Acordei extasiada, e devo admitir um pouco dolorida. Mas eu me sentia tão bem como nunca. Estava deitada no peito de Bellamy, que dormia tranquilamente, em sua cama. Me lembro que depois de transarmos eu estava cansada, e ele me trouxe nos braços até o quarto para se assegurar que ninguém nos veria. Pude ver pela janela que a noite já cairá e
provavelmente Octávia estava chegando. Me levantei ainda nua e caminhei até o banheiro do quarto de Bellamy, abri o chuveiro e deixei que a água caísse no meu corpo, a sensação era incrível e ficou ainda melhor quando senti suas mãos em meus ombros.
- Vem, deixa que eu faço isso.
Bellamy pegou o sabonete da minha mão e começou a desliza-ló pelo meu corpo, eu estava no paraíso. Por que não tinha feito isso antes?* * * * * *
6 DIAS DEPOIS
Os dias haviam passado. Era sábado, e também era o grande dia, o churrasco na casa do Lincoln. Melissa iria cobrir minha mãe no hospital para que ela pudesse comparecer e assim, conhecer a mãe da Raven e o pai do Bellamy, como ela mesma dizia, só pariu uma mas criava duas, com muito prazer diga-se de passagem. A mãe do Bellamy não iria poder comparecer, por motivos de trabalho mas seu pai estaria lá, Jason, precisava guardar esse nome. O meio irmão de Raven, Monty, também viria já que no próximo ano ele se mudaria para cá, segundo ele, assim conheceria a todos. E claro que, Kane, pai de Murphy iria, afinal, ele era mais namorado do meu namorado do que eu, vai entender.
Eu estava ansiosa, e um pouco nervosa. Lincoln mandou mensagens o dia todo no grupo dizendo o quanto Jaha, seu pai, estava empolgado. Parece que todos os pais estavam. Mas eu, Raven e Octávia estávamos uma pilha, seria mais fácil passar em três provas pra pular o ano.
- Vamos garotas, não queremos atrasar, seria rude - minha mãe gritava das escadas.
- Calma, estamos aqui.
Eu e Lexa seguimos minha mãe escada abaixo, estávamos todas muito elegantes para um churrasco, mas seria melhor isso do que o simples.
Minha mãe seguia o GPS, e logo chegamos. Notei que já haviam dois carros na entrada. Respirei fundo e segurei a mão da Lexa que se manteve o caminho todo muda assim como eu.
- Aí saiam dessa tensão. Olha aqui, vocês são jovens, estudam, namoram, transam e isso não é novidade, se eu odiar os pais deles ainda assim não mudará a relação de vocês, certo?
Fiquei roxa quando minha mãe citou o transam e apertei a mão da Lexa com tanta força que não sei como ela não gritou.
- E Clarke respira, você nem é sapatão com uma sogra homofóbica enrustida, com todo respeito meu amor - ela encarava Lexa com aquele olhar materno.
- Ela tá certa - Lexa começou a rir.
O portão estava entreaberto e fomos entrando, seguido de pedidos de licença. Assim que chegamos avistei Lincoln, Bellamy, Octávia e Murphy. Um homem alto e negro estava na churrasqueira, deduzi logo que seria pai do Lincoln, ele abriu um enorme sorriso ao nos ver. Havia uma grande mesa de madeira posta no centro, com várias bebidas, e em volta dela Bellamy conversava com Lincoln e um homem. Um outro homem, que deduzi ser o pai de Octávia por estar abraçado a ela estava na churrasqueira também, junto com ela e o pai de Lincoln.
- Finalmente as garotas apareceram...
Um homem risonho que conversava com Bellamy vinha na nossa direção. Como só não havia localizado o pai do Murphy deduzi que fosse ele.
- Olá - falei sem graça.
- Prazer, Kane, pai do John!
Ele me deu um abraço rápido e seguiu cumprimentando minha mãe e Lexa em seguida, mas logo se afastou porque Murphy havia o chamado.
Bellamy se juntou a nós e me deu um selinho rápido.
- Dona Abby - ele estendeu a mão.
- Você deve ser Bellamy Blake certo?
Enquanto eles apertavam a mão, Bellamy assentia.
- Só vou avisar que eu sou médica, e sei usar um bisturi muito bem. Além disso, sei machucar sem deixar cicatrizes, então se magoar minha pequena garota, você já deve saber.
Bellamy tossiu um pouco assustado e assentiu novamente. Eu não aguentei e comecei a rir, Lexa e minha mãe logo começaram a rir comigo. A cara de confuso de Bellamy era hilária.
- Respira rapaz, é brincadeira. Eu espero que vocês sejam felizes.
- Ah obrigada, obrigada...
Sem parar de rir puxei Bellamy rumo à mesa.
- Se comporte mamãe.
- Claro querida, cadê a namorada agora pra mim assustar Lexa?
- Sua mãe tem um humor muito sombrio.
- Você não imagina o quanto!
- Você deve ser a famosa Clarke? Muito prazer, Jason.
Octávia se aproximava com um homem alto e barbado.
- Sim sou eu, muito prazer.
Demos um aperto de mão rápido.
- Olha, você encantou meus filhos, não sei qual te ama mais.
Sorri um pouco sem jeito, mas feliz com o comentário.
- E obrigada por ajudar Octávia a conseguir o emprego, infelizmente não conversamos muito, então eles só me contaram as novidades hoje, claro, além dos namoros.
- Imagina, ela se deu muito bem lá aliás.
Sorri encarando Octávia, enquanto Bellamy mantinha o braço ao redor da minha cintura.
- Muito bem, tá querendo até tomar um rumo na vida e ser médica.
Apesar dele falar casualmente pude ver o orgulho em sua voz, mesmo que eu estivesse surpresa com a nova informação.
- Ela vai ser uma ótima médica, eu tenho certeza, O. é muito esforçada!
- Isso realmente, o trabalho que ela teve pra me fazer desmarcar minha agenda e vir pra cá foi surpreendente - ele riu um pouco junto com todos nós - Bom, eu desejo felicidades pra vocês dois, e obrigada por ajudar esses dois a se manterem na linha.
- Obrigada pai - foi a primeira vez que Bellamy falará, mas sentia que ele estava à vontade, somente dando tempo para que seu pai e eu nos conhecêssemos.
- Obrigada! - sorri.
- Ah qual foi, você disse que ia cortar o pênis do meu namorado e entregá-lo em um potinho se ele fizesse algo errado comigo, e só deseja felicidades pra eles? - Octávia parecia perplexa e comecei a rir.
- Bom, provavelmente a mãe da Clarke falou o mesmo pro seu irmão.
- Até pior - Bellamy sussurrou e belisquei sua mão fazendo-o me olhar feio.
Jason começou a conversar comigo sobre quanto tempo eu morava aqui, e o que achava de Lincoln. Logo assumimos um lugar na mesa isolado e ficamos conversando, ele era muito agradável, e minha tensão havia se dissipado.
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My Reasons
RomanceClarke tinha 16 anos quando perdeu seu pai. Abby passou a dar mais atenção à sua filha ao invés de viver no hospital. Com a chegada do final do ano, Clarke descobriu que o selo no seu boletim escolar foi vermelho com letras garrafais escrito "REPROV...