Capítulo 29

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Tom Henry

Entrei no quarto de Otávio depois de bater, ele está deitado na cama olhando para um ponto fixo no teto parece que tem receio de me olhar por algum motivo.

- Otávio?- O chamei.

- Sim?-Ele responde ainda olhando para o teto.

- Porque não me olha?

- Nada.

- Está tudo bem com o bebê ou com você? Me fala!-Exigi.

Ele me chamou com a mão, andei em sua direção e sentei ao seu lado ele se levanta e me olha um pouco receoso parece com medo da minha reação por alguma coisa.

- Pode falar.

- Estava pensando em colocar o nome do bebê, se fosse menino de Tomaz.-Ele fala hesitante.

Paralisei. Tomaz...Tomaz...

- Tudo bem-Falei a contragosto.

- Sério?-Ele pergunta surpreso.

- Sim-Sorri forçado.

- Obrigado.-Ele me beija.

Ele está um pouco mais pesado, mas não posso falar isso já aconteceu uma vez em que eu disse que ele ia acabar virando uma bola de tanto comer o resultado foi ele ficou sem falar comigo por um dia.
Eu ate gosto dele assim, lembra que ele carrega um filho meu. E agora terei que lembrar que meu filho irá carregar o nome do meu irmão morto; isso poderia me afetar de maneiras horríveis, mas eu suportaria, eu conseguiria. Não vão ser a mesma pessoa, será meu filho e não meu irmão. Eu nunca irei deixar que nada aconteça a ele.

************

Meses depois...

Estamos no hospital, eu e Otávio iremos saber o sexo do bebê hoje e eu estou tão apavorado que cravo minhas unhas na palma da mão até ficar a forma e a vermelhidão do lado. Meus pais estão esperando por notícias em casa quiseram que a gente faça uma surpresa para eles.

- Senhor Otávio Costa.- A enfermeira chama.

- Vamos.-Ele segura na minha mão.

Entramos na sala onde o doutor já esperava, Otávio deitou em uma cama branca e esperou o doutor colocar um gel na sua barriga colocando o aparelho logo em seguida e na tela mostrando o grão médio que é nosso bebê. A emoção nesse momento é indescritível, é uma coisa que eu fiz e me orgulho é um pequeno ser que irá te chamar de pai... Otávio tem lágrimas nos olhos parece pensar a mesma coisa que eu.

- O coração dele é forte... todas as coisas estão no lugar e ele vai começar a mexer a todo momento acho, vamos saber o sexo?

Concordamos.

- Parabéns vocês são pais de um menino!-O médico fala contente.

Confesso que meu sorriso diminuiu um pouco, mas não estou triste, não mesmo. Tomaz... meu filho... chegaria a ser cômico: O nome do seu irmão morto agora é o nome do seu filho e isso não é uma homenagem, pelo mesmo acho que não.

- Henry? Está tudo bem?-Otávio me chama.

- Sim claro... estou apenas feliz demais e não consigo demonstrar muito bem...- Sorri forçado.

- Também estou feliz.- Ele sorri olhando para a tela.

- Deixarei vocês a sós um pouco enquanto falo com outros pacientes, senhor Otávio se quiser se limpar use esses papéis aqui tudo bem?-Ele dá uma caixinha de papel para o grávido que concorda.

O médico sai. Olhei Otávio por estantes até que decidi me aproximar dele e tocar sua barriga pela primeira vez. Senti minha mão levantar um pouco, o bebê chutou.

- É a primeira vez que ele faz isso.-Otávio comenta.

Sorri.

- A primeira de muitas.-Falei por fim.

*******

Na empresa tudo é muito corrido, homens e mulheres andando de um lado para o outro com pressa, mas andam civilizadamente todos se respeitam é isso que o dono da empresa gosta, meu pai como seu melhor amigo me encaixou em uma vaga de contabilidade que é o meu forte dom. Estou digitando e calculando alguns gastos e ganhos de alguns meses quando sinto unhas grandes arranharem levemente em meu pescoço me fazendo estremecer.

- Olá.- Uma mulher loira fala com olhar sedutor.

Olá- A cumprimento apenas para não ser mal-educado no ambiente de trabalho.

- Seu pai não para de falar de você, um ótimo filho é que agora tem se dedicado mais a vida... acho isso muito bonito.

- Obrigado... o que faz aqui? Essa é sua área?

- Não, não é minha área eu apenas vim falar contigo querido... é casado?

- Sim.-Revirei os olhos tentando me concentrar nos cálculos.

- Que pena, mas não pode dar uma fugidinha hum? Afinal sua mulher não está aqui agora.

- Em primeiro lugar seja lá quem for, não quero nada com você e em segundo lugar eu sou casado com um homem que vai ficar bem bravo se descobrir que você anda se insinuando para cima de mim. Você escolhe, me deixar em paz ou perder alguns fios de cabelo.-sorri maldoso com seu olhar apavorado e perdido.

Ela sai da sala sem dizer nada. Suspiro cansado e volto a me concentrar. Meu celular vibra há uma mensagem de Otávio.

- Sua mãe está me fazendo comer Alcachofras! Help! Por favor quando vir do trabalho me traz uma torta eu não aguento mais!

Sorri bobo com a mensagem. Quando saímos do hospital começamos a conversar mais a respeito de nós. Estamos casado isso é certo e a sim uma relação de afeto entre nós também, mas falta um assunto para ser colocado em pauta, porém acho que deixa nós dois desconfortáveis... sobre o prazo para o  divórcio daqui a um ano. Não quero e quero deixar isso bem claro, mas não consigo eu preciso ter certeza de que não estou me iludindo. Pela primeira vez estou com medo de entrar em uma relação.

Presente de Casamento (Romance Gay)- MPregOnde histórias criam vida. Descubra agora