Capítulo 24

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O carro que estávamos chacoalhou assim que passamos pela estrada de chão. A imagem que víamos dos dois lados do carro eram apenas pinheiros e outras árvores desconhecidas. Era um dia nublado, as nuvens estavam densas, indicando que a qualquer momento poderia chover. Fechei o meu casaco, sentindo um frio repentino, mesmo as janelas do carro estando fechadas.

Sair de LA para vir para Winchester foi ideia de Dylan, mas eu pensei que ficaríamos hospedados em um hotel no centro da cidade, não na sua velha casa que ele passou toda a sua infância e adolescência.

Bati a porta ao descer do carro, que Dylan alugara para virmos do centro até a pequena fazenda onde ele um dia morou. Observei a pequena casa de madeira, estava toda trancada, visivelmente abandonada. Algumas madeiras estavam empilhadas bem próximas a casa, sinal de musgos eram vistos da distância onde eu estava.

Dylan tirava as malas do carro, na verdade, as minhas malas já que ele só trouxe uma pequena mochila. Ajudei ele com uma das malas e o segui. Colocou a chave na fechadura enferrujada, e a girou, mas ele não a abriu de imediato, foram três tentativas até Dylan passar os dedos pelo cabelo, estava ficando visivelmente irritado, a noite dava indícios que estava chegando. O clima frio dava a sensação que ela estava vindo mais rápida ainda.

Forçou a porta até que, finalmente, conseguiu abrir. Ainda na varanda, espirrei algumas vezes, quando o cheiro de poeira e mofo invadiram as minhas narinas, a reação de Dylan não foi diferente da minha. Olhei para os móveis, todos estavam cobertos por lençóis brancos. Algumas teias de aranhas pendiam do teto. Dylan me olhou um pouco envergonhado, parecia ter se arrependido de me trazer aqui.

Ele insistiu muito para eu viajar com ele, neguei até quando pude, alegando o fato de que não estávamos em um relacionamento estável ainda. Anne ficou com Selina, uma prima de Dylan que morava em Los Angeles.

— Só me explica como você vem a um lugar que você queria muito deixar para trás. Um lugar que você não era feliz. — Deixei a mala no canto da porta, indo até o sofá. Tirei um lençol sacudindo a poeira no ar.

— Eu nunca disse que não fui feliz aqui.

— Então por que quis embora?

— Eu não poderia realizar meus sonhos aqui. — Ele se agachou próximo ao rack, esticou o braço por baixo e pegou algo, o virou para mim. — É da Anne. — Disse ele com um mini-urso de pelúcia na mão.

— Tenho certeza que ela vai gostar muito de receber isso de volta. — Tentei lhe mostrar o meu melhor sorriso quando, na verdade, eu só queria mesmo era ir embora. Dobrei o lençol sujo e o coloquei no braço do sofá. — Temos que ajeitar esse lugar antes que escureça.

Dylan foi até o celeiro, onde ficava o gerador, em vinte minutos vi as luzes da casa se acenderem, iluminando toda a casa. Me senti mais tranquila assim, mas ainda existiam muitas coisas para se fazer.

— Se eu for até a cidade comprar comida, você se importa de ficar aqui sozinha? — Perguntou Dylan, me puxando pela cintura e beijando a minha bochecha.

— Tudo bem, a responsabilidade de limpar tudo vai cair sobre meus ombros mesmo. — Dei de ombros, lutando para manter a calma.

— Esse não foi o passeio romântico que você sonhou?

— Não mesmo. — Murmurei.

— Mas não é para ser um passeio romântico. — Ele me soltou, indo em direção à porta, não me dando uma explicação decente.

— Você não poderia ter comprado comida quando estávamos na cidade? Assim eu vou pensar que você realmente está fugindo do serviço.

— Como fugindo? Se a maior parte do serviço vai ficar por minha conta. Vou fazer um ótimo jantar para você, Darla. — Disse ele cheio de animação na voz. Animação demais. Como um lugar desse pode deixá-lo tão feliz assim? A mim não deixou nem um pouco, pelo contrário. Era tudo tão deprimente.

Dylan Turner (Completa)Onde histórias criam vida. Descubra agora