Depois de nove horas de viagem, eu estava exausta, eram 7700 km de Seattle até Londres, e eu já não aguentava mais ficar presa no mesmo lugar que Dereck Dierden por nove horas e trinta e seis míseros e torturantes minutos.
Ficariamos hospedados em um dos melhores hotéis de Londres, Park Plaza Westiminster Bridge London, eu confesso que o hotel tinha nome demais, mas quem liga? Ele era um dos melhores, e com certeza ninguém ligaria para o seu nome gigantesco.
—Irei providenciar um quarto, Senhor Dierden.
A moça da recepção nos atendia sorridente, na verdade, um sorriso bem forçado de alguém que queria muito está em casa nesse frio, tomando um chocolate quente, totalmente coberta pelo edredom e maratonando Friends, por que ela tinha cara de quem maratonava Friends.
—Desculpe. Apenas um quarto está disponível? —interrompi.
—Um quarto de casal para os senhores—afirmou ainda sorridente.
—Não. São quartos separados. — corrigi
Ouvi o sorriso idiota de Dereck ao meu lado.
—Pensei que fossem um casal. Desculpe—ela ainda dizia sorridente.
Mas que merda. Eu estava com vontade de quebrar aqueles dentes brancos e alinhados só pelo fato de achar que eu fazia um casal com esse idiota.
—Não vejo problemas em dividir o quarto.—disse Dierden pretensioso na fala.
—Mas eu vejo. —sorri forçada e irônica.
—Aqui estão seus cartões de acesso—entregou-nos dois cartões brancos com códigos de barras. — aproveitem o nosso hotel.
Caminhamos até o elevador e assim que ele fechou, Dereck ainda continuava sorridente.
—Viu? Formamos um belo casal, Ana. —ele se aproximou, e me afastei rapidamente, mas minhas costas se chocaram com a parede do elevador, avisando que ali era meu limite,
—Você e Olivia também são um belo casal. —tentei agir naturalmente, fazendo com que minha fala saísse seria e pesada.
—Olivia não me atrai tanto como você me atrai.
Seus olhos me fitaram, e seu corpo se aproximou mais do meu, e por mais que eu lutasse contra esse pensamento, eu não podia negar que ele era um dos homens mais bonitos que eu já havia visto. Era como se tivesse saído de uma capa de revista da Men's Health.
O elevador se abriu e eu respirei aliviada.—Tenha uma boa noite, Dereck. —sai rapidamente do elevador, sentindo seus passos vindo atrás de mim.
—Sonhe comigo, Ana. —disse parando de andar, e ao me virar, ele tirava o cartão de acesso de seus bolso e passava na porta.
Eu apenas dei um sorriso forçado e segui em direção até meu quarto, que não era muito distante do dele. Ao abri-lo, fiquei encantada com que eu estava vendo. O quarto era mediano, com uma cama bem no centro do quarto, o lençol de cama branco, se juntava harmonicamente com os travesseiros cinzas e o edredom preto. As paredes de um cinza quase branco, combinavam com as cortinas pretas na imensa janela, que tinha a vista de uma avenida movimentada, e bem a fundo o relógio big ben. O clima estava frio, a chuva fina escorria pela janela a deixando embaçada. Em seguida minhas malas foram entregues, e eu ainda me adaptava com o fuso horário. Disquei o numero de Natalie, mas sem sucesso, e dava tudo para saber o que ela estava fazendo a essa hora. Mas eu estava cansada demais para esperar o retorno, então deitei, e esperei o sono me tomar.
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—Você quer que eu entre e participe da reunião? —perguntei a Dereck, que ajeitava o paletó nervoso, antes de entrar na sala a sua frente.
—Não, eu tenho uma bela proposta. E talvez ele não aceite a minha oferta se você estiver junto comigo. —disse— eu a contato se precisar de alguma coisa.
