Estava na esquina de casa quando ouvi uma voz masculina me chamar. Um menino, com cabelo no ombro e um leve sorriso no rosto.
- Desculpa, nos conhecemos? - indaguei confusa não me recordando do garoto.
- Bom, eu te conheço, você eu já não sei.
Ele deu um passo se aproximando e eu recuei deixando a mesma distância de antes entre nós. Ele deu um passo mais rápido se aproximando e eu não tive tempo de recuar, senti meu coração bater mais forte mas me mantive firme.
- Vai me falar quem é ou devo deixá-lo no meio da rua?
- Sou Finn. Finn Collins. Namorado da Raven, presumo que você a conheça.
Respirei fundo. Raven tinha dito que me usaria como pivô para se separar do tal garoto, eu só não esperava que ele fosse vir tão longe.
- Ex da minha atual, interessante - sorri triunfante.
- Futuro atual da sua futura ex eu diria.
Revirei os olhos e me virei, quando ia começar a andar mais rápido senti suas mãos envolvendo meu braço.
- Escuta bem - ele falou apertando mais meu braço me mantendo de costas - Você vai sair de perto da Raven. Ela é minha e eu sou dela.
Meu corpo por dentro tremia mas me esforcei para manter a voz firme.
- Ou o que?
- Ou você vai se arrepender profundamente disso. Afinal, você é uma diversão, eu e ela estamos nessa faz tempo e...
Antes que ele concluísse senti o aperto sumindo do meu braço, quando me virei o garoto voava pelos ares caindo no meio da rua. E uma loira estava parada ao meu lado.
- Puta merda o que é isso? - eu realmente fiquei assustada, a força da garota era descomunal e ela deveria ter uns vinte anos no máximo.
- Não gosto de caras babacas ameaçando garotas. Você tem a idade das minhas filhas, gostaria que fizessem isso por elas - ela falou encarando o menino caído na rua ainda.
Fiquei parada vendo a loira se aproximar do Finn e ergue-lo pelos colarinhos.
- Você vai pra sua casa, juntar as suas coisas e sair da cidade. E nunca mais vai voltar a incomodar a garota e a namorada dela.
Finn se ajeitou em pé e saiu correndo sem olhar para trás.
A loira voltou até mim, franzi o cenho e a encarei.
- Você tava ouvindo nossa conversa?
- Meus sentidos são bons, escuto coisas que você não escutaria - ela ria - A onde você mora?
- Deu pra reparar... ali - apontei pra casa no meio do quarteirão.
- Vamos, eu te levo até lá.
Ela começou a andar e me apressei em segui-la.
- Como é tão forte?
- Anos de luta - ela deu de ombros como se fosse comum - Qual o seu nome?
- Lexa Martin, e o seu?
- Caroline Forbes. Aposto que ele não vai mais te incomodar.
- Tenho certeza que não - falei rindo - É aqui.
Parei na frente de casa e sorri pra moça.
- Obrigada por aquilo, e por me acompanhar.
- Não foi nada - ela ia se virando quando me encarou de novo - E não desiste da sua namorada por nada tá?! Você não sabe quanto tempo com ela pode ter.
Assenti sem entender muito bem o que ela quis dizer e entrei em casa.Assim que entrei no quarto encontrei Clarke deitada na cama com os fones. Fiz sinal para ela tirá-los e ela o fez. Sentei ao lado dela e joguei minha bolsa na minha cama.
- Eu vou começar a me tratar.
- Vai mesmo? - ela sorria brincando com os dedos.
- Preciso fazer isso por mim. Pra não perder mais ninguém.
Involuntariamente ela me abraçou, fiquei feliz em sentir seu cheiro mais uma vez. Apertei meus braços ao seu redor e caímos na cama rindo. Encarei seus olhos e vi como nossos rostos estavam próximos. Meu peito inflou e meu coração começou a pulsar desordenadamente em uma velocidade surreal.
Mantive meus olhos fixos nos dela e senti uma vontade avassaladora de envolvê-la em meus braços e sentir o gosto dos seus lábios, mas não o fiz.
Engoli em seco e me levantei. Pude ver a confusão no seu rosto.
- Vou tomar um banho.
Fui rumo ao banheiro rezando para que meus batimentos se acertassem.* * * * * *
Eu não queria beija-lá, mas ver ela recuando me surpreendeu. Grande parte de mim ficou feliz por ela respeitar o que pedi, mas a outra parte ficou receosa com o que havia mudado.
Coloquei meus fones e liguei a playlist no aleatório. Estava quase cochilando quando meu celular começou a tocar. Era o Bellamy. Pensei porque ele me ligará naquele momento mas dei de ombros e atendi mesmo assim.
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My Reasons
RomansaClarke tinha 16 anos quando perdeu seu pai. Abby passou a dar mais atenção à sua filha ao invés de viver no hospital. Com a chegada do final do ano, Clarke descobriu que o selo no seu boletim escolar foi vermelho com letras garrafais escrito "REPROV...