Capítulo 12

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— Já fui a merda e voltei, querida. Agora será que dá para você abri a porta? Quero falar com você. — Dylan insistiu. Mas não era só porque ele queria falar comigo que significava que eu queria falar com ele.

Decidi o ignorar e retornei para o pote de sorvete. Quando o peguei na mão, estava mais leve que o de costume. Olhei dentro do pote, me esquecendo que eu havia comido tudo. Eu precisava de outro urgentemente. Comida era o meu refúgio quando eu estava furiosa e ansiosa.

— Darla! — Ele me chamou mais uma vez.

— Cala a boca! — Gritei.

Esperava realmente que Dylan fizesse isso, mas agora a sua voz invadiu o meu apartamento em forma de música. Balancei a cabeça e fechei os olhos, pensando se eu fizesse isso, eu iria acordar daquele pesadelo, e o silêncio reinaria no meu apartamento, mas não tinha nenhuma maneira de silenciar o meu ouvido quando ele continuou cantando.

— Oh, Oh, her eyes, her eyes make the stars look like they're not shinin'. Her hair, her hair falls perfectly without her trying. — Dylan estava cantando Bruno Mars em frente ao meu apartamento, sem se importar em incomodar a vizinhança, que por acaso era a minha vizinhança. E por ser a minha vizinhança, eu sabia que isso me causaria grandes problemas. — She's so beautiful (Ela é tão bonita) ... — Ele parou nessa parte da canção assim que eu abri a porta. O sorriso no rosto não me surpreendia mais. Ele era assim, achava que podia resolver tudo na base de um sorriso.

— Escuta, meus vizinhos não são os melhores do mundo, então...

— Então você quer que eu pare de cantar. — Ele me interrompeu, percorrendo os olhos por todo o meu corpo. Senti minhas bochechas esquentarem, antecedendo o rubor do meu rosto quando acompanhei seu olhar, e finalmente percebi o tipo de roupa que eu estava vestindo. Eu estava praticamente seminua.

Abandonei Dylan ali, correndo em direção ao meu quarto, escutei sua risada que ele não fez questão de esconder. Pesquei uma calça qualquer em meu guarda-roupa, a vestindo.

Retornei para a sala, e me deparei com Dylan, sentado no meu sofá. San Francisco estava no seu colo, enquanto Dylan o acariciava. Será possível que esse gato gostava de todo mundo menos da sua dona?

— Não me lembro de ter mandado você entrar. — A minha voz retumbou pela sala como um trovão cortando o céu em dia de tempestade. San Francisco resmungou em protesto.

— Não se preocupe, entrei para te recordar de fazer isso.

— Há! Há! Há! — Fingi uma risada.

— Me diga, Darla. O que foi que eu te fiz? Nós estávamos conversando numa boa, e você de repente se levanta da cadeira, me abandona sem me perguntar ao menos o que eu queria. Que a propósito, era um café expresso, que ainda está em tempo de você fazer. Você quer que eu te acompanhe até a cozinha?

— Eu não vou preparar nenhum café para você. — Cerrei os punhos.

— Como nós vamos conversar sem uma boa companhia de um café.

— Eu não bebo café. — Seus olhos se estreitaram. — Não bebo mais desde que eu comecei a trabalhar na lanchonete.

— Já enjoou tão rápido? — Assenti, e me odiei ao mesmo tempo que Dylan conseguiu contornar a conversa para um rumo normal. Ele era especialista nisso.

— Você está tentando me enganar, é? — Perguntei de forma hostil.

— Em relação ao que mesmo você está falando?

— A todo esse papo seu em relação ao café. E propósito quem deixou você entrar?

— Uma moça que é vizinha do seu apartamento. Acho que o nome dela é Julianne. Ela estava saindo quando cheguei, e me disse qual era o número do seu apartamento. Ela é muito simpática.

Dylan Turner (Completa)Onde histórias criam vida. Descubra agora