Capítulo 20

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Otávio

Sentei-me no banco de uma das melhores e mais visitadas praças da Itália, a Piazza Navona. O melhor da praça são as fontes, três lindas fontes. Há alguns artistas de rua também espalhados e várias pessoas sentadas assim como eu pensando na vida. Depois daquela discussão com Henry não temos nos falando muito, eu saí do banheiro horas depois do bate boca e ele estava deitado mexendo no celular, apenas levantou a cabeça minimante ao som da porta do banheiro se abrindo seu olhar não transmitia nenhum sinal de arrependimento ou culpa, estava parcial, calmo. Quando me deitei do lado oposto ao dele, parecia que eu estava sozinho naquela enorme cama de casal a única certeza que eu tinha que ele estava realmente ali era pela sua respiração.

- Nós resolvemos quando eu voltar... estou fora de casa... não consigo agora... sim sim!

Isso foi o que escutei enquanto fingia está dormindo certamente ele estava falando com a amiga dele, planejando transarem e rirem de mim quem sabe.

- Otávio?-Olhei para o homem ao meu lado.

É o mesmo que me ajudou na torre de pisa, ele está com o filho nos braços e sorri gentil para mim.

- Posso sentar com você?-Ele pergunta.

- Pode claro.

- Papai eu quero brincar!-O filho dele fala

- Pode ir.-Ele solta seu filho que imediatamente corre pela praça.

- Não tem medo dele se perder?-Pergunto um pouco preocupado.

- Não. O Júlio é esperto para idade e, além disso, ele sempre fica perto das flores ama o cheiro delas.

- Fernando eu sei que não é da minha conta mas... onde está sua mulher? Marido?

- Ele nos abandonou-Ele sorri forçado- Quando fiquei grávido do Julinho ele apenas saiu das nossas vidas.

- Sinto muito.-Sorri.

- Tudo bem, eu já sofri muito nessa vida, mas o meu filho é a maior alegria dela. E você?

- Eu o quê?

- Quando vai ter filhos?

- Espero que não muito cedo.-Sorri.- O Henry também não saberia lidar com uma criança, afinal ele é uma.

- Ele gosta muito de você... Os ciúmes dele foi tão forte quanto uma manada de elefantes. Vocês tem um bom casamento?

- Casamos por contrato.- Ele fez uma cara perplexa- Sim, mas estou fazendo isso porque ganharei uma recompensa, não pense que sou esse tipo de pessoa gananciosa que faz qualquer coisa por dinheiro, mas é porque eu tenho muitas dívidas e quero ajudar minha mãe.

- Não julgarei você acho que no seu lugar eu também aceitaria a oportunidade. Como está a saúde da sua mãe?

- Melhorando. Eu sou o único que a ajuda, apesar dela ter um namorado agora.-Sorri, mas meu sorriso desapareceu quando lembrei da noite do jantar.

- Seu pai?

- Não, meu pai foi embora quando eu nasci. Nunca soube a história real das coisas, mas ele não esteve na minha vida.

- Eu morava em um orfanato.-Ele diz- Então um casal homossexual me adotou. Sou grato a eles.-Ele sorri.

- Fico feliz por você.

- Papai! Olha essas flores!-Julinho aparece com muitas flores nas mãos.

- São lindas mesmo, vem aqui Júlio deixa o papai te apresentar, esse aqui é o Otávio. Como falamos quando conhecemos alguém?

Presente de Casamento (Romance Gay)- MPregOnde histórias criam vida. Descubra agora