Capítulo 37

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Passei uma noite difícil, e quase não conseguir acordar hoje pela manhã. Não sei o que seria de mim sem Benjamim. Ele havia me levado de carro até a NH, e agora estávamos estacionados no outro lado da rua, e eu fitava o prédio espelhado por longos minutos. 

—Você sabe que tem que ser forte. Não sabe?—Ben disse pegando em minha mão e tentando me reconfortar. 

—Eu sei. — voltei meu olhar para ele— mas voltar aqui depois de tanto tempo é tão assustador. 

—Você não quer mesmo que eu entre com você? 

—Não. Eu preciso enfrentar meus demônios, Ben. 

—Mas não precisa ser agora. Não precisa ser hoje. Ana, você chorou tanto, e eu nunca tinha visto tanta lagrima sair de uma pessoa, e fiquei bem assustado.

Sorri suavemente.

—Benjamin. Vai ficar tudo bem. Eu só preciso dar essa maldita entrevista e acabou. 

—Não, não acabou. Você vai passar a temporada de outono na NH, lembra? 

—Eu só preciso ficar bem longe dela, ok? Quando acabar eu vou comprar uma casa nas ilhas maldivas, vou levar você, e vamos esquecer tudo isso. 

—Hm, e o Dereck? Vai com a gente?— perguntou desdenhando

—Quem? Dierden? Claro que não. Ficou maluco? 

—Sei la, vocês estão tão próximos. 

—Ele apenas foi um amigo quando eu precisei. E nada mais. Agora eu preciso ir. 

—Tudo bem. Te encontro mais tarde? 

—Com certeza. — me despedir de Benjamin com uma abraço apertado. 

Meu coração estava batendo tão forte freneticamente a cada andar que aquele elevador subia. Eu precisava ser firme, vê Natalie com Elizabeth não seria fácil de novo. E eu precisava me preparar para isso, já que agora eu sabia muito bem o que me esperava. 

—Olá, Dereck já está em sua sala?—perguntei sorridente

—Bom dia, ele ainda não chegou. Mas a senhorita Jones já se aguarda você na sala de reunião. —respondeu atenciosa. 

—Ok. Obrigada. 

Subi até o corredor da maldita sala. E uma invasão de nostalgia me tomou. Foi inevitável não lembrar desse local. Ao abrir a porta pesada de madeira, minha visão foi tomada por Natalie e Elisabeth. Jones estava encostada na mesa de vidro, tinha o semblante sorridente e Natalie estava próxima a ela, com um terninho rosa e uma calça jeans preta levemente rasgada no joelho, ambas com os corpos colados, e Hamilton parecia sussurrar algo em seu ouvido. 

"Está tudo bem, Ana. Está tudo bem"

—Desculpe. Eu deveria ter batido— disse firme, não querendo demonstrar meu mal jeito. 

As duas logo se afastaram, e Elisabeth virou-se tímida.

—É como o primeiro dia que foi contratada, Portman.  —tomou a palavra Natalie, se afastando—lembro que foi exatamente assim. 

Ela dizia se referindo a primeira vez que entrei em sua sala. Quando entrei e ela estava com Olivia. Naquele dia eu estava tão nervosa, que eu mal podia conter minha ansiedade. E não vou negar que tudo se repetia hoje, mas eu me mantinha firme, diferente da primeira vez que parecia um cão sem dono. 

—Sim— disse adentrando na sala—exatamente assim— mantive minhas palavras firmes.

—Bom, vou deixa-la a sós. —disse ela caminhando em direção a porta. — A proposito, Ana. Após o fim da entrevista preciso que você passe em minha sala. 

Descobrindo o Prazer (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora