Capítulo 30

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Lá foi a minha mãe chorar de novo diante da minha despedida no aeroporto. Essa cena dramática sempre se repete toda vez que retorno para L.A. Mas dessa vez suas lágrimas foram mais intensas, já que ela acreditava com afinco que pelo que ocorreu entre mim e Dylan, eu não retornaria para Los Angeles, e sim ficaria em Nova York.

Levei o meu lenço até seu rosto, secando suas lágrimas. Eu sempre tinha um a disposição quando era dia de despedida, conhecia muito bem a minha mãe para pensar que ela poderia reagir de outra forma. Ela pegou o lenço da minha mão, terminando o trabalho que eu comecei.

— Você tem certeza que não quer ficar? — Perguntou mamãe pela milésima vez.

— Ainda não desisti dos meus sonhos, mãe. — Respondi, ajeitando a alça da minha bolsa no ombro.

— Você quer dizer que não desistiu de se vingar de Dylan Turner, porque dos seus sonhos você desistiu há tempo.

As palavras de mamãe causaram um impacto profundo no meu coração. Eu realmente tinha desistido dos meus sonhos, desejando mais em obter vingança. Ela me deu um abraço apertado, que demorou mais tempo do que o de costume, parecia que ela não queria me soltar, naquele momento eu queria o mesmo, nunca mais soltá-la, porque não há nada mais acalentador do que um abraço de mãe.

— Vou depositar o dinheiro do seu aluguel e para suas necessidades básicas até você conseguir se ajeitar novamente. — Disse ela.

— Mãe, eu já disse que te amo?

— Sim, mas é sempre bom ouvir de novo.

— Te amo. — Lhe dei um beijo na face.

— Também te amo, nunca se esqueça disso.

— Um dia pretendo retribuir tudo o que a senhora faz por mim.

— Darla, meu amor, você sabe que o dinheiro nunca foi o problema. O único problema é que eu não consigo te fazer feliz.

— Mãe, que isso agora? — Cruzei os braços. — Eu sou feliz, só estou meio perdida na estrada, mas logo, logo irei me encontrar.

— Me perdoe por ter estragado o seu relacionamento com Dylan.

— Em relação a isso, não se preocupe. Não tinha relacionamento para a senhora estragar. — Massageei seu braço, em um gesto de carinho, e mamãe me olhou de uma forma que ela sabia que eu mentia para mim mesma.

Cheguei em Los Angeles no início da noite. Eu estava exausta, física e mentalmente. Joguei minha bolsa em cima do sofá e fechei a porta com o pé. San Francisco estava embaixo da janela, miando para ela. Eu o deixei trancado. Isso sempre o deixava irritado ao extremo.

Me arrastei até a janela, abrindo-a, deixando o ar da noite entrar no apartamento. A brisa noturna esvoaçou o meu cabelo, fazendo um pouco dele cair em minha face, o coloquei atrás da orelha enquanto San Francisco saltava rumo a sua liberdade. Ah! Como eu queria ser como esse gato. Poder sair sem rumo, e muito menos me preocupar com a hora de chegar. Não me apegar a ninguém.

Observei ele saltando de prédio em prédio antes de eu rumar para a geladeira. Abri a porta, tentando localizar algo pronto, que eu só precisasse esquentar no micro-ondas, mas não tinha nada, estava vazia, isso queria dizer que eu tinha que levantar no dia seguinte para fazer compras.

Um alerta de mensagem ecoou pela casa. Deixei a minha fome de lado, indo de encontro a minha bolsa. Peguei meu celular e desbloqueei a tela. Era uma mensagem de Peter. Queria xingá-lo por ter sido o principal causador da minha briga com Dylan, mas em vez de ficar com raiva, sorri ao ver a foto que ele me enviou por mensagem. Ele e Tiffany voltaram. E a foto dos dois abraçados era puro amor. Sorri mais uma vez, senti uma pontinha de inveja deles. Quem me dera se o meu relacionamento com Dylan tivesse as complicações simples que a dos dois tinham.

Dylan Turner (Completa)Onde histórias criam vida. Descubra agora