Senti falta de uma xicara de café, depois de passar a noite escrevendo. Tentei evitar não olhar para a hora no canto da tela do meu notebook, mas era inevitável, eu estava cansada, meus olhos queimavam de sono, mas eu ainda estava sentada, na minha cadeira dura, onde o assento estava fundo, devido ao tempo que eu gastava sentada nela escrevendo. Naquela noite, eu havia quebrado todos os meus recordes.
Desde que Dylan deixará o meu apartamento, o que eu fiz foi correr para o quarto e começar a digitar. Digitei dois textos quase simultaneamente, o que meu coração estava pedindo para eu escrever naquele momento, e o que Dylan havia pedido para eu escrever.
Eu alternava entre uma página e outra do world, lutava para me manter acordada, mas acordei sobressaltada, com o sol ultrapassando a vidraça da janela. Senti algo molhado escorrer pela minha boca, eu estava babando. Limpei a baba com as costas da mão, e pisquei freneticamente, olhei em direção a janela. Ahh! Gemi sentindo meus olhos queimarem, assim que o sol penetrou em minha visão como algo cortante, fechei os olhos em protesto.
Encontrava-me debruçada sobre a escrivaninha, dormi ali mesmo, não me lembrando a que ponto isso ocorreu.
Estiquei meus braços, sentindo uma dor nas minhas costas e pescoço. Dormi de mal jeito, e sabia que eu iria sofrer as consequências durante o dia.
— Darla! — Escutei uma voz abafada me chamar.
Ponderei na ideia de não ir atender, eu ainda não tinha escovado os dentes, e provavelmente eu estava com o terrível bafo matinal. Mas a pessoa insistira, batendo na porta. San Francisco miou, e então fui atender quem me chamava.
Olhei pelo olho mágico, era o meu irmão do outro lado, estava com a cara amassada, de quem acabara de acordar, bocejou umas duas vezes enquanto eu o observava.
Abri a porta, um pouco hesitante.
— Ótimo! — Disse ele, a voz contente demais. — Pensei que tinha acontecido alguma coisa com você. — Arqueei uma de minhas sobrancelhas. — Tiffany disse que você não atende o celular e que não apareceu para trabalhar.
— Ah, o celular. Aconteceu um acidente com meu celular.
— Que tipo de acidente?
— Ele caiu no vaso quando eu fui fazer xixi. Estava no bolso de trás do meu jeans, só lembrei disso quando ele já estava dentro do vaso. — Menti, apesar de não poder o enganar, mas eu não queria que Peter me sondasse até descobrir que eu estava chorando por Dylan embaixo do chuveiro mais uma vez. — Entra. — Abri a porta até o canto, dando passagem para ele entrar.
Peter entrou, estava um pouco sem graça. Então ele começou a se desculpar.
— Me desculpa. Eu não deveria ter trazido garotas para cá, já que você tinha me dito milhares de vezes para mim não fazer isso.
— Esquece isso, Peter. Fico feliz que você tenha me procurado. E a propósito, como Tiffany tem o seu número?
— Pedi a ela na lanchonete um dia desses, acho que você não tinha ido trabalhar. Você tem alguma coisa aí para comer? — Ele encerrou o assunto.
Fui trabalhar no período da tarde, e isso significava que eu iria ter que fechar a lanchonete, o que não era ruim, já que ainda continuaria com o emprego.
Mas o que me surpreendeu muito nesse dia foi o fato de Tiffany estar visivelmente de bom-humor. Ela nem me dera esporro por eu ter a cara de pau de chegar depois do meio-dia. Ela até cantarolou uma música romântica enquanto limpava as mesas.
Fiquei tentada a perguntar a ela o que estava acontecendo, mas preferi não fazer isso, não queria que o seu bom-humor passasse depois que eu fizesse a pergunta.
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Dylan Turner (Completa)
ChickLitDylan Turner é um famoso diretor de Hollywood. Com um passado envolvendo o vício em álcool, mulheres e a fama de ser rude com todos ao redor, ele retorna de uma clínica de reabilitação sendo um novo homem, mas alguém do seu passado retornará querend...