Capítulo 7

20.3K 1.4K 397
                                    

Segunda feira! Como eu odiava as segundas feiras. Primeiro por que era um dia preguiçoso e hostil, e segundo por que eu tinha beijado Natalie noite passada, e isso não era nada normal. Nenhuma ligação, nenhuma mensagem, e a pergunta era: Como eu ia encara-la? Eu deveria agir normalmente? Eu estava tão desnorteada e confusa que quase fui atropelada duas vezes, por uma bicicleta e por um carrinho de algodão doce, sim, um carrinho de algodão doce.

Cheguei na empresa um pouco antes do meu horário, eu precisava redigir alguns contratos que ainda faltavam ser assinados por Natalie, e cheguei cedo para que isso não acumulasse com minhas outras obrigações. E assim que cheguei, redigir e imprimi. Eu estava esquecendo da viagem nesse final de semana, e isso me deixava ainda mais atormentada. Natalie, por sua vez, havia chegado bem mais cedo, e eu estava criando coragem para levar a folha de pagamento, e mais alguns papeis em sua sala.

"Aja naturalmente, Anabelle"

A frase dita em minha cabeça,   não estava encorajando- me  muito, mas mesmo assim eu ainda estava ali. Sentada, imóvel, olhando para a porta da sua sala, com inúmeros papeis na mão.  Mas o que Natalie tinha que me deixava ardendo por dentro? Ela era tão misteriosa e dominadora, tão dona de tudo, beija-la foi alto magnífico e inexplicável, sua língua era tão excitante que cheguei sentir minha calcinha ficar úmida naquele instante, e aqueles lábios,  tão macio e ao mesmo tempo tão assolador. Meu desejo, e meus pensamentos estavam me sabotando a todo momento. Levantei-me da mesa, respirei fundo, e fingi que absolutamente nada tinha acontecido noite passada, dei dois toques suaves na porta.

—Entre! — ela disse de dentro da sala, e respirei fundo novamente antes de adentra-la

Ela estava na frente do computador, ao entrar, reparei o quanto ela estava divina com o terninho branco e a blusinha de cetim por dentro.

"Aja naturalmente, Anabelle"

Caminhei ate sua mesa sem dar uma palavra, deixei os papéis em cima da mesma, e eu não pude deixar de perceber seu olhar  sobre mim. Ela estava tão séria,  e antes de virar-me para sair, nossos olhares se encontraram como uma explosão,  seus olhos negros pareciam falar algo, e por um instante, meu mundo desabou quando ela arqueou as duas sobrancelhas. Eu não disse nada, não consegui esboçar reação alguma, apenas virei-me em direção a saída, mas sua voz me puxou,  impedindo que eu abrisse a porta totalmente.

—Onde pensa que vai, Stra Portman?

"Porra, ela vai falar do beijo! Merda, merda, merda!!"

—Eu vou voltar ao trabalho. — tentei falar naturalmente, mas estremeci quando eu vi que ela se posicionava, encostando-se em frente a sua mesa, como de costume e cruzando os braços. 

— Creio que temos alguns assuntos para conversar,  não acha?

"Oh, deus! Que cara de safada era essa? "

Ah, me desculpe. Você tem uma reunião hoje as nove, com alguns investidores,  as faturas estão todas pagas, e a folha de pagamento fechará amanhã,  e também já estão todas, é... ai em cima, da mesa.

—Muito eficiente, Ana.

—É só o meu trabalho—sorri sem jeito.

—Você poderia me ajudar? —ela disse voltando para trás de sua mesa, revirando alguns papéis. —eu preciso levar essa papelada para a sala de reunião, preciso ligar o data show. Tudo bem se você me ajudar?

—Claro.

Caminhei com Natalie ate a sala de reunião,  somente ela tinha acesso,  e como era uma sala no final do corretor, quase ninguém transitava por perto. Ao entrar,  encarei a mesa de vidro,  a maldita mesa de vidro, na qual eu tive um pensamento super erótico com Natalie, engoli seco ao lembrar, e vê-la perto da mesa. Deixei os papéis em cima dela, e a observei ajeitando o data show, enquanto ela preparava,  caminhei vagarosamente ate a janela, e observei os imensos prédios de Seattle, era a vista mais bonita que eu já tinha visto em toda minha vida.

Descobrindo o Prazer (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora