Rise

Capítulo 28 - Novos sentimentos

Alguns dias se passaram após aquele estranho momento entre Afonso e Catarina. O rei de Montemor ficava o tempo todo pensando em tudo que causara a Catarina e não havia um único dia em que não se arrependesse amargamente de tê-la feito tão infeliz.

Tudo poderia ter sido tão diferente se ele tivesse ao menos parado para ouvir Catarina. Sua impulsividade, como sempre, estava lhe custando muito caro. Ele virou um prisioneiro da própria mente e dos próprios sentimentos, que se resumiam em confusão e arrependimento.

Tentava focar em seu reino. Passava o dia praticamente inteiro trancado em seu escritório, na maioria das vezes sozinho com suas ideias e pensamentos.

Felizmente, as coisas em Montemor caminhavam para o progresso, enfim. Os equipamentos de segurança que haviam encomendado para os trabalhadores já havian chegado. Os cofres do reino estavam se reaquecendo com a agricultura e o plantio.

Toda a produção já havia sido vendida, superando as expectativas de Afonso e Gregório. Felizmente, já tinham o suficiente para reiniciar o plantio e com a reabertura da mina e, consequentemente, com a comercialização de sua produção, os lucros logo chegariam.

O povo já estava bem mais satisfeito com os rumos que Montemor tomava. O pior já havia passado. Como rei, Afonso estava feliz em ver que tudo voltava aos trilhos, mas como pessoa ele não podia se sentir mais perdido e sufocado.

Amália o pressionava cada dia mais com o assunto do casamento, mas ele estaria sendo o maior mentiroso do planeta se dissesse que queria realizar a cerimônia. Sabia que não sentia mais o amor que um dia sentiu pela ruiva e precisava resolver sua situação com ela. Não iria mesmo casar-se sem nutrir pela mulher a mesma coisa de antes. Não era justo com ela e nem consigo.

Afonso não queria aceitar que Catarina o mudou completamente. Era estranho para ele admitir que sua vida virou de cabeça para baixo. Ele abandonou tudo por Amália, achava que a amaria para sempre, mas de repente, Catarina surgiu e o fez questionar todos os sentimentos dentro de si.

Era estranho demais admitir que aquela que o fez desistir de sua vida como príncipe e futuro rei e abandonar seu próprio reino e povo, hoje já não fazia mais seu coração bater como antes. Os beijos se tornaram sem graça, os carinhos não o faziam sentir nada, a conversa parecia não fazer mais sentido.

Muitas vezes ele lembrava-se do dia de seu casamento com Catarina. Ela estava tão linda, tão feliz e radiante quando entrou naquela igreja.

Lembrava-se do olhar esperançoso da mulher, de como ela fazia de tudo para tentar se aproximar, de como queria estar perto dele, mas hoje ele assumiu o lugar que um dia foi dela. Hoje ele era quem tentava se aproximar, mas ela se afastava e rejeitava sua presença assim como um dia ele fez com ela. Agora Afonso sentia na pele a dor que causou em Catarina e como aquilo estava o fazendo sofrer.

Era um pensamento egoísta, mas ele não queria que ela fosse embora. Sabia que cada dia que se passava era um a menos em sua presença, era uma chance a menos de tentar consertar seus erros com ela. Sabia que um dia Artena se reergueria, e claro que torcia para isso, mas não podia controlar seu lado que ficava triste sabendo que um dia tudo que restaria seriam as lembranças dela em sua mente.

Um dia Catarina voltaria a Artena, seria a grande rainha que estava destinada a ser, mas isso também podia significar que seu coração se abriria para um novo amor e que seu lugar seria ocupado por outro homem que não perderia a chance de fazê-la feliz. Chance essa que ele se arrependia dia após dia de ter deixado escapar.

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Mais alguns dias se passaram e Catarina se preparava para viajar novamente em direção a Artena. Queria vistoriar de perto o processo de reconstrução. Estava ansiosa para retornar a seu reino e saber como as coisas estavam indo. Também precisava deixar o povo informado sobre o que ocorria. Muitos estavam ansiosos para voltar a seus lares.