Acabei cochilando em meio aos meus pensamentos, e quando acordei já era noite.
Peguei o celular e marcava 10p.m., me levantei e fui rumo a cozinha. Não vi nem minha mãe, nem Lexa, o que me deixou um pouco preocupada devo admitir. Tomei um copo de suco, e, subi, tomando um susto enorme ao ver Lexa no quarto de cabelos molhados.
- Puta merda - Falei assustada.
- O que foi? - Ela me olhava.
- Achei que não tava em casa...
- Eu tava no banho foi mal - Ela falou se sentando na cama dela.
Assenti e sentei na cama pegando meu celular.
- Podemos conversar? - Ela me olhava.
- Eu e você? - Falei confusa já que mais cedo ela me rejeitou de todas as formas possíveis.
- É... - Ela sussurrou enquanto apagava a luz.
A iluminação do quarto ficou toda por conta da luz da lua que vinha de fora, e de um abajur fraco que ficava ao lado da cama da Lexa.
- Eu passei o dia pensando em tudo o que passamos, o que vivemos, o que me disse... e principalmente, nas suas atitudes...
- Olha Lexa se isso for um sermão pode ir paran...
Ela me interrompeu se sentando ao meu lado na cama.
- Clarke!
Engoli em seco ao ser interrompida por ela.
- Eu pensei, e muito, e eu sei que essa pode ser a pior escolha da minha vida. Pode ser que amanhã assim que eu acordar eu me arrependa do que eu decidi, mas eu nunca vou me arrepender de uma coisa...
Meus olhos já estavam marejados, eu sabia que aquele seria o discurso do verdadeiro fim, então a olhei assentindo para que ela continuasse.
- ...Eu nunca vou me arrepender por estar apaixonada por você. E eu escolho ficar, nem que seja só por ficar, sem reciprocidade, nem que eu me magoe depois. Mas eu preciso tentar, porque qualquer dor vai ser menor do que a de ficar sem você. E eu jamais me perdoaria se eu nem me esforçar pra que algo aconteça e de certo.
- Por que? - Foi tudo o que consegui dizer.
- Porque eu te amo como eu nunca amei ninguém Clarke Griffin!
E foi bem aí, quando ela sussurrou meu nome que eu senti suas mãos em torno do meu rosto e nossos lábios se selando. E eu não recuei. Eu não quis recuar. Eu silenciei o mundo e os problemas e eu vivi aquele momento. Foda-se o que acontecesse amanhã ou dali cinco minutos, eu queria aquele segundo.
Lexa me beijou com um misto de paixão e saudade, eu me deitei e ela ficou por cima de mim, enrosquei meus dedos em seus cabelos e apertei levemente sua cintura, mas por pouco tempo, logo levei minha mão por dentro da sua blusa em suas costas, não por malícia, mas pra acariciar as costas dela que era tão lisa, e que eu sabia que ela gostava. Senti ela sorrir entre o beijo ao notar meu toque. Ela acariciava meus cabelos e eu sorri com ela. Nosso beijo se rompeu e ela se jogou ao meu lado na cama, ao mesmo tempo estendemos os braços e nos abraçamos, apoiei minha cabeça em seu peito enquanto ela brincava com os dedos em minhas costas e cochichei:
- Eu te amo Lexa Martin!
Ela sorriu e eu ergui o rosto para olhá-la.
- Podemos estabelecer algumas coisas?! Não quero quebrar o clima, mas é só pra não ficar confuso depois - Ela pediu sem graça.
- Claro - Falei rindo.
- Somos tipo, uma amizade colorida né? Sem compromisso, e ambas podemos ficar com outros?
- Exato, já tá de olho em alguém? - Falei brincando.
- Claro, que não - Ela deu risada - É que não quero nada confuso na minha cabeça.
- Tudo bem, mais alguma dúvida? - A olhei.
- Aquela sua amiga, morena, ela gosta de meninas? - Ela me olhava apertando os lábios tentando não rir.
- Amigas não Lexa - Fechei a cara brava.
- Oh meu grudezinho, tá bom então - Ela me apertou rindo e me deu um selinho.