Achei estranho o nervosismo em sua fala, eu precisaria participar da reunião, pois eu vim até aqui para isso. Mas ele não deixou, então eu tentei me conformar com a minha pulginha atrás da orelha. E voltei para o Hall do prédio, e sentei em uma poltrona de couro marrom. Saquei o celular da bolsa e procurei o numero de Natalie atentamente.
"Tentei entrar em contato. Mas, não tive retorno. Está tudo bem?"
Bom, a mensagem foi enviada com sucesso. E agora eu só precisava esperar o retorno. E já fazia mais de vinte minutos que minha ansiedade me corroía. Se as reuniões de Dereck forem todas com portas fechadas, que diabos eu vim fazer aqui?
Meu celular vibrou e meu coração palpitou
" Fuso horário diferente, querida. Por favor, me mantenha informada. Meu avião particular já está sobre aviso para ir busca-la. Tome cuidado."
Nossa! Eu valeria mesmo tudo isso? Mas o que eu podia esperar? Eu estava... Namorando? Bom, não sei. Mas eu tinha Natalie Hamilton. A magnata milionária ao meu lado, eu não poderia esperar menos, mas algo em sua fala ainda era de uma preocupação maior. E que eu pretendia descobrir assim que eu voltasse par Seattle.
"Estou com saudades..."
" Isso é bom. Nossos brinquedos esperam por você ansiosamente. Volta logo. "
Eu ainda era uma boba completa por não saber responder em ocasiões como essa. E achei que um emoticon soaria infantil. Então, optei por guardar o celular e falar com ela em outra hora. Observei o fluxo de pessoas que transitavam pelo Hall do prédio. Estávamos na LST Moldels, uma das melhores agencias de modelo de Londres, criada em 2009. A NH Models, tentou inúmeras parcerias mais sem sucesso, e eu esperava ansiosamente para ver que carta Dereck tinha na manga para finalmente conseguir a parceria, já que a LST era uma concorrente de forte potencial para a empresa de Natalie, e eu não podia deixar de pensar que seria melhor ter as das empresas trabalhando juntas, do que como concorrentes.Depois de duas horas sentada, eu avistei Dereck virando o corredor sorridente e agradável, caminhando em minha direção.
—Pelo visto sua proposta foi boa.—disse levantando-me da poltrona.
—Tirei mais que isso, querida. Consegui o que a sua querida dona não conseguiu a anos. —debochou.
—Que ótimo. —respondi sem entusiamo algum.— O que faremos agora? Preciso redigir algum documento? Contrato?
—Não, Ana. A unica coisa que eu quero de você, é que você descanse para mais tarde.
—Mais tarde? —perguntei— O que tem mais tarde?
—Vamos a um jantar com gente muito importante que a LST está promovendo para apresentar as novas modelos para esse mundo da moda
—Me desculpa, mas meu trabalho não se estende jantares.
—Ana—senti suas mãos grandes afagarem meu rosto e seus olhos se penetrarem aos meus—sua presença é essencial. Se não for a melhor da noite. Então, nem que eu tenha que colocar você no meu ombro, mas você irá comigo.
—Dereck...—afastei
—Calma. Fica tranquila. Prometo não contar para a sua querida dona. Eu sei como isso funciona. Ela manda em você, você obedece.
—Ninguém manda em mim —retruquei.
—Você irá me agradecer, Anabelle.
Mas de que merda, ele estava falando? Ele deixou a bomba e saiu. Por que eu iria agradece-lo? E para que eu deveria ir a um jantar onde eu não somaria em nada? Alguma coisa estava muito errada, Ana.
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Descobrindo o Prazer (EM REVISÃO)
RomanceA magnata Natalie Hamilton, dona de um dos impérios de moda da conturbada família Hamilton, uma mulher elegante e fina, reconhecida por seu elevado grau de narcisismo e sua arrogância, vê suas virtudes serem desconstruídas, após se deparar com a no...