O dia amanhecera mais pesado. Catarina simplesmente não dormiu. Ela ainda estava no quarto de seu pai, olhava para a cama onde ele esteve, que agora estava vazia. Não conseguia acreditar que ele havia partido para sempre.
Os primeiros raios de sol começaram a adentrar as janelas do quarto e ela saiu em direção a seus aposentos. Lucíola já havia preparado seu banho. A princesa pediu para ficar sozinha e sua dama de companhia assentiu.
Tirou suas roupas e entrou na pequena banheira redonda. Sua mente parecia estagnada, apenas imagens de seu pai se formavam em sua cabeça. Catarina se sentia sozinha no mundo.
Longos minutos se passaram e ela saiu da banheira, nada a fazia relaxar. Se secou e foi em direção ao armário para se vestir. Escolheu um vestido preto de mangas longas e gola alta, deixando apenas sua cabeça e mãos visíveis. Seu rosto estava cansado, seus olhos com bastante olheiras, sem brilho e inchados de chorar. Não tinha a menor vontade de encarar tantas pessoas naquele dia, mas infelizmente não podia fugir daquele momento.
Assim que estava pronta ela respirou fundo e saiu em direção ao salão onde o corpo de seu pai estava. A rainha Gertrudes e o rei Heitor foram em sua direção.
- Sinto muito, Catarina. Vosso pai era um bom homem. - Ele falou e ela assentiu.
- Ele fará muita falta. - A princesa disse.
O clima no local era pesado, o sentimento de tristeza tomava conta de todos. Catarina foi abordada por vários reis, rainhas, príncipes e princesas que tentavam lhe reconfortar, mas nada tirava aquela dor do peito da princesa. Ela só queria ficar sozinha.
Catarina foi em direção ao caixão. Seu pai ali, deitado, sem vida, parecia que estava dormindo. Ela pousou sua mão sob a dele sentindo sua pele fria. Não conseguiu segurar as lágrimas.
Algumas horas se passaram e estava na hora de seguir viagem até Montemor para que o rei Augusto fosse sepultado. Tudo que Catarina menos queria no momento, além de se despedir de seu pai, era olhar para Afonso e Amália, mas não tinha escolha.
Gertrudes havia pedido uma carruagem apenas para Catarina e Lucíola e a princesa agradeceu mentalmente por isso. Todos estavam prontos para a viagem e assim o fizeram.
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Algumas horas depois e todos chegaram à Montemor. Catarina fez toda a viagem calada, mas sua mente estava uma bagunça. Não sabia o que fazer, como agir, como pensar.
Os plebeus olhavam curiosos para todas aquelas carruagens, mas sabiam do que se tratava aquela chegada repentina dos monarcas. Alguns acenavam para Catarina, que devolvia os acenos e sorria, embora estivesse nítido em sua face a tristeza pelo que aconteceu.
Ela saiu da carruagem e viu quando o caixão de seu pai foi levado para o interior do castelo e também viu Afonso e Amália recepcionando alguns monarcas. Uns mal cumprimentavam a ruiva e outros ignoravam totalmente.
- Aqui entre nós. - Gertrudes se aproximou de Catarina. - É ridículo essa plebeia recepcionando a nobreza e fingindo ser uma de nós. Ela realmente acha que um dia será rainha, só se for rainha da barraca de sopa.- A rainha falou e Catarina riu concordando. Era a primeira vez que dava alguma risada depois de tudo que ocorreu. Gertrudes era bastante divertida, só ela pra fazê-la rir naquele momento.
Elas se separaram quando Gertrudes foi em direção a seu marido e saíram em direção à Afonso e Amália, essa última que a rainha de Alfambres não conseguia engolir a presença.
Catarina percebeu que Selena, Ulisses e Agnes estavam presentes quando surgiram na grande porta. A rainha da Lastrilha foi em sua direção.
- Meus sentimentos, Catarina. Fiquei triste quando soube da morte do rei Augusto. - Ela disse.
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Rise
FanficO fogo se aproximava cada vez mais dos pés de Catarina e ela ficou completamente desesperada tentando em vão se afastar. Ela começava a fazer força para tentar se soltar daquelas amarras, mas elas nem se moviam. Suas lágrimas aumentaram, sua respira...