Ficamos trocando carícias por mais alguns minutos e logo eu peguei no sono.Fui despertada pelo alarme que indicava que era hora de ir pro colégio. Lexa resmungou algo e virou pro outro lado, eu levantei e fui tomar meu banho. Assim que sai me joguei na cama e acordei aquela coisa chata que abriu um sorriso ao me ver.
- Anda, vamos nos atrasar - Falei levantando - Vou preparar um café.
Ela assentiu e foi pro banheiro, eu desci e vi que já tinha café pronto junto de um bilhete."Cheguei às 5a.m. do hospital. O café de vocês está pronto, mas se fizerem barulho pra me acordar, se considerem mortas.
Boa aula, amo vocês!
Abby"Eu ri lendo o bilhete e caminhei até a porta do quarto dela, abri devagar e vi que ela dormia como um anjo. Fechei a porta e sai dali silenciosamente. Arrumei minha bolsa enquanto tomava café e logo Lexa desceu pronta.
- Podemos chamar um carro hoje? A gente divide - Ela fez um bico.
Assenti já que o valor dividido era menor do que a condução. Então saímos e fomos chamar um carro que não demorou. Em poucos minutos estávamos no colégio.
- Tenha um bom dia senhora Griffin - Lexa sussurrou jogando beijo enquanto caminhava para a sala.
- Bom dia senhorita Martin - Joguei um beijo também e comecei a rir enquanto mexia no celular e esperava Octávia.
Não demorou muito e a morena chegou com Bellamy do lado.
- Bom dia - Octávia falou animada ao me ver.
- Bom dia - Sorri para ambos.
- Só se for pra você - Bellamy revirou os olhos pra mim e pegou o celular.
- Cadê a Lexa? - Octavia procurava ela olhando em volta - Ela veio com você?
- Sim, viemos de carro, mas ela já foi pra sala - Falei sorrindo.
- Quer saber, manda o Lincoln me encontrar lá dentro - Bellamy saiu irritado.
- Bom dia pra você maninho - Octávia sorria irônica.
Eu sabia que ela estava provocando o Bellamy falando da Lexa. Ele não tinha ciúme, mas acredito que algo na situação o incomodava.
- Precisamos conversar - Octávia me encarava.
- Fala meu bebê - Falei sorrindo pra ela.
- Pra mim, você pode flertar com meu irmão à vontade, mas com uma condição - Ela me olhou arqueando uma sobrancelha.
- Manda à bomba - Falei brincando.
- Se isso envolver sentimento da parte dele e você não sentir o mesmo, tu vai parar Clarke - Ela me olhava séria - Me promete isso, pela nossa amizade.
- Bellamy, sentimento por mim? - Falei rindo - Eu prometo claro, até porque isso é impossível, mas prometo.
- Promete o que? - Lincoln falou chegando atrás de Octávia.
- Prometo que vou sair com a O. no final de semana - Inventei a primeira coisa que veio na minha cabeça.
- Opa pra onde? - Ele me encarava animado.
- Social - Fiz um bico balançando a cabeça - Lá em casa.
PUTA MERDA O QUE EU ACABEI DE FAZER.
- Opa, eu vou hein - Ele falou sorrindo.
- Há, todos vamos. Avisa o Bellamy também, ele já foi pra sala - Octávia sorriu aparentemente tão nervosa quanto eu.
- Fechado, beijo meninas - Lincoln saia.
- Ferrou - Falamos juntas.
- Temos uma semana pra organizar uma social - Octávia deu um sorriso irônico enquanto caminhávamos pra sala.
- Você organiza a social - Falei sorrindo ao ter uma ideia.
- Ah claro tu que inventa e eu que organizo? - Ela falava brava.
- Claro, você é a popular, depois da Cheryl obviamente - Falei zombando dela - E organiza logo.
- Para de dar ordens querida, afinal, tu vai organizar o que? - Ela me olhava semicerrando os olhos.
- Um jeito da sua língua entra na boca do Lincoln nessa social - Falei rindo enquanto entrava na sala.
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My Reasons
RomanceClarke tinha 16 anos quando perdeu seu pai. Abby passou a dar mais atenção à sua filha ao invés de viver no hospital. Com a chegada do final do ano, Clarke descobriu que o selo no seu boletim escolar foi vermelho com letras garrafais escrito "REPROV...