Catarina estava no quarto com seu pai. O rei Augusto preparava-se para partir em viagem para Alfambres. Em sua pequena estadia em Montemor, ele reaproximou-se de alguns reis e rainhas em busca de criar alianças para reconstruir Artena e agora precisava realizar a viagem para consolidar alguns acordos. Dessa vez iria sozinho por questões de segurança: o rei e a princesa herdeira não viajavam juntos, pois em caso de ataque, se houvesse morte ou grave ferimento, Artena não teria outro herdeiro para governar.
Catarina estava preocupada com seu pai. Desde o dia em que ela livrou-se da condenação na fogueira, ele apresentava uma forte tosse e até havia ficado febril, porém havia tido uma pequena melhora depois que o doutor Lupércio lhe receitou algumas infusões, mas Catarina sentia um mau pressentimento, temia que seu pai piorasse.
- Meu pai, tem certeza que não é melhor adiar essa viagem? O senhor ainda está fraco e essa tosse não passa. - Ela perguntou preocupada.
- Não se preocupe, minha filha. Eu ficarei bem. - Ele falou. - Lhe escreverei quando chegar até lá. Como Alfambres é mais próximo à Montemor, creio que minhas cartas cheguem em até dois dias. - Ele disse e Catarina assentiu com seu coração apertado. Sentia que seu pai não estava bem de saúde.
Um funcionário entrou no quarto para levar as bagagens para a carruagem. Rei Augusto estendeu o braço para sua filha e ela o tomou e os dois foram em direção à entrada do castelo. Lá Afonso se despedia de alguns reis e rainhas, com Amália a seu lado. Catarina observava aquela cena com nojo, ela achava simplesmente ridículo aquela plebeia fingindo ser nobre.
A rainha Gertrudes e o rei Heitor aproximaram-se de Catarina para se despedir. Eles estavam muito felizes pela princesa estar viva, acharam sua condenação absurda. Os dois foram até Afonso para se despedir e, como fizeram desde que chegaram, apenas ignoraram a plebeia e dirigiram-se para sua carruagem.
Catarina se despediu de seu pai.
- Tome cuidado, meu pai, e não deixe de cuidar de sua saúde. Já ouvi dizer que isso pode evoluir para coisas piores e... bem... pode até matar. Não quero perdê-lo. - Ela disse e ele sorriu acariciando sua bochecha.
- Eu ficarei bem, não precisa se preocupar. - Augusto deu um beijo em sua testa. - Eu te amo.
- Eu também te amo, meu pai, te amo muito. - Ela disse e o abraçou. Algo a estava deixando angustiada, temia que aquela tosse piorasse, que a febre aumentasse e que seu pai se fosse. - Não deixe de me escrever, quero notícias.
- Prometo que escreverei. - Augusto disse. - Acho que é melhor eu ir. Fique com Deus, eu te amo.
- Vá com Ele, meu pai. Eu te amo muito. - Ela lhe deu um último abraço e ele saiu. Despediu-se rapidamente de Afonso e ignorou Amalia. Não sabia onde estava com a cabeça quando disse à ruiva que Catarina era filha de uma bruxa. Ela lhe promoteu guardar segredo, mas disse na frente de todos, no dia do julgamento de sua filha, que Brice era sua mãe. Isso o fez enxergar que talvez a plebeia não fosse tão boazinha quanto imaginou.
De dentro da carruagem ele acenou para sua filha e se foi. Catarina sentiu seu coração apertar a medida que a carruagem se afastava. Algo lhe dizia que talvez essa fosse a última vez que via seu pai bem e esperava, do fundo de seu coração, estar errada.
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LastrilhaSelena de Cáseres era a nova rainha do reino da Lastrilha. Havia descoberto, em uma batalha, que o rei Otavio era seu pai. O homem havia descoberto que sua esposa, a rainha Sofia, era uma bruxa e, furioso, a mandou para a fogueira junto com sua filha, porém a mulher fugiu a tempo e levou Selena, na época um bebê, consigo.
Selena agora era casada com o rei Ulisses. Ele era o príncipe herdeiro do reino de Areon, um reino próximo à Lastrilha. Os dois se apaixonaram em pouco tempo assim que se conheceram. Ela se encantou com a doçura do rapaz e ele pela bondade e senso de justiça dela. Ele sabia que ela era uma bruxa e nunca lhe julgou por isso.
Selena tinha uma irmã chamada Agnes. A menina também era bruxa, tinha o dom de ouvir pensamentos e de reviver o passado e há alguns dias algo lhe incomodava o sono.
Agnes sonhava constantemente com a explosão da mina de Montemor e algo a dizia que não havia sido Catarina a culpada pela tragédia. Seus sonhos lhe mostravam coisas desconexas. As vezes ouvia a voz de um homem gritando com Catarina, ouvia esse mesmo homem conversando com outro em um lugar que não conhecia, mas não conseguia ouvir a conversa e nem ver o tal homem.
Selena sabia que Agnes não era de mentir e agora já não mais tinha certeza se realmente havia sido Catarina a culpada pela explosão. Ela resolveu que iria buscar mais informações sobre aquele caso, era questão de honra saber se Catarina era ou não a culpada pela explosão.
Com esse pensamento ela resolveu redigir uma carta para a princesa Catarina. Queria conversar com ela a respeito das suspeitas de Agnes. Sabia que era arriscado expor a menina, contar que ela era uma bruxa, mas ela havia conhecido Brice, a mãe da princesa, e sabia que mãe e filha haviam desenvolvido uma boa relação. Se Catarina não rejeitou a própria mãe, era possível que não as julgasse tambem.
Precisava tirar aquele assunto a limpo, pois algo também a dizia que aquela história não estava completa, que ainda haviam muitas perguntas a serem respondidas.
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Olá, pessoas.
Bom. Quero fazer uma pergunta importante pra vocês sobre o horário dos posts.
Estou em um treinamento para emprego e começa às 14 horas e vai até as 21. Eu costumo postar às 18, mas lá não posso usar celular.
Então, que hora preferem que eu poste os capítulos? Às 13 horas ou após às 21? Poooooor favor respondam.
O que acharam do capítulo? Selena e Agnes estão cheias de dúvidas. As fadas vieram pra ajudar.
Nossa rainha Catarina ainda vai passar por momentos difíceis.
Espero que tenham gostado. Até o próximo ❤❤
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Rise
FanfictionO fogo se aproximava cada vez mais dos pés de Catarina e ela ficou completamente desesperada tentando em vão se afastar. Ela começava a fazer força para tentar se soltar daquelas amarras, mas elas nem se moviam. Suas lágrimas aumentaram, sua respira...