Eu estava disposta a gritar palavras de horrores para ele e a chutá-lo daqui a pontapés. Pelo menos foi com essa disposição que eu levantei naquela manhã quando alguém bateu a minha porta. Tinha certeza que era Dylan que me procurava mais uma vez, mas me surpreendi ao abrir a porta e notar a sua irmã com os braços cruzados e com a sua familiar cara azeda. Encarou a minha face por alguns segundos antes de se pronunciar.
— Seu cabelo está horrível! — Disse ela entrando no meu apartamento. Tirou sua mochila jogando em um dos sofás, depois sentando no espaço livre. Parecia realmente está se sentindo à vontade, mais do que eu na verdade, já que ela me deixou com uma terrível sensação de desconforto desde que abri a porta.
— Acho que é mal de família entrar nas casas das pessoas e se sentar sem ser convidado. Não me lembro de você ter me avisado que viria. — Disse, querendo que ela se tocasse um pouco da sua invasão de privacidade.
— E eu também não me lembro de tê-la convidado para se sentar na minha mesa na lanchonete. — Ela devolveu.
— Pensei que a mesa fosse da lanchonete. — Devolvi e ela me ignorou. — Mas, vamos lá! O que você quer? — Perguntei enquanto batia o pé freneticamente no chão.
— Só quero saber o que você fez com o meu irmão?
— Por que você não pergunta a ele? Você pode ter surpresas bem desagradáveis. Seu irmãozinho não é o que aparenta ser.
— E nem você. — Ela me encarou nos olhos. — Você entrou na vida dele para quê, afinal?
— Existem coisas que pirralhas como você não precisam saber. — Ela colocou as pernas sobre o criado-mudo.
— Agora eu sou pirralha. Mas quando você precisava se aproximar de mim para se fazer de boazinha para o Dylan, eu não era.
— Eu não me aproximei de você por causa disso. — Corei, me denunciando. Ela não mentia, creio que ela já tinha percebido isso muito antes de eu e Dylan terminarmos.
— Mas tudo bem, não vim aqui falar de mim. O meu irmão está arrasado. — Ela disse a última frase cheia de drama, me deixando com um aperto no peito ao pensar no estado de Dylan nesse exato momento. Balancei a cabeça negativamente, eu não tinha que pensar em Dylan dessa forma, eu entrei na vida dele para destruí-lo, e eu iria até o final, o fato dele sofrer por mim só foi um brinde a mais.
— Eu não me importo com o seu irmão. — Abaixei o olhar, não querendo que ela visse nos meus olhos o contrário.
— Você está mentindo. De qualquer forma, ele se importa com você. Por que vocês terminaram? — Soprou a mexa de cabelo roxo que caia em seus olhos, seu moicano estava um pouco maior, junto com o restante do cabelo, entendi isso como se ela pretendesse mudar de visual. — Por quê? — Perguntou novamente.
Então ele não tinha contado para ela o real motivo. Ela também não sabia que Dylan era uma farsa, pobre menina, se ela soubesse mais o que ele esconde dela.
— Isso é coisa de adulto.
— Escuta, Dylan pode parecer ser uma pessoa cruel às vezes, mas ele gosta de você. Ele realmente gosta de você. Sei que ele deve ter feito uma coisa muito grave para você não querer mais falar com ele, mas o perdão é uma coisa bonita. — Anne pegou sua mochila passando a alça pelo braço. — Eu já perdoei ele, pode ter certeza que o que ele me fez foi muito mais grave do que ele possa ter feito com você.
A menina deixou o apartamento, mexendo com meus sentimentos, mas tinha algo errado ali. Mas eu demorei algum tempo para entender do que ela falava, desci a escada correndo atrás dela, mas a garota já tinha ido. Abri a porta principal, querendo localizá-la na calçada, mas não havia nenhum sinal dela. Olhei para frente e vi o segurança de Dylan do outro lado. Eles ainda estavam me vigiando. Mostrei o dedo do meio para ele, entrando em seguida.
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Dylan Turner (Completa)
Literatura FemininaDylan Turner é um famoso diretor de Hollywood. Com um passado envolvendo o vício em álcool, mulheres e a fama de ser rude com todos ao redor, ele retorna de uma clínica de reabilitação sendo um novo homem, mas alguém do seu passado retornará querend...