Estávamos na escola. Lincoln e Murphy me abraçavam dando os parabéns pelo meu namoro com a Clarke, enquanto John me enchia de perguntas como quando, onde e por que milagre ficamos juntos.
Lincoln se afastou quando viu minha irmã e a envolveu nos braços em um abraço caloroso. Eu já havia me acostumado a vê-los juntos, e estava feliz por saber que eles estavam felizes, principalmente Octávia. Havíamos passado por tanta coisa com nossos pais, a mudança, tudo que eu queria era sua felicidade, e agora ela tinha.
Fui desperto dos meus devaneios quando Murphy me cutucou.
- Terra chamando Bellamy.
- Não tem o que falar, eu me apaixonei por ela, e ela por mim - dei de ombros.
Ao lado de O. e Linc vi Raven e Lexa também abraçadas, Clarke estava de costas para mim focada em uma conversa com Lexa ao que parecia, enquanto Raven falava com Lincoln.
- Ela tá feliz né? - Murphy encarava Raven com um sorriso triste.
- É, agora ela tá.
Murphy sempre amou Raven, mas tinha medo de dizer a ela, ele dizia que era seu maior segredo e somente eu sabia. No fundo achava que ele realmente nunca teria uma chance, mas não era capaz de dizer em voz alta, agora, jamais saberíamos se eu estava certo.
- Você não disse quando teve chance, agora ela encontrou alguém e tá bem, feliz.
- Pode jogar na cara agora que você tá apaixonado otário.
Caímos na risada, mas o assunto foi interrompido quando Clarke veio em nossa direção lançando os braços ao redor do meu pescoço.
- Bom dia pro namorado mais lindo do mundo.
- Aí que nojo.
- Cala a boca Murphy! - Clarke mostrava a língua pra ele como uma criança.
Nossos amigos se juntaram a nós.
- Maninho tivemos uma ideia sensacional - O. me olhava com um sorriso travesso.
- Lá vem problema.
- Pensamos em fazer um churrasco, na casa do Lincoln, e chamar os nossos pais, agora que bom, todo mundo se encaixou.
- É o famoso se organizar direitinho todo mundo transa, menos eu.
- CALA A BOCA MURPHY! - O coro dito alto nos fez rir.
- Octávia você sabe que nossos pais não teriam tempo.
- Talvez se insistirmos.
Ela me encarava com os olhos baixos, a famosa cara de coitado que me convencia.
- Isso não vai dar certo, mas podemos tentar.
Me dei por vencido e todos sorriram.
- Vou conversar com meu pai e mando a data pra vocês.
- Combinado!
- Isso vai ser sinistro.
- Pela primeira vez vou concordar com a Lexa.
Falei pensando no desastre que estava por vir.* * * * * *
O sinal havia tocado, tinha combinado com Bellamy que iria direto pro hospital porque meu turno havia sido trocado hoje.
O caminho era um pouco longo mas pedi um carro pelo aplicativo. Assim que cheguei, guardei minhas coisas no armário e assumi meu posto.
Eu gostava do lugar, e das pessoas, apesar da correria todos eram muito amigáveis, e o trabalho nunca ficava entediante.
- Boa tarde pra atendente mais linda!
Eu podia reconhecer essa voz de longe.
- Lexie! - abri um sorriso - Como vai a pequena Meredith?
Lexie alisava a barriga que já estava imensa. Ela estava grávida de 26 semanas do seu marido, Mark, e insistia que só sairia da emergência para ir até a obstetrícia parir.
- Ela vai bem, e agitada, como o hospital. Pode reservar a sala três pra mim por favor?
- Claro, qual o procedimento?
- Transplante de fígado seguido por uma reparação no rosto com o Mark. Desculpe, Doutor Sloan.
Ela ria com o erro.
- Certo. Interno?
- Vou usar a Doutora Wilson.
- Reservada - falei sorrindo.
