Capítulo 30

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Otávio

Acordei com o estômago embrulhado, levantei rapidamente da cama já indo para o vaso sanitário vomitando todo o lanche da tarde anterior. Se tem uma coisa que odeio é vomitar, meu Deus que raiva! Após escovar meus dentes e tomar um banho quente eu desço as escadas encontrando a família Lamarte tomando seu café.

- Bom dia.-Falei.

- Bom dia.-Todos responderam.

Sentei à mesa, mas a fome não veio, estou rejeitando muita coisa ultimamente e isso não faz muito sentido. Eu estou quase tendo o bebê era para eu ter mais desejo do que antes. O casal percebeu meu desconforto e perguntou qual o problema.

- Apenas não estou com fome... não sei eu sinto umas dores fortes pelo corpo e o bebê não para de chutar às vezes incomoda muito.- Sorri

- Aconteceu a mesma coisa quando o Toma...-Ela parou abruptamente ao perceber o que falaria- O meu primeiro filho ainda estava na minha barriga, ele nasceu horas depois.

Lauren tem evitado falar no seu falecido filho perto do Henry, ele ainda tem uma ferida nesse assunto então todos estamos progredindo para que essa ferida não se abra ainda mais.

- Impossível o bebê não pode nascer ainda... pode?-Perguntei um pouco nervoso.

- Sempre pode acontecer.-Lauren disse.

*********

- Está tudo bem?-Henry me pergunta no quarto.

- Está. O bebê não para de mexer.-Suspirei sentando na cama.

- Vai ficar tudo bem. Está preparado para esse jantar?

- Estive me preparando a semana toda. Meus pais podem estar bem, mas ainda a um novíssimo dentro de mim. As coisas sempre podem dar errado mesmo tendo cem chances de sair perfeito.

- Tem razão. Não se preocupe vai dar tudo certo.-Henry me beija.

- Tudo mudou muito rápido não?- Perguntei.

- Sim.-Ele suspira- Foi uma confusão em meses.

- Sim-Sorri- Eu acabava que você era apenas um filhinho de papai debochado, rico e metido a besta.

- Não julgo você-Ele da de ombros-, eu achava que você era apenas um pobretão querendo a fortuna do meu pai e um espaço para fazer isso.

- Está tudo bem em relação à herança?-Perguntei.

- Está sim, não me importo mais... essa ideia parece tão minúscula perto da ideia de cuida de você e do meu bebê. Estranho não? A coisa que eu mais venerava é insignificante para mim.

- Sinto-me especial em saber.- Ri.

- Sinta-se mesmo.-Nós beijamos de novo.


*******

Observei Gabi ajeitar a mesa para o jantar. Ela andava rapidamente pegando pratos de vidro, taças e talheres (...) Lauren avaliava tudo de perto também.
Tom e Henry foram para o trabalho a pouco tempo, mas prometeram que voltariam e eu... estou apenas sentado balançando as pernas com a mão na minha barriga sentido o bebê chutar.

- Você não vai se arrumar?-Gabi pergunta colocando as taças alinhadas.

- Irei sim, estou esperando a coragem vir até mim.-Dei de ombros.

Gabi ri. Terminando o seu serviço ela me ajuda com a roupa do jantar.

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Tom Henry

- Quer ajuda bonitão?-Uma das secretarias do meu pai pergunta.

- Não, obrigado.-Agradeço.

- Tem certeza? Eu sou muito boa em várias coisas-Ela passa as unhas na minha camiseta.

- Senhorita Callie eu tenho certeza que meu filho pode fazer seu trabalho sozinho.-Meu pai entra na sala.

A mulher tira as mãos de mim e se retira da sala sem olhar para o meu pai, certamente envergonhada. Meu pai se aproxima de mim e fica me olhando por algum tempo até que tomo coragem e pergunto qual o problema.

- Você está muito mudado mesmo.-Ele ri- Se fosse antes você estaria fazendo coisas com essa secretaria em cima da mesa sem pensar duas vezes. Estou errado?

Sinto meu rosto ficar vermelho de vergonha e não o encaro.

- Sabe Henry, eu nunca disse isso, mas estou feliz que tenha mudado suas atitudes. Eu e sua mãe estamos contentes, ela está tentando demais Henry ter uma relação ótima com você.

- Nunca vou esquecer que ela me deixou na infância, isso ainda é um medo.

- Não deixe o medo do passado virar sua rotina do futuro.-Ele fala calmo.- Quando o Tomaz morreu ficamos abalado, claro, mas tente entender que sua mãe entrou em um estado grande de depressão ela quase tentou se matar ao ficar repetindo diariamente que a culpa pelo acidente era dela. Eu fiquei tão ocupado tentando tirá-la da tristeza que esqueci que meu filho estava tendo uma tristeza imensa também.

- Posso tentar entender pai mas... ainda me afeta. Eu fiquei tão acostumado a não ter vocês por perto que quando ficamos juntos apreciamos apenas desconhecidos.

Meu pai suspira cansado, ele está com o rosto vermelho. O celular dele apita o avisando de algum compromisso.

- Temos que ir para esse jantar logo antes que sua mãe comece a ligar para mim como uma louca. Vamos?

- Vamos. - Ótavio também está me esperando, afinal. 

Presente de Casamento (Romance Gay)- MPregOnde histórias criam vida. Descubra agora