Capítulo 14: A Ponta de um Triângulo

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Capítulo dedicado especialmente a hannaleia espero que goste bebê ❤️

O relógio de Octávia gritava com uma música que parecia ser Rock, indicando que era hora de acordar para ir ao colégio. Como ela nem se mexeu, resolvi levantar e ir tomar um banho. Assim que o fiz, coloquei as roupas do colégio e cutuquei O. à acordando de forma calma. Por um milagre ela despertou sorrindo e logo foi tomar banho.
Peguei minha mochila e desci encontrando Bellamy na cozinha já pronto para o colégio.
- Cadê a O.? - Ele dizia enquanto colocava umas torradas em um prato.
- Bom dia pra você também... Ela tá tomando banho. Eu me arrumei primeiro pra ela poder dormir mais - Sentei em um banco na frente do balcão.
- Conseguiu dormir ontem? - Ele me encarava enquanto me dava o prato com algumas torradas.
- Perfeitamente, e você? - Mordi a torrada o encarando.
- Perfeitamente... e sobre ontem, desculpa se eu exagerei...
Antes que ele concluísse a frase eu o interrompi apoiando minha torrada no prato.
- Você gosta desses jogos não é?! Flertes, grosserias, e tudo que vem no pacote?
- Bom - Ele sorria com um tom malicioso - Eu não vou mentir, gosto disso, desde que não seja aquelas garotas grudentas - Deu de ombros.
Soltei um riso e balancei a cabeça negativamente.
- Sua sorte é que Octávia é minha melhor amiga, porque eu precisava de um jogo desses pra me distrair - Voltei a comer minha torrada.
- E você acha que consegue jogar comigo loirinha? - Ele ria roubando a torrada da minha mão.
- Meu amor, eu jogo muito melhor do que você pode se quer, imaginar - Pisquei pra ele.
- Qual jogo? - Octávia entrava na cozinha ainda sonolenta apesar do banho.
- Futebol - Bellamy a encarava - Ela acha que pode me vencer - Ele ria me encarando como quem me desafiasse.
- Acho impossível amiga - Octávia falava enquanto tirava uns biscoitos do armário - Odeio admitir mas o Bell é ótimo nisso.
- Relaxa O. tenho muitos talentos ocultos, que qualquer um desacreditaria - Encarei Bellamy mordendo meu lábio inferior só pra ver até onde aquilo iria.
Octávia encarou nossa troca de olhares semicerrando os olhos.
- Claramente vocês não estão falando de futebol - Ela nos encarou por mais um momento - MERDA BELLAMY, SE VOCÊ TENTAR TRANSAR COM A CLARKE EU VOU ESGANAR VOCÊ! JÁ NÃO BASTOU A RAVEN? - Ela dizia irritada como se eu não estivesse ali.
- Ela é bonitinha mas não faz meu tipo - Ele desviou o olhar fazendo cara de deboche.
- Aí Octávia que nojo - Eu me levantei caminhando pra sala.
- Tá, da pra gente ir? - Octávia encarava a nós dois.
- A senhora que manda - Bellamy zombava enquanto íamos caminhando até a porta.

O desafio de Bellamy realmente era tentador, mas saber que isso poderia custar minha amizade e da Octávia me fez desistir de imediato da ideia. Fomos o caminho todo conversando sobre coisas aleatórias, e vez ou outra roubávamos biscoitos da O. . Ela foi tagarelando como estava animada pro primeiro dia de emprego, e eu aproveitei pra mandar uma mensagem pra minha mãe dizendo que estava bem.

Assim que chegamos ao colégio Raven nos esperava na entrada com Lincoln. Mas algo estranho aconteceu. Quando ela me viu descer do carro, a cara dela passou de alegria pra uma espécie de raiva. Um lado do meu cérebro cogitou que ela sentisse algo por Bellamy e estivesse entendendo tudo errado, o outro gritou que deveria ser ciúmes da Octávia, mas logo espantei esses pensamentos, dei bom dia aos dois e fomos para as nossas respectivas salas.

A primeira aula era de história, com o Alaric, que resolveu passar o conteúdo escrito das próximas duas semanas em uma aula. Minha mão nunca doeu tanto. Mas a alegria de Octávia com o início de seu trabalho acabou se tornando contagiante e logo eu terminei a lição rindo.
As duas aulas seguidas foram de química, e a professora passou algumas experiências para fazer em trio. Octávia, eu e Murphy nos juntamos, e certamente, todas deram errado. Os relatórios foram bons, mas na prática foi um fiasco, pelo menos nos divertimos com o Murphy causando uma explosão de Bicarbonato de Sódio na sala que sujou a professora inteira.
O dia foi bom, e as aulas passaram voando. Logo o sinal tocou e era hora do intervalo.

Quando saímos da sala demos de cara com o que já sabíamos. Cheryl e Toni andando de mãos dadas pelo corredor, não foi surpresa alguma. Pouco atrás delas vinham Liam e Theo, da outra sala, com o mesmo ar romântico.
Octávia, Murphy e eu fomos até a cantina buscar um suco e logo sentamos na nossa mesa diária onde Bellamy e Lincoln já nos esperavam, logo Raven chegou também.
Conversávamos sobre a festa da fogueira e como Murphy ficou bêbado, mas ele negava dizendo que simplesmente ficou mais "sociável".
Ríamos de diversos assuntos e muitas vezes peguei Bellamy me olhando já que ele estava sentado na minha frente e Lincoln ao meu lado. Ele me olhava como quem quisesse se conectar comigo de alguma forma, e por Deus sabe lá qual motivo, eu deixei aquilo fluir. Era uma sensação boa, como se as coisas estivessem se encaixado.
Eu tinha uma melhor amiga completamente feliz com o novo emprego. Um amigo pelo qual ela era apaixonada, e, depois que eu comecei a reparar, eu notei inúmeros olhares de Lincoln pra Octávia que sem duvidas passavam despercebidos por ela. Raven de alguma forma vivia feliz no meio dos estudos e vida social dela, eu e Octávia ainda iríamos descobrir o que ela escondia, mas o que importava é que ela estava feliz, e a relação dela e de Octávia melhorava dia após dia visivelmente. Murphy, bom, é o Murphy. Não tem tempo ruim com ele. E Bellamy, que era meu inimigo naquele lugar, de alguma forma, estava se ligando a mim. Eu sabia que aquilo era arriscado, flertar com o irmão da Octávia sem ter o menor interesse nele, mas jogos eram emocionantes e eu precisava disso. Precisava me sentir viva por inteiro e no controle de algo.
Pelo menos até a meio segundo atrás a minha vida era assim.
Todos ríamos e conversávamos sobre tudo, até que vi Bellamy semicerrar os olhos olhando atrás de mim, e logo, uma voz surgiu.
- Posso sentar com vocês?
Meu coração disparou. Senti minhas mãos soarem frio, minha garganta secar e meu estômago se encher de borboletas. Minha cabeça passou a girar. Aquela voz. Aquele cheiro. Era ela.
Me levantei antes mesmo de responder ficando frente à frente com ela. Aqueles olhos azuis me fizeram sorrir só por vê-los.
- Lexa!
E a única resposta que tive foi as mãos dela segurando o meu rosto e selando nossos lábios de uma só vez.

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