Lexie me jogou um beijo e saiu andando para atender um trauma que havia acabado de chegar. Ela era quem mais me motivava a fazer medicina. Ver por tudo que ela havia passado, a perda da irmã, ter que criar a filha dela como sua, ser uma excelente cirurgiã, era realmente inspirador, apesar de tudo, ela ainda era boa e motivada, alguém que eu queria ser. Sorri com o pensamento e voltei a me focar nos prontuários, mas antes disso o telefone tocou.
- Grey Shepherd Memorial boa tarde.
- Octávia?
- Clarke? Tá tudo bem? - senti meu couro cabeludo pinicar.
- Sim, sim. Eu to ligando pra minha mãe mas ela não atende, queria falar sobre o tal churrasco, sabe onde ela tá?
- Provavelmente ocupada, tivemos um engavetamento enorme hoje.
- Droga, quando ve-la pede pra ela me ligar por favor?
- Certo, agora me deixa trabalhar.* * * * * *
Fiz um bico ao desligar o telefone.
- Acho que vou ter que ir no hospital se quiser falar com ela.
- Espera ele mandar a data.
Assenti lentamente. Bellamy estava de folga hoje e estávamos na casa dele, mas especificamente jogados no sofá um em cima do outro.
- Eu acho que isso não vai dar certo.
- Pode ser que não, mas veja... O pai do Lincoln queria conhecer a Octávia, a mãe da Raven queria conhecer a mãe da Lexa, ou a minha, já que a minha mãe é mais mãe dela que tudo, provavelmente minha mãe vai querer te conhecer quando eu contar. Talvez seja menos constrangedor se tiver todo mundo junto.
- Isso eu preciso concordar - ele ria - Sua mãe faz o tipo brava?
- Não sei, nunca apresentei um namorado pra ela.
- Isso é bom - Bellamy sorria malicioso.
- Não faz essa cara - acabei caindo no riso - Eu não acho que ela vai fazer uma cena nem nada, geralmente ela é bem compreensível.
- Conto muito com isso.
Bellamy me virou, ficando por cima de mim e distribuiu beijos por todo o meu rosto, fazendo cócegas.
- Eu amo a sua risada - ele me encarava.
- E eu amo você.
Seus olhos brilhavam me olhando. O cabelo caia levemente no rosto e seus dedos percorreram lentamente minha pele, pelo caminho do meu braço até alcançar minha mão acima da minha cabeça. Nossos dedos se entrelaçaram e pude sentir o calor que surgia. Por mais assustador que fosse, eu não tinha medo, não com Bellamy. Ele era meu ponto de paz, a luz em meio a escuridão.
Arqueei meu corpo e alcancei seus lábios, o beijo foi de lento para quente em segundos, e senti sua mão apertar a minha, correspondi o aperto e levei minha outra mão até a suas costas, por dentro da camisa. O calor que irradiava do seu corpo era excitante, ver como podíamos mexer um com o outro apenas com um toque. Entrelacei minha perna ao redor da sua cintura, o prendendo contra mim. Senti seu quadril se mover contra o meu corpo, e consequentemente sua ereção roçando na minha perna através da calça. Apertei sua mão e o puxei ainda mais contra mim, eu queria aquilo, não queria mais esperar, eu precisava desse homem totalmente pra mim.
Bellamy afastou nossos lábios e abriu os olhos mantendo nossas testas coladas.
- Tem certeza?
- Nunca tive tanta certeza de algo.
Nosso beijo se reiniciou ainda mais feroz. Arranquei sua blusa sem nenhuma hesitação e ele fez o mesmo, daí então, me afundei naquele momento como se o tempo fosse congelar.
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My Reasons
RomanceClarke tinha 16 anos quando perdeu seu pai. Abby passou a dar mais atenção à sua filha ao invés de viver no hospital. Com a chegada do final do ano, Clarke descobriu que o selo no seu boletim escolar foi vermelho com letras garrafais escrito "REPROV...