Capítulo 34 - Planos

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Alguns dias se passaram e Catarina continuava sua viagem à Artena monitorando de perto o andar das obras de reconstrução. A rainha, apesar da felicidade de ver seu reino se reerguendo, sabia que parecia cada vez mais próximo o dia em que precisaria de um empréstimo, principalmente quando chegasse o momento de investir no exército.

Ela não queria chegar a tanto, mas sabia que era muito provável que precisasse se submeter àquilo, mas sua cabeça não parava de pensar sobre o que ofereceria em troca ao Conselho. Precisava de algo forte o suficiente para isso, mas ainda não sabia o quê.

As vezes, apesar de praguejar até a décima geração que viria após ela, Catarina cogitava se aliar novamente à Afonso para tal, afinal Montemor também estava precisando do dinheiro. Mas tinha que haver outro meio, outra saída, pois ela não queria ter que passar por tudo de novo.

A rainha estava no acampamento que montara para passar os dias de sua viagem pensando em várias estratégias. Ela tinha planos para o Vale de Laios, pois sabia que esse importante e estratégico local poderiam lhe abrir muitas portas para o comércio marítimo. Precisava pensar e repensar muito bem suas estratégias para expandir esse comércio e explorar o potencial da região.

Os próximos dias em Artena seriam decisivos para o futuro do reino, pois dependendo do caminhar das coisas, ela precisaria tomar ou não a dura decisão de pedir um empréstimo ao Conselho.

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Em Montemor, não muito diferente de Catarina, Afonso pensava no futuro de seu reino. A mina precisava ser reaberta o quanto antes, pois as finanças do reino estavam começando a entrar em uma fase ainda mais crítica.

As obras de recuperação da mina após a explosão causada por Otávio, demandaram mais do que o esperado dos cofres e isso estava fazendo com que a reabertura fosse sendo adiada.

Afonso estava na sala de reuniões com Gregório e o conselheiro estava preocupado com as finanças e, consequentemente, com o futuro de Montemor caso a reabertura demorasse ainda mais. Em suas mãos estavam os documentos e relatórios sobre a situação financeira do reino e ele os analisava preocupado.

- Majestade, estes são os relatórios finais sobre nossas finanças e, infelizmente, a notícia que trago é preocupante. - O conselheiro falou e Afonso suspirou cansado temendo o que ouviria depois. - Apesar de a venda da produção da agricultura ter sido positiva, as obras de recuperação da mina demandaram mais dinheiro do quê o previsto. Precisamos pensar em uma estratégia urgente para a reabertura da mina.

- Sinceramente, eu não consigo pensar em mais nada. - Afonso disse se levantando da cadeira andando pela sala. Parou em frente a uma janela que tinha vista para o reino. - Minha mente está esgotada, eu não sei mais o que podemos fazer.

- Majestade, nossa última opção é recorrer ao Conselho da Cália. Sabemos ainda que a rainha Catarina também se encontra em situação delicada em Artena. - Gregório disse e Afonso o encarou. - Podemos esperar o retorno de sua viagem para que fiquemos a par da situação de seu reino. Ela é muito influente perante o Conselho, sabe utilizar das palavras a seu favor e poderíamos formar uma aliança em prol de Artena e Montemor.

- Apenas um empréstimo poreria salvar nosso reino, mas temo que o Conselho nos negue isso. Minha relação com os reis é bastante desgastada, espacialmente após a burrada que fiz de abdicar do trono. - Ele dizia sentindo mais uma vez o arrependimento por seu ato. - Além disso, Catarina ainda sente, e com razão, muita mágoa de mim.

- Eu entendo, majestade, mas sabemos que unindo forças com Artena, nossas chances de obter sucesso são muito maiores. - Gregório disse deixando Afonso pensativo. - Por mais magoada que Catarina esteja, ela não deixará de pensar no que é melhor para seu reino e isso também seria uma boa oportunidade para que se aproximem e para que possa se redimir com ela.

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