora do quarto. Henry está no banheiro, Mandy está na pia com as pernas no ombro do filho dos meus patrões. Estão fazendo sexo no banheiro. Ela grita como se aquele fosse o maior dos prazeres e olhando assim, parece. Henry tem os olhos fechados, o suor descendo pela extensão do corpo definido e bem trabalhado lhe dar um ar mais sexual e safado.
Ele abre os olhos, a primeira coisa em que seus olhos focam são em mim. Ele parou de se mover. Me olha com medo, está com medo da minha reação e o pior é: Eu ainda não tive nenhuma reação. Estou parado, minha mente está parada.- Otávio...-Ele começa, mas eu já saio do quarto.
Meu coração doí, o sentimento de ser enganado se estende pelo meu corpo como um cobertor em um dia chuvoso. O sentimento que eu mais temia se aflorou e agora eu sofro as consequências de me apaixonar pelo filho dos meus patrões. O idiota Júnior conseguiu me conquistar sem fazer absolutamente nada. Fui para o quarto e tranquei a porta me deitando na cama logo em seguida deixando as lágrimas saírem, não estou chorando pelo que acabei de ver e sim, porque fui um completo idiota em me apaixonar. Não escolhemos as pessoas por quem nos apaixonamos porque se pudéssemos eu nunca escolheria Tom Henry Lamarte Júnior. Ele é minha ruína.
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Presente de Casamento (Romance Gay)- MPreg
RomanceOtávio é um homem simples que está até o pescoço com dívidas, se mudou para a cidade para estudar, mas agora o dinheiro está curto e ele está louco procurando emprego. Tom Henry Lamarte Júnior, despreocupação e arrogância caminham lado a lado em sua...