ALGUNS DIAS DEPOIS
Ontem o diretor me chamou para avisar que eu faria as provas de eliminação de matéria amanhã, e caso eu passasse, iria ser transferida de imediato para o terceiro ano, assim compensando o ano que perdi. A ideia de início me parecia boa, e ela era em si, porém, eu e Octávia estávamos bem apreensivas por um lado... afinal, seria horrível não dividir mais a manhã inteira com ela. Mas eu precisava pensar no melhor pra mim, e no momento, era passar na prova.
Em algumas matérias como química e física, a Raven e o meu grude me ajudavam, se é que ainda posso chamá-la assim. Lexa já havia feito uma prova parecida na escola anterior dela no início do ano e passou. Os reforços particulares faziam Raven vir aqui em casa, o que me faz lembrar que eu preciso comprar um babador pra Lexa urgente.
Falando nela, ontem ela me pediu se eu podia acompanha-la na psicóloga hoje, ao que parece Dra. Caroline quer conversar conosco juntas, o que me assusta, mas eu assenti já que ela aparenta estar fazendo o tratamento corretamente.
Apesar deu e Bellamy temos decidido tentar algo e a O. ter "concordado", nós só estávamos nos vendo no colégio, e não ficávamos juntos já que ninguém sabia sobre nós. As minhas tardes eram repletas de estudos para que pela primeira vez depois de muito tempo algo finalmente desse certo.- Já está pronta? — Lexa grita do banheiro.
- Sim, só vou pegar o cartão e chamar um carro.
Em alguns instantes já estávamos na porta esperando um carro preto que nos levaria a psicóloga, que não demorou a chegar.
Por fora eu aparentava estar calma e indiferente, mas por dentro, um turbilhão de emoções me sacudiam. Por que a psicóloga dela quer conversar conosco? Será que foi tudo culpa minha? O que será que ela tem?Eram tantas perguntas que nem vi o caminho passar e logo chegamos. O lugar era bonito, pintado com tons de azul claro e bancos pretos. Me sentei enquanto Lexa falava com a recepcionista que logo indicou uma porta onde estava escrito em maiúsculas enormes "DRA. MIKAELSON". Lexa me encarou caminhando em direção à porta e logo a segui sem conseguir desarmar minhas defesas.
- Lexa, finalmente, estava ansiosa por essa consulta — uma loira alta, com feições amenas sorria e trocava um aperto de mão rápido com Lexa, antes de indicar as cadeiras em suas frente para sentarmos — Você provavelmente é a Clarke certo? — ela me disse estendendo a mão.
- Sim, sou — sorri timidamente apertando sua mão e me sentei ao lado de Lexa.
- Bem, vamos lá. A Lexa já comentou com você que vem fazendo consultas de terapia diária na última semana Clarke? — ela falava sem me encarar enquanto mexia em alguns papéis.
- Sim. — fitei Lexa que parecia bem relaxada em sua cadeira.
- E ela te disse que ela tem TEI? — ela cruzou as mãos sobre a mesa e me encarou.
- Não — fitei Lexa que enrijeceu de imediato.
- Não achei que fosse necessário Dra. Forbes.
- Não é Mikaelson? — encarei ambas confusa.
- Vamos por partes — ela sorria na tentativa de nos acalmar — Primeiramente meu nome é Caroline Forbes Mikaelson. Forbes é meu nome de solteira, Mikaelson é o nome do meu marido. Por ele ser mais conhecido uso o sobrenome dele no trabalho pela influência, mas a Lexa já sabe que prefiro ser chamada de Forbes, porém, faça como se sentir melhor Clarke.
Ela me ofereceu um sorriso reconfortante, mas Lexa continuava tensa. Uma parte da minha confusão com os nomes foi dissipada, mas que história era essa de TEI?
- Enquanto ao TEI, Lexa você sabia que precisava contar tudo, e não partes. Posso explicar para ela?
Lexa assente sem dizer uma palavra. Nunca a vi assim, tão calma, tão receptiva a sugestões.
- O que você conhece como os "surtos" da Lexa — ela faz aspas com as mãos — São surtos de TEI. Transtorno Explosivo Intermitente. O que a faz ter reações exageradamente explosivas em situações que não haveria necessidade. Ela se estressa com frequência, e tem esses problemas de raiva descontrolada. Geralmente, esse tipo de transtorno é tratado com remédios, mas também há meios de diminui-lós, e antes de receitar qualquer medicamento à Lexa eu gostaria de conhecê-la bem, e aqueles que os cercam, se estiver tudo bem pra você, claro.
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My Reasons
RomansaClarke tinha 16 anos quando perdeu seu pai. Abby passou a dar mais atenção à sua filha ao invés de viver no hospital. Com a chegada do final do ano, Clarke descobriu que o selo no seu boletim escolar foi vermelho com letras garrafais escrito "REPROV...