Capítulo 42 - Casamento

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E o dia do casamento de Afonso e Catarina havia chegado. A nobreza de toda a Cália já estava devidamente instalada em Montemor, os funcionários do castelo corriam de um lado para o outro finalizando os últimos detalhes dos preparativos para o grande dia e nas ruas não se falava em outro assunto além daquele casamento.

Catarina estava em uma angústia sem fim e travando uma verdadeira guerra contra si mesma. Ao mesmo tempo que queria correr, também queria ficar e ao mesmo tempo que queria distância de Afonso, queria um outro beijo como o que trocaram há alguns dias.

A rainha simplesmente não conseguia esquecer daquele beijo que o rei lhe deu e nem conseguia parar de pensar nele dizendo que lhe amava. Lembrar disso fazia Catarina se sentir ainda mais confusa em seus pensamentos. Não sabia se acreditava, se desacreditava, se desistiria de tudo ou se encararia aquela situação de frente, porém olhando sua própria imagem no espelho do quarto ela sabia que não tinha mais volta.

Catarina já estava vestida para o casamento. Seu vestido branco com detalhes dourados, de mangas longas e seu cabelo com o mesmo penteado usado da primeira vez em que se casou com Afonso lhe conferiam uma imagem perfeita, tão diferente de seu interior amedrontado.

 Seu vestido branco com detalhes dourados, de mangas longas e seu cabelo com o mesmo penteado usado da primeira vez em que se casou com Afonso lhe conferiam uma imagem perfeita, tão diferente de seu interior amedrontado

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Ela olhava para o buquê de rosas brancas em cima de sua cama e se aproximou dele. Sentou-se sob o colchão e tomou o buquê em suas mãos, tocando as pétalas entre seus dedos. Sentir aquela textura lhe lembrava as flores do jardim do labirinto de Artena para o qual ela queria correr e não ser mais encontrada.

Tentava ao máximo pelo menos disfarçar sua tristeza, mas era nítido em seu rosto o quanto queria sumir. Com muito custo levantou da cama apenas para colocar os pequenos brincos e, olhando novamente para si mesma no espelho, respirou fundo antes de tomar novamente o buquê em suas mãos e se sair do quarto rumo a carruagem que lhe levaria até a igreja.

- Chegou a hora de acabar logo com isso. - Ela disse adentrando o veículo, que logo começou a se mover a levando a seu destino.

Afonso já estava no altar da igreja a sua espera. Estava ansioso e também com medo de Catarina desistir de tudo. Era bastante claro para ele que a rainha não estava plenamente confortável com aquela situação e lhe doía saber que, ainda que sem a intenção, a estava fazendo sofrer novamente.

- Majestade, a rainha Catarina já está a caminho. - Gregório se aproximou do rei avisando-o sobre a chegada da rainha, vendo-o ficar ainda mais nervoso. - Tudo dará certo, confie. - O conselheiro falou e obviamente não se referia apenas a união matrimonial em si, mas também a esperança de ver os dois juntos como um verdadeiro casal que sempre deveriam ter sido.

- É a minha última chance, Gregório, e eu não vou me perdoar nunca se estragar tudo dessa vez. - Afonso sussurrou apenas para o conselheiro ouvir.

Não muito longe da igreja, Catarina se aproximava ouvindo os gritos de vivas dos súditos que ansiavam para vê-la e assim que a carruagem parou em frente a grande porta de madeira da majestosa e imponente capela, a rainha de Artena fechou os olhos suspirando pesado.

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