Dias atuais
A lanchonete estava cheia de turistas naquela tarde de terça-feira. Muitos deles, ansiosos para tirarem uma foto no local, outros apenas para fazerem um lanche.
Reconheci algumas nacionalidades pela língua, como um espanhol que arrastou para um inglês puxado, mas desistiu depois de perceber que eu não estava entendendo muito bem o que ele dizia. Um japonês que eu reconheci pela aparência, apesar da Tiffany teimar que ele era chinês.
O moço japonês pediu que eu tirasse uma foto dele junto a namorada. Ele me entregou a máquina fotográfica, olhei através da lente e antes de dar o primeiro click, capturei também a irmã de Dylan que acabara de chegar na lanchonete. Entreguei a máquina fotográfica a ele, depois de tirar três fotos, meus olhos foram parar na mesa onde Anne estava. A garota estava pensativa, tinha aquele olhar triste que ela tentava esconder por trás da maquiagem pesada.
— Deixa que eu atendo. — Disse para a Andréa que já estava com a comanda e a caneta em mãos para fazer o atendimento a Anne.
Deslizei sobre os patins em direção a mesa de Anne. Ela levantou o olhar, não sorriu ou mostrou qualquer reação quando eu me aproximei dela.
— Você está bem? — Perguntei.
— Você como sempre esquecendo o porquê de estar aqui. — Disse ela, naquele tom arrogante que não me surpreendia mais.
— Sim. — Respondi com indiferença, puxei a cadeira e me sentei, mesmo ela não me convidando.
— Dá um tempo.
— Eu daria, mas sei que se você realmente não quisesse falar comigo e me odiasse, você não viria exatamente nessa lanchonete, sabendo que poderia correr o risco de falar comigo. — Ela cruzou os braços rente ao peito e bufou. — Vamos se abre comigo.
— Você não entenderia. Meu irmão não entenderia.
— O que Dylan não entenderia? — Perguntei, curiosa.
— É que amanhã é o aniversário de falecimento da mamãe e do papai. Dylan não gosta que eu toque no assunto. Ele fica bem ranzinza nesses dias. Eu queria que ele me ouvisse mais. — Ela confessou.
— Talvez você que esteja se fechando para ele. Você foge de casa, maltrata as pessoas que vão na casa dele. — Apontei para mim mesma. — Acho que você foi a única que não percebeu que Dylan te ama.
— Se ele me amasse, não teria ficado seis meses fora, me deixando na mão de uma estranha.
— Ok. Acho que você não percebeu que Dylan fez isso por você também. Todos sabem que Dylan passa de todos os limites quando fica bêbado, tenho certeza que ele não queria que você o visse assim.
Escutei alguém pigarrear atrás de mim, batendo freneticamente seu sapato contra o chão de cerâmica branca. Olhei para trás, notei um homem de camisa com estampa floral, bermuda, chinelo no pé, os olhos pretos, e bem na frente do seu cabelo preto tinha um tufo de cabelo branco que não parecia muito natural para alguém da idade dele.
— Tem outras garçonetes para atender o senhor, sinta-se à vontade para escolher qualquer uma que não esteja ocupada como eu. — Estreitei meus olhos ao ver Tiffany que atendia outra mesa balançar a cabeça negativamente para mim, por um momento ela até usou o dedo, insinuando que eu parasse.
— Então é assim que funciona para você. As outras garçonetes fazem o trabalho duro enquanto você bate-papo. — Disse o homem num tom autoritário.
— Não, estou apenas sendo prestativa com minha cliente, como eu disse tem outras garçonetes disponíveis...
— Para a minha sala! — Disse ele, cheio de autoritarismo.
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Dylan Turner (Completa)
Chick-LitDylan Turner é um famoso diretor de Hollywood. Com um passado envolvendo o vício em álcool, mulheres e a fama de ser rude com todos ao redor, ele retorna de uma clínica de reabilitação sendo um novo homem, mas alguém do seu passado retornará querend...