Capítulo 10

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— Boa noite! — Disse eu a Peter, e irrompi porta adentro. Fui capaz de até ignorar o fato de ter uma garota com ele. Provavelmente uma nova namorada que ele vai dispensar amanhã de manhã. Ele realmente não tem jeito.

O que eu tinha para fazer estava em meu quarto, guardado dentro de duas gavetas do meu guarda-roupa.

Eu não tinha apenas um roteiro, tinha vários deles, e escutar Dylan dizer que quer dar uma olhada neles, parecia até ser uma piada, de muito bom gosto, mas ainda era muito surreal.

Ele poderia estar brincando com a minha cara, mas a forma que ele falou pareceu sincera.

É claro que com um pouco de tempo eu iria persuadi-lo a fazer isso, mas não pensei que seria tão fácil.

A última vez que uma pessoa pediu a Dylan para que lesse o seu roteiro, ele o rasgou na frente do roteirista, cuspiu em cima do papel rasgado, dando as costas para o homem, sem um pingo de arrependimento em seu olhar. Não sei se o site que eu li essa matéria é realmente confiável, mas se tratando daquele Dylan, tudo era possível. Ele era cruel e impiedoso, mas também tinha muitas pessoas oportunistas.

Fechei minha mão em volta do puxador da gaveta e a abri. Olhei para eles, todos alinhados e perfeitos, era assim que eu cuidava deles, com total zelo.

Peguei o que estava por cima, era o meu favorito, por isso estava nessa posição. Li a primeira página, sentindo a primeira vitória correr como combustível nas minhas veias.

Dessa vez eu fui mais cuidadosa, cada roteiro estava registrado no U.S Copyright office. Qualquer tentativa de Dylan arrancar algum deles de mim, ele sofreria as consequências.

Roubar um roteiro seria perfeito para ele já que tem um bom tempo que ele não dirigir um filme. E não seria a primeira vez. Dinheiro não dura para sempre, apesar de eu ter certeza que ele tem dinheiro em sua poupança para viver mais dez vidas. Mas quem tem muito dinheiro sempre quer mais.

Enquanto eu virava a folha, senti um olhar sobre mim. Como se alguém estivesse à espreita, analisando-me com cautela, levantei o olhar, e vi Peter, parado ainda na porta do quarto.

— Não use seus poderes psicológicos em mim.

— É para ser uma piada? — Perguntou ele, um sorriso sem nenhum humor surgiu em seus lábios. Sentou-se na minha frente, um olhar em mim, outro no roteiro na minha mão, e outro para os outros roteiros na gaveta.

— O que você pretende fazer com isso? — Perguntou.

— Brilhar! — Respondi entusiasmada.

— Quem vai te patrocinar para que você possa fazer isso?

— Ninguém. Ainda. — Coloquei o meu roteiro favorito de um lado, e me virei de costas para Peter, pegando uma pilha de roteiro e colocando-os no chão.

— Por que você está organizando isso?

— Você não deveria estar ocupado nesse momento? Namorando no meu sofá.

— Poderia. Mas decidi seguir suas regras, e a dispensei.

— Você a dispensou? Não teve nem a capacidade de levar ela até a casa dela.

— Paguei um táxi.

— Você é um péssimo namorado.

— Vou ligar para a mamãe. — Minha testa se vincou, tentei forçar um sorriso. — Vou dizer a ela que você está paranoica de novo. Será mais saudável se você voltar para Nova York.

Dylan Turner (Completa)Onde histórias criam vida. Descubra agora