Capítulo 18

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Soprei uma mecha do meu cabelo que caia em meus olhos, enquanto ainda estava debruçada sobre o balcão da lanchonete esperando, impacientemente, Dylan terminar de conversar com o velho Bob. Já fazia uma hora que ele entrou lá dentro e em nenhum momento saiu para dizer se estava tudo bem ou até mesmo para me chamar. Como eu era o assunto sendo tratado, pensei, que no mínimo, eu deveria saber o que os dois estavam falando sobre mim. E essa espera estava me matando.

Anne se virava muito bem para matar o tempo com seu iPhone supercaro. Tiffany dividia sua atenção conosco e com os clientes. Ela também estava curiosa, mais do que eu na verdade. Acredito que boa parte de sua preocupação se deve ao fato dela ter medo que Dylan não venha mais para a lanchonete depois da minha demissão. O que eu acho improvável de acontecer, já que ele já vinha aqui bem antes de mim. A viagem que Tiffany pretende fazer está cada vez mais próxima, então as gorjetas que ela ganha nas quintas farão falta caso isso aconteça.

O telefone que fica no canto do balcão tocou e Tiffany correu para atendê-lo. Tirou o aparelho do gancho e pronunciou todo aquele ritual antes da pessoa anunciar quem era. Tiffany fazia afirmações para a pessoa do outro lado da linha até que colocou o telefone de volta no gancho. Ela se virou para mim.

— Você pode entrar. — Me direcionei para o escritório do velho Bob, mas antes Tiffany segurou em meu braço. — Posso escutar atrás da porta? — Perguntou, seriamente.

— Faça o que você quiser. — Respondi com um sorriso, mas uma das garçonetes a chamou, impedindo-a de fazer isso.

Esperei por alguns minutos antes de segurar a maçaneta da porta, tinha medo do que foi e o que mais poderia ser dito. Girei a maçaneta, escancarando a porta, me revelando para os dois homens que me encararam duramente.

Não me apressei para sentar, mas caminhei vagarosamente para a cadeira vazia que me esperava ao lado de Dylan. Velho Bob uniu as mãos, repousando seu queixo sobre ela e me olhou com o olhar de uma cobra, só deve ter aceitado conversar comigo novamente com medo de perder o cliente ao meu lado.

— Eu e Dylan conversamos. — Disse como se a palavra de Dylan fosse muito importante para ele, e era mesmo.

— É, eu percebi. — Disse eu em um tom de zombaria, sabendo que eu tinha a pessoa certa ao meu lado. Velho Bob me deu um sorriso presunçoso, ele sentiu na pele o que era estar no lugar de um subordinado.

— Não quero prolongar o assunto, então vou direto ao ponto. Como Dylan me disse que você sempre o tratou bem desde que você começou a trabalhar aqui, — eu e Dylan trocamos um olhar, ele mentiu por mim, — e que a menina que você estava conversando era a irmã dele, estou disposto a voltar atrás com as minhas palavras e te readmitir.

— Eu não aceito.

— Como é que é? — Disse o velho Bob com a voz exaltada.

— Não quero mais trabalhar aqui depois de ter sido tratada por você como se eu fosse um simples nada.

— Darla, pensei que você precisasse desse emprego. — Disse Dylan com a voz doce.

— Eu preciso, mas sei que o velho, quero dizer, senhor Bob não está fazendo isso por mim, mas sim por você.

— Mas só por isso você vai preferir ficar desempregada? — Dylan insistiu.

— É, senhorita Miller, pense bem. — Disse o velho Bob, mas o que ele queria mesmo era que eu não aceitasse, já que ele mesmo não podia me despedir por causa de Dylan.

— Já pensei, vou dormir melhor assim. — Me pus de pé, mesmo o velho Bob não dando o assunto como encerrado, eu já tinha dado. — Licença. — Me virei de costas para eles, atravessando a porta, meu coração deu um pulo quando senti alguém vindo ao meu encalço, eu sabia que era Dylan.

Dylan Turner (Completa)Onde histórias criam vida. Descubra agora