Capítulo 20

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Darla

Não estava pensando em muitas coisas quando resolvi beijar Dylan Turner. Apenas deixei o desejo falar mais alto quando me compadeci pela sua história e vi um pouco do homem por trás do diretor famoso. Mas qual era o problema em tê-lo beijado? Só não queria que esse desejo rasgasse o meu ser. Apesar de ser errado os planos que eu tinha para nós. Se depois me condenaria por causa disso, também não teria problema nenhum. Tinha valido a pena, apesar de depois eu ter que gritar para o mundo que o homem que a minha boca tocou é um tremendo de um farsante.

Gostei mais do que eu deveria quando as nossas bocas se encaixaram em um ritmo perfeito, quando o desejo que eu tinha mantido escondido por ele fora retribuído da mesma forma. Mas eu não esperava que meu irmão aparecesse naquele momento, nos interrompendo, e que a outra Darla dentro de mim não estava querendo admitir que estava sendo mágico.

Ele estragaria tudo. O ódio que sinto por Dylan consegui compartilhá-lo com Peter e fiz ele sentir a mesma coisa. Agora ele estava preste a atacar o Turner. Olhei para Dylan, que tinha um sorriso de escárnio no rosto quando levou o primeiro soco, ele fechou a mão e a ergueu, mas abaixou logo em seguida, dando oportunidade para meu irmão lhe dar mais um soco.

Peter não fazia o tipo de cara brigão, eu nunca o vi agredir uma pessoa fisicamente antes, ele sempre contornou a situação a base de conversa, agora parecia estar fora de controle.

Um fio de sangue escorreu do canto da boca de Dylan, eu tive que interferir antes que tudo se tornasse mil vezes pior. Segurei no braço de Peter, sua mão ficou parada no ar. Piscou algumas vezes, parecia estar se acalmando, voltando a si e finalmente percebendo que o que fizera fora errado.

Dylan estava com os olhos semicerrados, parecia um pouco grogue. Passou as costas da mão no queixo, limpando o sangue que escorrera, mas fizera ainda mais sujeira.

— Por que mesmo você me bateu? — Seus olhos lampejaram por debaixo das pestanas, então recostou a cabeça no encosto do sofá, as mãos caídas em seu colo.

— Peter, vá embora. — Sugeri.

— Darla, eu não posso acreditar que você está fazendo isso. Eu não te conheço mais.

— Cara, até parece que você flagrou eu e sua irmã fazendo algo a mais do que estarmos nos beijando. — Disse Dylan cheio de sacarmos.

— Você quer apanhar de novo? — Peter apontou o dedo bem na face de Dylan que sorriu. Às vezes Dylan conseguia ser irritante e muito, muito provocador. O seu sorriso debochado era sua melhor arma.

— Peter, por favor. — Pus a mão em seu ombro.

— Tudo bem, eu vou embora. Mas lembre-se quem esse cara é.

Então Peter finalmente tomou sua decisão, disparou porta afora, batendo-a com força atrás de si.

— Droga! Eu deveria ter trancado com a chave. — Lamentei.

— Seu irmão é muito ciumento. — Dylan inclinou-se para frente.

— Por que você não revidou? — Perguntei.

— Perder meses de tratamento interior só pelo motivo de seu irmão não saber controlar seus ciúmes de irmão? Não mesmo. Ele é psicólogo? — Assenti. — Bom, acho que ele deveria cuidar de si mesmo um pouco. Tente dizer isso a ele.

— Vou tentar. — Respondi, sabendo que o real motivo de Dylan ter apanhado do meu irmão, não era ciúmes de irmão.

Molhei o algodão com uma boa quantidade de soro fisiológico e limpei com cuidado o pequeno corte no canto da boca de Dylan. Ele foi paciente, não resmungou em nenhum momento, às vezes parecia estar se divertindo com toda a situação, pelo menos um de nós estava conseguindo fazer isso, já que eu ainda me sentia tensa.

Dylan Turner (Completa)Onde histórias criam vida. Descubra agora