Capítulo 23

6K 576 47
                                    

Deixei Tiffany na lanchonete e segui rumo a praia. Gostava de ir lá para espairecer e pensar, estando mais próxima ao mar. Apesar de a praia estar movimentada, consegui um espaço para eu ficar a sós comigo mesma. Para isso, precisei andar um pouco, mas valia o esforço.

Tirei meus sapatos, os levei na mão, enquanto sentia a areia da praia grudar em meus pés descalços. Estava uma tarde agradável, onde a brisa bagunçava o meu cabelo, e o sol não estava tão intenso.

Estiquei minhas pernas, reclinando meu tronco para trás, erguendo minha cabeça, deixando o sol dar um pouco de vida a minha pele pálida. De longe se via, famílias inteiras se divertindo, alguns casais, grupos de amigos. Assim como eu, também, tinha algumas pessoas solitárias.

Liguei meu celular, coloquei uma música mais leve para tocar e pus o fone de ouvido. Eu poderia dizer que a minha vida estava começando a melhorar. Quero dizer, apesar de tudo, progredi muito nesses últimos dias. Dylan conseguiu me tirar do casulo, que tinha virado o meu próprio apartamento. Sei que de um jeito tímido ele tentava me mostrar, que seu mundo não é tão perfeito como as pessoas pensam.

Tenho a sensação que a cena do cinema já era previsível para ele. Mas eu realmente não esperava, aquilo foi um choque para mim. Talvez bom, talvez ruim. Por isso estou aqui, apenas para refletir. Entender o que eu quero realmente para minha vida.

— Te achei. — Disse o homem que se sentou ao meu lado, vestindo jeans e camisa preta. Tirou os ósculos escuros e segurou entre os dedos.

— Me dá um tempo. — Tirei o fone.

— Já te dei. E você vem me ignorando desde então. — Disse Dylan, me fazendo recordar que já fazia alguns dias que eu ignorava suas ligações e mensagens de texto.

— Me desculpa, ainda não estou sabendo lidar com isso. Tem alguém nos observando nesse exato momento? — Perguntei, Dylan sorriu, deitou sua cabeça em meu ombro e a tirou rapidamente.

— Vou deixar você adivinhar quem é. — Ele brincou. — Que tal jantarmos em minha casa hoje?

— Tenho compromisso.

— Sério, é?

— Qual o problema? Você pensa que é somente você que tem uma agenda lotada?

— Sei. Agenda lotada de como ignorar seu namorado. — Ele me cutucou com o cotovelo.

— Não consigo te enganar, não é? — Ele negou com a cabeça. — Você acha que se eu for, vou ser bem recebida pela Anne?

— Anne te ama. — Ele se colocou de pé, limpou a areia que ficou grudada em sua calça com a mão.

— Dylan, pensei que você soubesse mentir melhor. — Ele estendeu sua mão para mim e eu a segurei. Me puxou e me coloquei de pé.

— Anne não te odeia. Se ela te odiasse, não teria defendido você em relação ao Bob. Ela só é péssima em demonstrar sentimentos.

— É aquele ali! — Apontei para o homem parado a alguns metros de onde estávamos.

— Como você adivinhou?

— Ele era um dos que estavam nos vigiando no cinema aquele dia.

— Vigiando não é bem a palavra. Eles estavam cuidando da nossa segurança.

— Para mim é a mesma coisa. Aliás, como você soube que eu estava aqui, senhor Turner? — Cutuquei ele duas vezes em seu peitoral, com o dedo indicador.

— Não posso revelar as minhas fontes.

— Tiffany. — Conclui e ele sorriu. Como Dylan se entregava tão fácil às vezes.

Dylan Turner (Completa)Onde histórias criam vida. Descubra agora