Capítulo 29 - A certeza do amor e... problemas

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Gregório ficou em choque com as palavras de Afonso. Nunca imaginou que um dia o rei lhe diria isso. O amor que ele sentia por Amália parecia tão forte, tão sólido, tão difícil de quebrar. Parecia.

- Desculpe-me, majestade, o que disse? - Gregório perguntou para ter certeza de que não era brincadeira de sua mente.

- Isso mesmo que ouviu. Eu realmente acho que me apaixonei por Catarina. - Afonso disse e suspirou cansado. - A vida é engraçada. Justo Catarina que eu tanto rejeitei quando tentava se aproximar, que eu feri tantos seus sentimentos. - Ele dizia com um ar de arrependimento.

- Devo confessar que é uma grande surpresa ouvir isso. Vosso amor por Amália parecia ser tão forte. - Gregório disse.

- Era o que eu também achava. Pensei que a amaria para sempre, mas acho que confundi atração momentânea e gratidão por ela ter ajudado enquanto estava na floresta quase morrendo, com amor. Aquela paixão arrebatadora parece ter morrido dentro de mim, o único sentimento que parece restar é gratidão. - Ele disse. - Mas com Catarina tudo parece tão... diferente. Eu não sei explicar, não tenho palavras para descrever o que sinto quando estou perto dela. É diferente de tudo que já senti. Ela é sempre tão forte, tão decidida, tão destemida. Ela me diz exatamente o que preciso ouvir e não só o que quero ouvir. É nela que penso quando imagino o futuro, aliás é nela que penso o dia todo e até com quem sonho. - Afonso falou e obviamente ocultou que tipo de sonhos tinha com a rainha de Artena.

- A princesa mexe mesmo com vossos sentimentos, majestade. Na verdade sempre mexeu, todos percebem isso. - Gregório falou.

- Está tão óbvio assim? - Afonso perguntou e Gregório sorriu.

- Sim, majestade. Até correm no reino boatos a respeito de vocês dois. O povo ama Catarina, ainda mais agora depois da descoberta de sua inocência, e ainda tem esperanças de uma unificação entre Artena e Montemor. - Gregório disse e Afonso ficou surpreso. Não imaginava que o povo ainda almejava uma possível união entre ele e Catarina.

- O povo realmente torce por isso? - Ele perguntou surpreso.

- Sim, majestade. A cada dia que passa cresce a torcida por uma possível união matrimonial entre vossa majestade e a rainha Catarina. - Gregório disse e Afonso ficou pensativo.

Ele imaginava como tudo ficaria daqui para a frente. Será que um dia ele e Catarina conseguiriam ser amigos? Será que ao menos manteriam uma boa relação? Será que, como almejava o povo, casariam-se novamente? Afonso pensava, mas logo descartava essa última possibilidade. Sabia que no que dependesse de Catarina isso nunca iria acontecer.

O homem não podia deixar de imaginar como seria se um dia casassem novamente. Será que dessa vez seria diferente? Ela continuaria o amando? Eles seriam felizes juntos? "Tudo isso poderia ter acontecido se você não fosse um imbecil, agora não adianta mais lamentar pelo que vocês poderiam ter vivido", sua consciência logo tratava de o acordar para a realidade.

- Majestade, já que me pediu uma opinião como amigo, me sinto no dever de dizer o que acho. - Gregório falou e Afonso voltou sua atenção à ele. - Precisa resolver vossa situação com Amália. Se já não tens mais a certeza de que a ama, ela precisa saber disso para que não alimente esperanças de um casamento.

- A verdade é que há muito tempo tenho dúvidas se quero mesmo casar-me com Amália, dúvidas se ainda a amo. Mas é só colocar meus olhos em cima de Catarina que a dúvida vira certeza. Não sinto mais as mesmas coisas por Amália. Não é mais nela que penso quando me vem a mente a palavra amor. A verdade é que jamais daríamos certo no final. Algo que começou errado não pode acabar bem. - Afonso disse e se sentiu mais aliviado por admitir tudo aquilo.

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